CAPITALISMO E LIBERDADE é o nome de
um livro do economista americano Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia. O
livro mereceu elogios rasgados de jornalões americanos e o autor é dito o
economista do século. Que o mundo enlouqueceu, não é novidade se jovens estão
cometendo suicídio, desordeiros são tratados de excelências e pobres diabos
mentais são famosos e celebridades. Entretanto, é novidade que os maiores
intelectuais do mundo tenham enlouquecido também. O capítulo primeiro do livro
do economista do século, começa do seguinte modo: “Há uma convicção generalizada de que
a política e a economia são questões distintas e têm pouca relação entre si; de
que a liberdade individual é um problema político, e o bem-estar material, um
problema econômico”.
Se é que há a convicção, de que
política e economia são questões distintas, é só na redoma de vidro em que
vivem os intelectuais, distante da realidade do povo, no mundo da lua. Para
quem vive no mesmo mundo onde vive o povaréu é diferente. Política e economia são
tão vinculadas entre si que são como unha e carne. Além disso, a única
liberdade que a política assegura é dar aos pobres o direito de escolher em
pagar de uma só vez ou em parcelas o valor do imposto. E mais, é a política que
determina o tipo de economia. Tanto esta é a realidade que no capitalismo,
forma de administração pública preferida pelos ricos donos do mundo e que vem
mandando e desmandando (desmandando mais que mandando) em todas as sociedades
ricas desde a Revolução Industrial. Dissemos “desmandando” com base no também
economista Eduardo Moreira, que na página 27 do livro Desigualdade diz o
seguinte a respeito da desarrumação econômica que do capitalismo resulta para nossa
sociedade: “...
vivemos no país que possui a maior desigualdade social do mundo, com o 1% mais
rico concentrando a maior parcela do total da renda gerada. No Brasil, essa
fatia é de quase 30% da renda total. Quando analisamos patrimônio, e não renda,
esse percentual aumenta ainda mais. Para se ter uma ideia, 1% dos donos de
terras concentram mais de 50% das terras cultiváveis do país. E quando
consideramos o volume de dinheiro, o 1% mais rico possui mais reservas
acumuladas do que os 90% mais pobres. Uma verdadeira catástrofe social, com
consequências nefastas, que parece, porém, passar despercebida à maior parte da
população”.
Clama aos céus, pois, a afirmação de
ser a economia responsável pelo bem-estar material da sociedade porque na
verdade é responsável pelo mal-estar social que toma conta da sociedade humana
com guerras pipocando por todo canto e o povão idiotizado em meio a tudo isso
ignorando que cabe a ele e não a divindade a tarefa sublime de fazer a vida
menos desagradável, sobretudo pelas inocentes crianças que sofrem pelos desatinos
dos adultos que desembocaram na catástrofe social a que se refere Eduardo
Moreira.
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