Se cada dia que chega encontra o
brasileiro mais infeliz do que estava no dia que se foi, então, é a exuberância
do ridículo desse povo mais reles do mundo que explica a espera de que o ano a
chegar lhe traga melhores condições do que as que lhe trouxe o ano que passou.
Afinal, o ano é o resultado da somatória de trezentos e sessenta e cinco dias
infelizes e mais um de lambuja a cada seis anos.
Quando se trata de ridículo, ninguém supera o brasileiro. nem mesmo no tocante a divindades. Se no
Estado Teocrático as autoridades se faziam respeitar como representantes da
vontade divina, no nosso Estado Teocrático as autoridades não merecem um pingo sequer
de respeito porque se auto desmoralizam de forma tão espetacular que não podem
aparecer em público sem voltar para o luxo de suas mansões pagas pelo povo sem
levar impropérios do mais baixo calão que o vernáculo comporta. Como a questão
do ovo e da galinha, resta saber se o ridículo maior está no povo que dá vida
mansa às autoridades de araque ou se está na pose das falsas autoridades que nada
têm de autoridades responsáveis pela criação e zelo de normas que assegurem
estabilidade social, missão para a qual existem, uma vez que são elas as autoridades
entre aspas as maiores transgressoras destas normas.
Mas o ridículo do brasileiro supera
qualquer outro ridículo. Se o ridículo das pessoas do mundo ridiculamente
chamado civilizado faz delas tão imbecis que dão dinheiro a ignorantes de responsabilidade
cívica para ser esbanjado em especulação espacial, construção de mortíferas máquinas
de destruição, o ridículo do povinho desse recanto da América Latrina o faz dar
dinheiro a jogador de bola para dar gorjeta de cem mil reais a uma garçonete,
enquanto um trabalhador recebe mil por um mês inteiro de trabalho.
Como a finalidades deste cantinho de
pensar é pensar, ocorreu de pensar o seguinte: qual será o destino de uma
sociedade (a humana) formada por indivíduos educados em criança para se
tornarem seres egoístas, avaros e sem noção do que seja responsabilidade cívica?
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