Ao deixar os filhos à mercê dos vais
e vens desta vida pessimamente vivida porque baseada numa cultura fundamentada
em falsidades, tal procedimento é
moralmente um ato criminoso porque não tendo o discernimento que lhes
permitiria separar do mar de mentiras o tênue riacho de verdades, não há como
estes jovens evitarem ser cooptados por uma vida de alegrias que na realidade
não têm tanta razão de ser porque passado o tempo de juventude é inevitável que
estas alegrias deem lugar a reflexões e seriedade. É quando se percebe que
muitos dos comportamentos praticados quando jovem, se evitados, teriam poupado
dissabores.
Pior do que ser indiferente a que os filhos
aprendam falsidades é ensinar-lhes as falsidades da cultura do venha a mim e os
outros que se danem porque a vida comunitária exige que cada indivíduo tenha em
relação à comunidade o mesmo zelo que tem consigo mesmo porque ninguém estará
bem sem que a comunidade também esteja, realidade que se apresenta nas coisas
simples como pedintes nos semáforos fazendo pensar na intranquilidade dos
descendentes quando o número deles for superior àqueles a quem eles estendem a
mão. Vai daí que não se deve ser indiferente ao que é ensinado aos filhos porque
o poder de organização social para melhor ou para pior quem possui é o povo, e
se o correto é uma sociedade melhor, tal sociedade não pode ser alcançada com
um povo que aprendeu mentiras em criança porque a educação da criança molda a
personalidade do adulto. E o que não faltam são mentiras e falsidades. O
professor Yuval Noah Harari em Sapiens, foi feliz quando cunhou a expressão
Realidade Inventada. De fato, os princípios de honestidade, lealdade,
moralidade, legalidade e sinceridade não existem na realidade como provam as falcatruas
legalmente praticadas pelas instituições financeiras denunciadas em vários livros
sem que os denunciados as contestem, a exemplo do final da página 398 e princípio
da 399, do livro de Luiz Marques, Capitalismo e Colapso Ambiental, sobre
lavagem de altas quantias do crime organizado pelo Banco HSBS.
Ante a incontestável realidade de ser
impossível haver tranquilidade se a sociedade é tão mal organizada que poucos
possuem demais e muitos possuem de menos, e se é assim que é organizada nossa
sociedade, é inútil buscar tranquilidade em riqueza ou divindades porque é
impossível eliminar um mal se as suas causas permanecem. E as causas da
intranquilidade humana serão cada vez mais poderosas por contarem com um poder
político muito bem-organizado pelos ricos donos do mundo que estão erradamente
convictos de haver vantagem numa sociedade na qual só eles têm direitos e os
demais arquem com as obrigações. Por outro lado, não havendo quem se disponha a
contestar esta organização social incapaz de dar origem a bem-estar e pródiga
em gerar mal-estar, a tendência é continuar assim porque o povo que detém o poder
de mudar é feito de adultos que aprenderam erradamente em crianças que na vida
as alegrias são mais importantes do que assuntos tão importantes que deles
depende não só a qualidade de vida, mas também a própria vida.
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