O que fizemos nós seres humanos para termos
um destino tão ingrato a ponto de por ignorância provocarmos nosso próprio
extermínio e que não obstante a capacidade de raciocinar, como disse o
historiador, vivermos a destruir o que construímos? Como entender que
desperdice em armas caríssimas o dinheiro da saúde, segurança, moradia e
alimentação, se os carentes destes bens tandem à violência e ao desassossego?
Nada é a resposta para esta pergunta.
E é justamente por nada temos feito que somos tão infelizes e estúpidos a ponto
de sermos indiferentes às causas de nossa infelicidade embora elas estejam bem
aí à vista nas figuras de aproveitadores da nossa ignorância.
Quando deixamos de nos interessar
pela política, pelo modo como se administra a riqueza pública, também deixamos
o campo livre para que esta riqueza que é a única responsável pelo bem-estar
social e garantia da sustentabilidade fosse apropriada e desperdiçada por
pessoas de nenhum senso comunitário para as quais é possível uma comunidade na
qual a maioria apenas produz para uma minoria tão frívola e perdulária desperdiçar
como faziam aqueles perdulários despreocupados que antecederam a Revolução
Francesa, no dizer do historiador Eduard Mac Nall Burns.
A vida jamais será possível sem que
seja encarada a realidade de ser o dinheiro o único provedor de tudo aquilo que
ela demanda. Assim, portanto, não há de se permitir que parasitas tenham
permissão para a posse de quantidade de dinheiro infinitamente maior do que as
necessidades. A infelicidade decorre unicamente da burla engendrada pelos aproveitadores
e ajuntadores de riqueza que afasta das pessoas esta realidade e as conduz para
os céus e um deus inventado para evitar o conhecimento da verdade.
Da falsidade que envolveu os seres
humanos por obra de enganadores inescrupulosos e perversos resultou tamanha
deturpação da nobre atividade política que dela não participa por justificado
motivo ninguém de nobreza de caráter e que não vise a locupletação.
Livros volumosos, os tais de
“Best-Sellers”, ou seja, ótimos de vendagem, tergiversam esbanjando
intelectualidade inútil, mas sem tocar no assunto de ter a humanidade se
deixado conduzir por maus caminhos ao deixar-se levar pelo berrante sobrado
pela imensa papagaiada de microfone que mundo afora, em obediência a ordens de
Midas que por mil e uma artes demoníacas se apossaram da mente humana e a
tornou incapaz de agir contra sua própria ignorância e destruição.
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