A jornalista Dora Kramer do jornal Estado de
São Paulo escreveu reportagem intitulada “Odebrecht quer Lula em 2014”. A matéria se encontra no atento jornal Tribuna da
Imprensa, ilustrada por uma charge de Léo Correa onde se vê um banqueiro
dizendo que vai colocar um busto de Lula na entrada do seu banco.
O Editorial de
Le Monde Diplomatic Brasil, deste mês de outubro, por Silvio Caccia Bava,
intitulado SIGILO FISCAL? Começa assim: Quem ficou sabendo que o governo federal abriu mão de cobrar
R$ 1 trilhão de impostos lançados
na dívida ativa da União, devidos principalmente por grandes empresas, públicas
e privadas?
O jornal Folha de São Paulo do dia 13 também deste mês de outubro,
em matéria do jornalista Elio Gaspari, intitulada xerife
da Receita preferiu ir embora, dá conta de que o funcionário responsável pela
fiscalização da Receita Federal preferiu deixar o cargo a concordar com os
prejuízos causados à arrecadação pelo governo em benefício de empresas como a
Ford e o banco Santander.
Embora para
os requebradores de quadris no axé e no futebola nada disto tem importância, é
exatamente ali que está a causa de toda infelicidade que infelicita a vida da
manada saltitante nos terreiros de brincadeiras enquanto não chega a hora de
chorar no corredor do hospital.
Enquanto
mulheres são obrigadas a parir seus filhos nas calçadas; enquanto meninos e
meninas ainda nos cueiros viram assassinos, traficantes, prostitutos e prostitutas;
enquanto os corredores dos hospitais são transformados em vale de lágrimas por
falta daquele dinheiro jogado fora nas notícias acima, o povo está a festejar
imagens de santos e a morrer em desastres, balas, ou explosões, nesta tarefa infantil
e inútil.
É preciso
escrever em todos os muros do país (licença, mestre Nietzsche) que deste modo
de proceder provirá em dobro para as futuras gerações a infelicidade que temos
agora, embora para a manada seja normal viver em meio a cadáveres, tiros, balas
perdidas, explosões e pessoas enlouquecidas. Nunca chegaremos a lugar algum com
o tipo de líderes políticos fantoches dos desavisados ricos com os quais mantem
uma promiscuidade nojenta e perversa para proveito de ambos como mostram as
notícias acima. Enquanto nosso destino for traçado pela liderança de
autoridades com o objetivo de locupletar-se em conluio com o colarinho branco
não arredaremos pé do lamaçal da corrupção que faz faltar dinheiro para tudo,
embora não haja falta de dinheiro para nada.
Por que haveria o colarinho branco de uma
empreiteira querer Lula em 2014? Simplesmente porque esta é a tática usada pelo
colarinho branco. Gasta uma grana para fazer a manada votar no Lula, para
depois entrar no mesmo conluio demonstrado no artigo do jornalista
Carlos Newton publicado no jornal Tribuna da Imprensa de 16/10/013, intitulado Até
mesmo a calamidade na Região Serrana foi aproveitada para conluios entre o
governo Sergio Cabral e os empreiteiros. O povo brincalhão do Rio nem
sequer sabe, ou faz que não sabe, da sociedade entre seu desgovernador e o
empreiteiro Fernando Cavendish apanhados ambos em altas farras em Paris,
certamente comemorando alguma negociata.
Estes
assuntos, entretanto, passam ao largo dos brasileiros ligados que estão nesse outro
tipo de notícia publicada no tipo de imprensa que o governo gosta:
“Bruna Surfistinha diz que se
masturbava assistindo a programa infantil”. “Bumbum de atleta brasileira vira inspiração”. Estes são
os assuntos da preferência da manada. Entretanto, como não era de se esperar,
este modelo milenar e safado de fazer a administração dos recursos provenientes
do trabalho de quem trabalha começa a ser questionado sob várias maneiras. De
greve a quebra-quebra, as pessoas demonstram sua justificadíssima indignação.
A partir do
momento em que o povo indiferente às coisas sérias da vida passar a participar
da política, única maneira de por ordem na casa, daí em diante haverá dinheiro
para tudo o que for preciso. Entretanto, os sofrimentos e as lágrimas nos
corredores dos hospitais serão cada vez maiores enquanto as decisões sobre o
que é bom ou deixa de ser bom para o povo festeiro forem tomadas por baixo do
pano e por uma cúpula cujos interesses são opostos aos interesses do povo, como
tem sido desde sempre. Apenas nas antigas tribos indígenas houve real
preocupação do chefe pelos chefiados. A partir do momento em que passou a
existir a bagunça chamada de civilização, de lá para cá o único interesse dos
governantes é amealhar dinheiro para trocar por mais poder porque quanto mais
poder tiver, mais dinheiro amealha num círculo tão vicioso quanto danoso para a
sociedade, haja vista que a humanidade se encontra assentada sobre um paiol de
pólvora com o rastilho já quase aceso. A sociedade dos homens é de uma
crueldade monstruosa. Formou-se um grupelho de seres humanos pseudo-espertos
cuja ação deletéria sobre os demais seres humanos levará todos à derrocada.
