Só o próprio povo pode salvar-se do
desastre que já se manifesta. Deus não o livrará dos incêndios se ele
transformou Sodoma e Gomorra em cinzas. Não livrará o povo das enchentes se ele
afogou até os animais no Dilúvio. Não poupará o povo das guerras se ele
comandou com seus superpoderes guerras sangrentas onde até crianças eram
passadas a fio de espada em favor dos israelitas. Nem livrará o povo das crises
porque tanto Abraão quanto Moisés e Isac foram vítimas de braba crise de fome
por seguirem orientação de deus. Mas, se o povo é tão estúpido que por não
saber encontrar-se em perigo vive a cultuar escoiceadores de bola e cantadores
de bobagem que elevam à categoria de reis e lhes dá tanta riqueza como se
fossem reis de verdade, quem salvará o povo da hecatombe resultante do processo
de transformar tudo em dinheiro inclusive o tempo, como dizem ter orgulho em fazer
os americanos de bunda branca?
Como esperança não deixa de haver
assim tão facilmente, e há muitas pessoas tentando mostrar ao povo o caminho da
salvação, só há um jeito que é apegar-se a estes salvadores. Mas eis que também
aqui surge o problema mencionado por mestre Rousseau de não se poder ser claro
com quem é desatento. Desta forma, como serem claros os salvadores do povo se o
povo é desatento e ligado em escoiceadores de bola, cantadores de bobagens,
divindades e futucação de telefone?
Seguinte: voltando outra à teimosia
da esperança em nunca desanimar, o negócio é esperar que nossos salvadores
mudem seu método de ação e em vez de apenas escreverem livros nos quais se atêm
exclusivamente em análises dos problemas, passem a ter por prioridade um
trabalho de desemburrecimento coletivo para fazer com que a massa ignara se
torne capaz de se desligar do que se liga e passar a se ligar no que não se
liga.
E assim encerramos mais essa “prosa”
lembrando que só a opinião pública tem o poder de mudança, mas como a opinião
pública é moldada pela mídia forjada na forma da cultura do venha a mim e os
outros que se danem, tudo estará perdido sem que se mude tal estado de coisas
porque para a cultura em voga o normal é justamente o anormal. Portanto, ou
muda, ou muda.
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