terça-feira, 7 de dezembro de 2021

ARENGA 630

 

Adultos têm comportam de criança  quando se descontrolam no momento em que a bola passa pelo goleiro, um carro de corrida ultrapassa outro, compram feijão milagroso ou conversam com estátuas, momentos em que são tomados emoção forte o bastante para tirá-los do sério, desconhecendo que este procedimento na verdade ridículo independe de sua vontade tanto quanto o hipnotizado que sem ser ridículo procede como tal quando o hipnotizador determina. Não é por vontade própria que são indiferentes a coisas contrárias ao bom senso como, por exemplo, a substituição dos bons pelos maus costumes não obstante o malefício decorrente para os filhos.

E não podem mesmo saber o motivo pelo qual agem de modo irracional porque seu raciocínio se encontra sob influência que independente de sua vontade. 

Quem se mantem lúcido percebe algo de errado no comportamento humano. A série O Império Romano na Netiflix mostra que para confundir o raciocínio da plebe romana, evitando que ela sentisse o efeito da má política desempenhada pelo imperador Calígula, desperdiçando o dinheiro público, ele fortaleceu o pão e circo revigorando os espetáculos no Coliseu das lutas entre gladiadores. Com isso, a turba era tomada da euforia tamanha que esperneava de alegria, indiferente a tudo o mais. Mulheres, eufóricas, desnudavam os seios e, aos berros, saudavam o gladiador que trespassava o adversário com a espada. Na atualidade, o Coliseu foi substituído pelos estádio de futebola onde, do mesmo jeito, a turba berra, esperneia e as mulheres dão jeito de acontecer.

A humanidade recusa evoluir mentalmente. Evolui na arte de matar, orar, dançar, inventar modalidades de jogo e roubo. No que diz respeito a elevação espiritual, entretanto, nega-se terminantemente a avançar. De tolice em tolice é que os seres humanos adotaram a cultura de desenvolvimento econômico que além da insensatez de produzir riqueza para poucos e pobreza para muitos, custa a destruição dos recursos naturais, consequentemente, a impossibilidade de vida para os próprios seres humanos.

No afã de repassar às inocentes vítimas do pão e circo algo do que nos ensinam os Grandes Mestres do Saber é que este cantinho de pensar vai de encontro a demonstrações de ingenuidade de quem nega a necessidade imperiosa de fazer com que a evolução material seja acompanhada de evolução mental. Negar esta realidade corresponde a ser tão inocente quanto quem acredita que a humanidade tem origem num casal formado por um Adão feito de barro e uma Eva feita da costela dele, quando, na realidade, basta nossa semelhança com as espécies inferiores para mostrar que resultamos da evolução de alguma delas como afirma a ciência.

A falta de discernimento humano desponta, por exemplo, ao levar à exuberância atividades lúdicas, atribuindo-lhes maior importância que as atividades das quais dependem não só o bem-estar, mas também a vida. Sendo alegria o objetivo do divertimento, demonstração de alegria quando se está em perigo só a idiotia pode justificar. Assim, a exuberância dos espetáculos circenses denuncia perigoso estado de afetação mental ou idiotia.


 

 

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