É de dar dó a correria dos coitados
dos policiais federais madrugada adentro buscando aqui, ali e acolá provas de
lavagem de dinheiro e corrupção porque quem entende profundamente do assunto de
crimes de corrupção, o doutor Stephen Platt, escreveu o seguinte na página 20
do livro Capitalismo Criminoso: “A lavagem de dinheiro e o favorecimento ao crime por parte
de instituições financeiras são dois dos grandes males de nossa época. Eles
alimentam a comercialização de drogas, o tráfico humano, a evasão fiscal,
pagamentos a corruptos e a prática de atos de terrorismo em todas as partes do
globo. Esses dois males promovem a miséria e o sofrimento de milhões de
pessoas, permitindo que os criminosos saiam ilesos e gozem os lucros de suas
práticas ilícitas”.
E, na página 21: “...a lavagem de dinheiro e o
favorecimento ao crime são os sintomas mais atrozes da doença da indústria
financeira”. E, na
página 40: “Se a
lavagem de dinheiro é apenas um sintoma ou consequência de outros crimes, por
que o sistema financeiro não coloca a mesma ênfase, ou uma ênfase ainda maior,
na prevenção do favorecimento ao crime? Essa ênfase não acontece devido ao
exame precário que se faz do importante papel que as instituições financeiros
em geral desempenham na assistência a criminosos”.
E, na página 128: “...são sempre os países mais pobres
os mais suscetíveis à corrupção, e os que menos poderiam se dar ao luxo de
deixar que o dinheiro público vá para as mãos de um pequeno grupo de
empresários e políticos. Isso gera um círculo vicioso em que, mesmo um país
sendo muito rico em depósitos minerais e fontes de petróleo, essa riqueza
jamais será gasta no desenvolvimento humano e na infraestrutura, desestimulando
investimentos e agravando ainda mais a pobreza”.
E, na página 129: “O sistema financeiro internacional é
um participante essencial da própria operação corrupta ou da retenção do
dinheiro acumulado por suborno ou roubo. Os bancos desempenham um papel
fundamental, fornecendo contas e estruturas empresariais que possibilitam a
execução de contratos ilegais, disfarçando a origem ou o destino do dinheiro e
permitindo que o dinheiro advindo de corrupção seja retido para, depois, ser
acessado por seu destinatário”.
E, na página 131: “...a compra de anuência de membros
da polícia, das Forças Armadas e de patrulheiros das fronteiras nas Américas
Central e do Sul por cartéis de droga é fundamenta para que os traficantes
possam continuar com suas atividades e impede as tentativas de combater tanto
os traficantes como os oficiais corruptos. Os baixos salários desses oficiais
em vários países em desenvolvimento os deixam particularmente suscetíveis ao
suborno, pavimentando em tereno fértil para outros tipos de crime”.
Depois de viver várias culturas como
bichos, entra agora a humanidade na pior de todas as culturas, a do banditismo
legalizado. Pior porque como disse Rui Barbosa, os crimes que mais denigrem a
humanidade são aqueles praticados por quem a lei incumbiu de sua guarda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário