O mundo
dito civilizado não é assim tão dessemelhante do mundo das republiquetas de
banana que vendem carne alterada, porque lá são vendidos ovos também alterados.
Mas a coisa por aqui é tão estupefaciente que acaba de sair uma declaração do
governo dizendo que o caminho certo para o Brasil é o caminho da criminalidade.
Se é a criminalidade o dia a dia dos brasileiros, prática encontrada por
exemplo na defesa empenhada da Advocacia Geral da União para que o deputado
ladrão apanhado com a mala de dinheiro não perca o direito ao seu salário, pelo
menos teoricamente o instinto de rato era disfarçado. Agora, não. Agora nesta
sociedade de párias sociais é o próprio governo que induz a juventude à
criminalidade através em uma propaganda que termina afirmando que BRASÍLIA ESTÁ
NO CAMINHO CERTO. Sendo lá em Brasília onde se localiza o quartel general de
Ali Babá, declara-se, pois, que o caminho certo é o caminho da criminalidade,
declaração que deixaria estarrecidos os pais desse país de triste sorte por
estarem seus filhos sendo induzidos a se tornarem bandidos. Levando-se em conta
que a sociedade brasileira convive harmoniosamente com a assombrosa realidade
de que o crime compensa, o qualificativo sapiens em Homo Sapiens, no que se
refere aos brasileiros seria mais apropriado que eles fossem qualificados de Homo
Paquidermens. O brasileiro é uma espécie de gente que não parece gente. Seus
falsos líderes, as “excelências”, a fim de não deixar cair a peteca da idiotia
que lhes permite tosquiar o rebanho de cristo, complicaram tanto o processo
simples de ir à urna e votar que em torno disso inventaram coisas assim: maioria relativa – escrutínio majoritário plurinominal – voto proporcional – sistema de
lista aberta – método majoritário – quociente eleitoral – distribuição das sobras – quociente partidário – voto distrital – sistema eleitoral de lista
aberta – sistema eleitoral de lista fechada. Entretanto, a ninguém parece
ocorrer a realidade de ser isto nada mais do que a materialização da teoria de que
a confusão beneficia os malandros. E tanto beneficia que os malandros responsáveis
pela malandragem desta confusão em torno de eleição acabam de tomar da
sociedade a fábula de três bilhões e seiscentos milhões para serem gastos com a
fim de ir o eleitor e marcar seu voto. Simples assim. A imprensa diz que no Rio
de Janeiro, terra do brasileiro considerado “esperto” a população já não se importa
de ter as marquises por teto sob o qual dormir. Sei não, viu? Mas o brasileiro
é realmente um povinho desgraçado. Como pode alguém ir dormir debaixo das
marquises, sem se ligar no fato de estar seu dinheiro nas obras faraônicas do
pão e circo e da corrupção? Onde está a capacidade de raciocinar de uma
juventude incapaz de uma só ação em defesa de seus filhos ameaçados de terem de
dormir sob marquises ao lado de monumentais templos que homenageiam o desperdício
e o escárnio à população? Como aceitar dormir ao relento enquanto seu
governador aluga um jatinho por dois e meio milhões? Resposta: Ora, pois, tratando-se
de brasileiros que já têm o cangote calejado pela canga, nada há de se
estranhar sobre eles. No entanto, é absolutamente estranho que brutamontes
espirituais travestidos de líderes políticos se relacionem com a sociedade que
parasitam com uma indiferença maior do que a indiferença com que senhores de
outras casas grandes se relacionavam com os escravos de outras senzalas porque
aqueles escravocratas se preocupavam com a sanidade de seus escravos a fim de
que não ficassem impossibilitados de trabalhar, o que não acontece com os
falsos líderes para os quais é indiferente se seus escravos tenham as marquises
por abrigo. Eles simplesmente colocam um leão para tomar dinheiro da sociedade
independentemente de qualquer consideração anterior. Possa ou não possa, o
relacionamento dos falsos líderes com a massa bruta de povo é na base do ou dá
ou desce. Taí, à vista, enquanto os “espertos” cariocas dormem sob marquises,
seu governador aluga jatinho para ir a Brasília buscar o dinheiro que os
brasileiros bonzinhos despejam no impostômetro uma vez que as contribuições dos
escravos cariocas não são suficientes para as mordomias que a população está
acostumada a proporcionar de bom grado aos parasitas tratados de “excelências”
e a pão de ló.
