Empossa-se
um ministro da educação e a imprensa faz um alarde em torno do assunto como se
se tratasse de uma panaceia capaz de resolver o problema da deseducação,
verdadeiro objetivo da educação. Não há paradoxo nisso aí uma vez que as
autoridades apenas representam um papel de bobo da corte do sistema que
desgoverna o mundo porque governar seria promover o bem-estar coletivo,
enquanto a situação em que se encontra o mundo mais para inferno que qualquer
outra coisa mostra ser bem outro o fim a que se propõem todos os governantes,
triste realidade que sempre acompanhou os seres humanos a partir da formação de
grupos. Em função da diferença entre os seres humanos, uns com mais capacidade de
observação e outros com menos, o instinto de bicho porquanto o ser humano ainda
se encontra nesta fase, levou os de maior capacidade de percepção a usá-la para
tirar proveito levando vantagem sobre os menos capazes. Tem sido assim desde
sempre, de modo que os de maior capacidade de observação, na verdade, ao tirar
proveito da incapacidade mental dos demais, a grande maioria, sem que o saibam,
estão se condenando a si mesmos à infelicidade resultante de uma sociedade onde
raros são aqueles que podem ostentar esbanjamento de riqueza enquanto a maioria
absoluta não pode sequer satisfazer as necessidade primárias. O resultado disso
é o que aí está: o choro que acompanha a infelicidade. Para que se sustente uma
forma tão desconexa de organização social faz-se necessário um grande aparato
tecnológico destinado a impedir que os enganados percebem a enganação, sendo o
sistema educacional o motor principal que garante seu funcionamento. Portanto,
qualquer que seja o ministro, sua função será impedir que a turba se esclareça
através da educação para facilitar o trabalho de enganar por parte dos
exploradores dos menos espertos, na verdade não menos bobos que os explorados,
que exatamente por serem bobos, acham-se muito sabidos.
O Xis do
problema, pois, não está na pessoa a ocupar a pasta. Mas, sim, no programa que
o ministro não pode deixar de seguir, e cuja finalidade além de dificultar o
acesso ao estudo, visa à formação de técnicos em produzir um dinheiro que por
meio de mil e um subterfúgios irá parar nas mãos dos aproveitados da inocência
dos inocentes cuja inocência lhes é ministrada juntamente com a educação que
lhes ensina haver tremenda recompensa no céu depois de gastar a vitalidade por
aqui. Escapa aos enganadores a realidade de não ser mais possível a
suntuosidade de um Rei Salomão a fazer pose na revista Forbes num mundo com mais
de sete bilhões de pessoas demandando o consumo de recursos necessários para
viver. A escassez ou mesmo inexistência desses recursos para muitos em virtude
de se encontrarem restritos apenas aos enganadores faz com que a desarmonia
ocupe o lugar da harmonia indispensável à tranquilidade que deve ser o
principal objetivo a ser alcançado pelos seres humanos. Assim, é nada mais que
perder tempo tagarelar quem vai ser qualquer coisa na política se tem ela por
objetivo enganar os menos dotados de percepção. Inté.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário