domingo, 20 de agosto de 2023

ARENGA 693

 

É de dar dó a correria dos coitados dos policiais federais madrugada adentro buscando aqui, ali e acolá provas de lavagem de dinheiro e corrupção porque quem entende profundamente do assunto de crimes de corrupção, o doutor Stephen Platt, escreveu o seguinte na página 20 do livro Capitalismo Criminoso: “A lavagem de dinheiro e o favorecimento ao crime por parte de instituições financeiras são dois dos grandes males de nossa época. Eles alimentam a comercialização de drogas, o tráfico humano, a evasão fiscal, pagamentos a corruptos e a prática de atos de terrorismo em todas as partes do globo. Esses dois males promovem a miséria e o sofrimento de milhões de pessoas, permitindo que os criminosos saiam ilesos e gozem os lucros de suas práticas ilícitas”.

E, na página 21: “...a lavagem de dinheiro e o favorecimento ao crime são os sintomas mais atrozes da doença da indústria financeira”. E, na página 40: “Se a lavagem de dinheiro é apenas um sintoma ou consequência de outros crimes, por que o sistema financeiro não coloca a mesma ênfase, ou uma ênfase ainda maior, na prevenção do favorecimento ao crime? Essa ênfase não acontece devido ao exame precário que se faz do importante papel que as instituições financeiros em geral desempenham na assistência a criminosos”.

E, na página 128: “...são sempre os países mais pobres os mais suscetíveis à corrupção, e os que menos poderiam se dar ao luxo de deixar que o dinheiro público vá para as mãos de um pequeno grupo de empresários e políticos. Isso gera um círculo vicioso em que, mesmo um país sendo muito rico em depósitos minerais e fontes de petróleo, essa riqueza jamais será gasta no desenvolvimento humano e na infraestrutura, desestimulando investimentos e agravando ainda mais a pobreza”.

E, na página 129: “O sistema financeiro internacional é um participante essencial da própria operação corrupta ou da retenção do dinheiro acumulado por suborno ou roubo. Os bancos desempenham um papel fundamental, fornecendo contas e estruturas empresariais que possibilitam a execução de contratos ilegais, disfarçando a origem ou o destino do dinheiro e permitindo que o dinheiro advindo de corrupção seja retido para, depois, ser acessado por seu destinatário”.

E, na página 131: “...a compra de anuência de membros da polícia, das Forças Armadas e de patrulheiros das fronteiras nas Américas Central e do Sul por cartéis de droga é fundamenta para que os traficantes possam continuar com suas atividades e impede as tentativas de combater tanto os traficantes como os oficiais corruptos. Os baixos salários desses oficiais em vários países em desenvolvimento os deixam particularmente suscetíveis ao suborno, pavimentando em tereno fértil para outros tipos de crime”.

Depois de viver várias culturas como bichos, entra agora a humanidade na pior de todas as culturas, a do banditismo legalizado. Pior porque como disse Rui Barbosa, os crimes que mais denigrem a humanidade são aqueles praticados por quem a lei incumbiu de sua guarda.  

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