A
necessidade de reformar a confusão do sistema político montada pelos falsos
líderes que o embaralharam para que a confusão os beneficiasse, se feita pelos próprios
falsos líderes terá por única finalidade defender seus interesses escusos, o
que fica sobejamente provado com o fato de ter esta reforma logo de entrada transferido
a fabulosa quantia de três bilhões e seiscentos milhões para os malfeitores das
corporações criminosas denominadas partidos políticos. Como se não bastasse,
segundo a imprensa, é o próprio relator da proposta de reforma que propõe ressuscitar
as doações ocultas nas campanhas e ampliar os limites para que pessoas físicas
possam financiar candidatos, além de colocar barreiras e vedações à divulgação
de pesquisas eleitorais. Aí está, pois, a prática da política exercida por
debaixo dos panos cuja malandragem já começa a ser percebida aqui e acolá.
Algumas pessoas, embora sem saber de onde vem o canto, ouvem um galo cantar.
Poucas pessoas, é verdade, percebem haver algo de errado e já procuram
corrigi-las. Mas como do pouco também se chega ao muito, à medida que mais
pessoas perceberem o papelão que fazem nessa forma de sociedade, mais perto
estará o dia da mudança para algo que se espera pelo menos não ter por objetivo
a produção de infelicidades. É preciso, para o bem das próximas gerações,
descobrir onde canta o galo da malandragem e escutar que que ele está dizendo
não ser possível à sociedade ficar a mercê do corporativismo que anula o
princípio de controle entre os poderes uma vez que já existem juízes cuidando
proteger malandros da política e a OAB trabalhando para não ser cerceado do
criminoso o direito ao longo caminho dos infinitos recursos a fim de dar aos
advogados oportunidade de ganhar dinheiro protelando indeterminadamente a
condenação dos criminosos ricos ou mesmo o fim da condenação pela prescrição.
Como para o
brasileiro de triste memória sofrimento nunca é demais, depois de pisar e repisar
uma encheção enfadonha e nojenta sobre esta excrescência da artimanha da
reforma política, a papagaiada de microfone passa agora a virar o disco e pisar
e repisar sobre alteração da meta fiscal que objetiva suprir uma inexistente
falta de dinheiro. Não desperta nos
brasileiros infelizes e festeiros a necessidade de questionar se falta
realmente dinheiro, o que é a coisa mais fácil do mundo de fazer. Basta
assuntar para o que diz a imprensa e o que acontece e pode ser visto à volta.
De acordo com a arrecadação mostrada pelo impostômetro, os brasileiros sempre
de quatro entregam ao governo cerca de quatro milhões de reais a cada minuto.
Para se saber disto basta pedir ao amigão Google sobre o impostômetro.
Prestando atenção se perceberá que em quantos minutos a coluna dos milhões
avança quatro vezes. Isto mostra ser simplesmente impossível faltar dinheiro
para coisa nenhuma. Constatada a realidade de não faltar dinheiro, cabe agora
assuntar para o que está sendo feito do dinheiro existente. A Operação Lava
Jato mostra que o destino de grande parte de toda aquela dinheirama é consumida
em falcatruas entre os ladrões das empresas e os da política, também conhecidos
por “excelências”, enquanto que as mordomias destas “excelências” consomem outra
gorda fatia daquela fabulosa arrecadação DE CERCA DE QUATRO MILHÕES DE REAIS A
CADA MINUTO.
Quando os
papagaios de microfone anunciam algo de positivo, as entrelinhas dizem ser
negativo. Alardeia-se, por exemplo, nesse momento, como coisa boa o
desenvolvimento do setor de serviços, o que na realidade, como diz a própria
imprensa, deve-se à época em que imbecis também chamados de turistas arribam
mundo afora gastando as economias que fazem para esse fim. Entretanto, com o
surgimento de novas e desconhecidas doenças, estes idiotas transformados em
fotógrafos se tornam um veículo transmissor de doenças para uma sociedade onde
os corredores dos hospitais já estão abarrotados de doentes chorando por
atendimento. Tanto a realidade quanto a irrealidade está mostrado na imprensa.
Ela mostra os milagres resultantes da deturpação da política, mas esconde o
demônio responsável por eles ou até mesmo os exalta quando recebe pagamento
para dizer que do agribiuzinesse e dos bancos resulta algo de positivo para a
sociedade. Nesse exato momento, vendo no Yahoo Notícias que o doutor Sergio Moro
diz que a reforma política proposta não é uma verdadeira reforma, como
realmente não é, minha veia de cidadania me levou a comentar a notícia dizendo
que o doutor Moro incorria em erro porque ele, como todo cidadão, deseja uma
reforma que moralizasse o sistema político, de modo a beneficiar a sociedade.
