sexta-feira, 21 de julho de 2023

ARENGA 687

 

Embora profissionais da arte da religiosidade, arrecadação de dízimo e de não deixar cair a peteca da fé, ainda que não se saiba fé em quê, como disseram os Paralamas do Sucesso, tenham explicação para todas as dúvidas de quem ainda as tem sobre divindades, as explicações deles não resistem a um mínimo de meditação sobre o assunto. Daí afirmarem que os mistérios de divinos não devem ser motivo de especulação, mas apenas aceitos sem quaisquer comentários em contrário. É realmente necessário não meditar a respeito das falas destes profissionais para não se perceber a insustentabilidade delas uma vez que tal comportamento vai de encontro a propensão à curiosidade inata na natureza do ser humano.

Pensar sobre religiosidade leva a concluir que não pode alguém estar desrespeitando nada por não conseguir acreditar em algo que lhe é dito mas que de acordo com sua compreensão não faz sentido como a sacralidade atribuída à bíblia visto que o dicionário define “sagrado” como algo que inspira ou deve inspirar respeito ou veneração. Entretanto, não podem ser merecedores de respeito e muitíssimo menos de veneração os morticínios de Jericó (Josué 6:21) no qual foram passados a fio de espada homens, mulheres, jovens, velhos, bois, ovelhas e jumentos. Da mesma forma, o assassinato impiedoso de Uzá (2 Samuel 6:7); e nem se pode também admitir que o deus dos profissionais da fé, tão poderoso que criou o universo, tenha necessidade de exércitos (Salmos 46:7 e Isaias 9) do mesmo modo que governantes assassinos de sua juventude, a maior riqueza de qualquer sociedade, se bem orientados seus jovens desde criança em qualquer outra cultura que não seja a do venha a mim e os outros que se danem.

Não, meus senhores gatos pingados que por não terem nada melhor a fazer, dão atenção ao Blog do Zé Pensador e que certamente não são daqueles que se pudessem deixariam nosso país. A solução para nossa desgraça não está na fuga. Está em uma luta constante a favor de estimular o raciocínio desse povo feito de religiosos, carnavalescos e torcedores, categorias nada propensas à meditação.

 

 

 

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