quarta-feira, 30 de outubro de 2013

NO MATO SEM CACHORRO


Há dois mil anos o rei Salomão usou o trabalho de cerca de duzentos mil homens escravizados para construir um templo onde as pessoas deveriam encontrar uma proteção divina tão inexistente que o tal templo teve como única finalidade servir para ser destruído e reconstruído por três vezes sem que nenhuma divindade evitasse esse monumental desperdício de recursos. Passados dois mil anos, bilhões de escravos continuam construindo templos para adoração de divindades do céu às quais foram acrescentadas outras divindades da terra que comem feijão e enchem latrinas. Mas, como se não bastasse tal desatino, elevaram politiqueiros à categoria de divindades também merecedoras de templos onde suas figuras desprezíveis são cultuadas em homenagem à esperteza, na realidade uma falsa esperteza, visto que o procedimento destes falsos líderes terá como consequência a repetição ampliada da Revolução Francesa que já começa a pipocar por todo canto.

O mundo carece de um rumo. Só os deformados por todos os tipos de deformação não percebem estar a humanidade vivendo uma loucura total. Os valores morais foram substituídos por uma degradação de caráter sem limites, na qual chafurdam os seres humanos ao conviver tranquilamente com cenas de putaria e banditismo em suas moradias que já foram chamadas de lar, e até mesmo de doce lar. Em consequência, a juventude que deveria ser o futuro da humanidade está sendo orientada para ser seu algoz. A que porto conduzirá a humanidade a sua força viva reduzida a uma juventude composta de desajustados mentais? A juventude está desamparada e carece de amparo. Ela está sendo orientada para a perdição pelo canto que não é de sereia, mas de um monstro chamado Mercado que vicia os jovens em futucar aparelhos eletrônicos que se superam a toda semana por outros mais modernos, e mais outros ainda mais modernos, numa corrida infernal para as doenças mentais e uma produção monstruosa de lixo perigoso. Como se fosse pouco, vicia também os jovens em beber garapa colorida com açúcar, comer sem saber o que está comendo, ainda por cima às pressas, levando-os à indiferença quanto aos cuidados sem os quais o corpo chegará a uma velhice sofrida e escangalhada.  O organismo não é diferente do motor dos carros que precisam de manutenção. Assim como os líquidos precisam ser limpos através de filtragem para manter um motor saudável, assim também precisa ser livre das impurezas os líquidos necessários ao funcionamento do corpo humano, sendo os rins filtros maravilhosos que nos livram dos venenos ingeridos a todo instante. Entretanto, só se lembra de sua existência quando eles não suportam mais os maus tratos e descambam para a produção de cálculos, o que se deve na mais das vezes por pura falta de ingestão de água de boa qualidade. Pode-se tomar conhecimento do desprezo à saúde nesse sentido pedindo ao amigão Google para mostrar o que diz quem entende do assunto digitando “Médico fala sobre água”

 Uma parte da juventude é constituída de inocentes para quem a vida se resume em requebrar os quadris nos espetáculos de barulho, outro elemento danoso à saúde, como se pode ver também no amigão Google digitando “consequência do barulho”. Não passa pelo lugar onde os jovens deveriam ter cabeça a imensa vantagem de se reservar para a velhice um pouco da vitalidade desperdiçada ao entregar o corpo aos bruxos do bisturi em troca de uma falsa aparência menos desgastada pelo tempo. Quando os trabalhos nefastos dos bruxos do bisturi e das academias não fizerem mais o efeito enganador e a ilusão for substituída pela realidade de que a velhice não pode ser burlada, aí é que se vai perceber o quanto vale ouvir quem já passou pela fase das fantasias e hoje vive a realidade da vida aonde todos chegarão. É nessa hora que os requebros de quadris se transformam em ais, uis, muleta, andador, operação de catarata, implante dentário e UTI. É esta a juventude de quem dependerá as pobres e inocentes criancinhas levadas pelo mesmo caminho desastroso. Lacaios do maldito Mercado alardeiam na Rádio CBN do Rio de Janeiro uma Educação Financeira Para Crianças enquanto outros monstros mentem sobre as vicissitudes de uma Economia Política que, na realidade, não passa de um malogro através do qual a humanidade exerce trabalho servil do mesmo modo que aqueles que construíram o templo para glória de Salomão. Dia chegará em que as pessoas perceberão que foram induzidas a um erro monumental pelos lacaios do maldito Mercado que as faz crer ser normal este sistema absurdo que torna propriedade privada de poucos os meios de produção dos bens de que necessitamos, principalmente a terra, e condena o resto da humanidade a trabalhar em troca de uma sobrevivência medíocre com direito apenas às promessas contidas nos discursos da Constituição Federal elaborada sob o seguinte estardalhaço:

 “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”

É a prova mais eloquente de engodo, de faz-de-conta, de tapeação e deslavada mediocridade das autoridades. Qual a serventia desse documento se em lugar de igualdade temos desigualdade, insegurança em lugar de segurança, brutalidade em lugar de fraternidade, atraso em lugar de desenvolvimento, desordem em lugar da ordem, desigualdade em vez de igualdade, escravidão em vez de liberdade e uma democracia apenas para ricos enquanto a solução pacífica das controvérsias são cacetadas, bombas que danificam os olhos, balas de borracha e de verdade nos professores? Tá ou não tá faltando rumo? Inté.

 

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