Desse ponto de vista, a reforma realmente não é verdadeira. Porém, do ponto de
vista dos reformadores malandros, a reforma é verdadeira e legítima do ponto de
vista deles uma vez que atinge o objetivo de possibilitar o parasitismo sobre a
sociedade que lhes permitiu surripiar do povo conformado a fortuna de três
bilhões sob alegação de despesas com a eleição. Entretanto, antes de completar
meu comentário sobre a verdadeira finalidade da reforma política, como num
passe de mágica, o poder das forças ocultas fez com que o meu comentário simplesmente
desaparecesse. É desta forma que a imprensa acoberta os desmandos através do
poder das forças ocultas que fazem desaparecer qualquer referência verdadeira à
desordem reinante, por mais humilde que seja esta referência.
Apesar de
quase imperceptível, o esclarecimento é inevitável mesmo em seres de
praticamente nenhuma atividade mental algo mais elevada como são os
brasileiros. Até os irracionais são capazes de evitar repetir algum
procedimento que lhe tenha resultado experiência desagradável. Desta forma, graças
a esta inevitabilidade do processo de esclarecimento, a política exercida às escondidas
começa a ser questionada, principalmente no Brasil, onde o povo é maior vítima
do resultado de artimanhas como encontros furtivos noite a dentro no palácio do
Jaburu e ação abertamente política de ministros do STF. Por conta deste lento
mas real esclarecimento é que já se percebe não estarmos mais nos tempos de se
distrair vendo leões comendo pessoas, enquanto no interior dos palácios era
decidido o destino do povo sem que ninguém visse nada de errado nisso, o que já
não acontece com tanta tranquilidade, evidenciando-se, assim, algum progresso
no caminho da civilização, evidência esta que se faz notar no incipiente
inconformismo demonstrado por gatos pingados através de comportamentos que
embora inadequados não deixam de ser inconformismo, o que é melhor em termos de
sociabilidade do que a conformação pura e simples de permanecer em erro.
É como diz
a razão de quem observa a realidade da vida: à imprensa não interessa mudar
nada num mundo em que se acha de posse do melhor quinhão daquilo que é
considerado fator de tranquilidade e bem-estar: a riqueza. Entretanto, por
força do ofício de informar, ela acaba promovendo a mudança indesejada por ela
mesma ao mostrar a pontinha da montanha de corrupção e desmandos que fica do
lado de fora do mar das mentiras, farsas e falcatruas das quais provêm os
infortúnios que amaldiçoam esta sociedade paquidérmica infensa à necessidade
premente de mudança mostrada cotidianamente pelas notícias da imprensa, como a que
dá conta da reunião do banqueiro Henrique Meireles em com um grupo de outros
sorridentes parasitas sociais, acompanhada de outra notícia dando conta de que o
economista Sardenberg diz
que o funcionalismo público será afetado ainda mais pela reoneração e pelo
reajuste da alíquota previdenciária. As maldades são engendradas em meio a
sorrisos. É como se as “autoridades” tivessem sido tomadas por um surto de
sadismo que os faz achar pouco que os felizes trabalhadores são levados a ter
as marquises por teto e procurassem engendrar novas maldades para
infelicita-los ainda mais. Outra notícia cujas entrelinhas revelam o caos moral
é a de que o mesmo senhor Meireles pede ao mundo dos negócios para não rebaixar
ainda mais o Brasil. É sabido que no mundo da moralidade e da decência o Brasil
não tem mais para onde ser rebaixado. Se no mundo dos negócios e das negociatas
ele ainda pode ostentar alguma altura, tal realidade é mais uma evidência da
necessidade de mudança porque o mundo dos negócios e das negociatas tem por base
a desagregação inerente à cultura do individualismo, o que se opõe ao
indispensável sentimento de solidariedade que permite a aglomeração em grupos
sociais. Tamanha indiferença quanto ao mal-estar social expõe a cambada cega de
parasitas às mesmas aflições pelas quais no correr da história passaram outros
parasitas que também se achavam inteiramente a cavalheiro. O que pode fazer
quem é de paz, e o ideal seria que todos fossem, é desejar aos produtores de
infelicidades que a inevitável mudança seja feita por uma juventude capaz de merecer
o qualificativo sapiens que mude o curso da história de modo que não haja
necessidade de acrescentar novas infelicitações às já existentes. Inté.
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