Não faz
sentido falar-se em civilização num ambiente tão hostil quanto o ambiente das
selvas e sua mortandade. Há um imenso fosso separando o que a humanidade pensa
que é e o que realmente é. Os grupos humanos que existem há mais tempo deveriam
ter aprendido alguma coisa com a observação da vida. Entretanto, nada
aprenderam e se encaixam perfeitamente na qualificação de meros enchedores de
privadas feita pelo Mestre do Saber Leonardo da Vinci. Juntaram-se governantes
e a classe dos bobos que se acham muito sabidos, aqueles que roubam o que tem
os menos espertos na ilusão de encontrar paz atrás de um monte de dinheiro.
A educação,
único elemento capaz de tornar sociáveis os homens, uma vez que não se pode
viver senão em sociedade, foi transformada em deseducação. O sistema
deseducacional montado pelo grupo dos donos do mundo torna as pessoas inimigas
das outras pessoas de forma tão devastadora que o mundo nada mais é do que um
arsenal de armas e destruição. Há fuzis, metralhadoras, revólveres, mísseis,
aviões bombardeiros, e até aviões invisíveis para matar sorrateiramente. Ao
lado de um ambiente tão entristecedor, a única preocupação dos seres humanos é
com diversões. Imbecis montam acampamentos onde esperam dias e dias pelo início
de alguma festa. Está a humanidade transformada num bloco de idiotas a festejar
sua própria infelicidade. Em nosso país, então, a única coisa importante é
requebrar os quadris nos terreiros de axé e de futebola. Gastos astronômicos
são feitos para as festas e para a mídia manter o povo distante do modo
canhestro como são tomadas as decisões sobre o uso do erário.
O ludibrio
é tão flagrante que os responsáveis pela infelicidade do povo se ufanam de ter
conduzido nosso país à posição de sétima economia do planeta, não obstante
ocupar a octogésima quarta posição em qualidade de vida. O povo é levado a uma
idiotice tão grande que detesta a pobre e perseguida Cuba, sem reparar que ela
ocupa a septuagésima quarta posição em qualidade de vida na classificação da
ONU, portanto, na frente do Brasil de requebradores de quadris. Este assunto
pode ser visto com maiores detalhes no jornal Tribuna da Imprensa do dia
29/09/013, em matéria do jornalista Flávio José Bertolotto, intitulada O
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DO BRASIL E AS LIÇÕES DE LACERDA. A matéria
também faz quem não é manada refletir sobre o fato do Brasil que estava ao lado
dos vencedores da Segunda Guerra Mundial ter um padrão de vida inferior ao da
Itália que estava do lado dos perdedores.
A tal de
economia nada mais é do que um braço da enganação que leva à valorização da
cultura do TER que faz crer ser o dinheiro mais importante do que caráter,
solidariedade humana e viver com dignidade. Os empregados dos ricos que se
denominam economistas, teciam loas na Rádio CBN à novidade da educação
financeira para crianças. Era só o que faltava! Transformar inocentes crianças
em agiotas. O atual modo de vida só é bom para quem ainda se encontra iludido
na crença de que comer, beber, trepar, e dançar são coisas de grande duração.
Chega-se, porém, à realidade de serem efêmeras, realidade só percebível depois
de passada a capacidade física de requebrar os quadris. Idiotas que se
empanturram de álcool, comida gordurosa, refrigerantes, cigarros e drogas
outras, coisas que eu já fiz como inexperiente na arte de viver, apressam o
momento da debilidade física que leva a um tipo de vida abarrotado de problemas.
Não há um só jovem de hoje que não ache “prosa” esse tipo de advertência.
Entretanto, passada a euforia dos requebros, todos chegarão à conclusão de ter
desperdiçado a oportunidade de resguardar um pouco de vitalidade para ser usada
na velhice.
O pavor que
se tem à morte, sentimento comum na absoluta maioria dos seres humanos,
significa que tais pessoas nada aprenderam sobre a vida. Já ouvi inocentes
afirmarem querer permanecer vivos ainda que na UTI, o que está há anos luz da realidade
de quando o organismo não for mais capaz de expelir os dejetos e eles
precisarem ser retirados mecanicamente por outras pessoas.
Viver em meio a quem
não pensa é a mesma coisa de viver quem não pensa no meio de uma manada. Por
mais desprovida de inteligência que seja tal pessoa, haverá de se sentir
enfarada da companhia de vacas e bois com quem não se pode comunicar.
Certa vez,
um fazendeiro muito rico, mas que acabou assassinado misteriosamente ainda
relativamente jovem, me disse que estaria morto se tivesse dedicado seu tempo
aos estudos. Intrigado, perguntei-lhe como poderia o estudo matar alguém. O que
ele queria dizer era que se tivesse perdido tempo em estudar não teria ajuntado
a fortuna que ajuntou. Outro fazendeiro também muito rico que conheci, vivia
tão atarantado em aumentar a fortuna que seus olhos não se fixavam em nada.
Estavam sempre a movimentar rapidamente nas órbitas oculares. O médico
veterinário que assistia suas fazendas me disse que ele não parava de fazer
negócios nem mesmo quando ia para sua casa de praia com a família. A todo
instante embarcava em seu avião para buscar mais ganhos. Hoje, está sozinho,
viúvo, e numa cadeira de rodas em frente a uma televisão que mostra vacas e
bois correndo de um lado para outro do vídeo. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário