sexta-feira, 10 de novembro de 2017

ARENGA 460


Houve época em que os reis eram considerados deuses. Logicamente, na condição de divinos, haveriam de dar preferência a uma ligação com o reino do céu. Hoje entretanto, a realeza prefere o reino do inferno, do inferno fiscal. Está aí, provando o que se deve esperar dos falsos líderes enquanto perdurar a cultura de deixar o destino a cargo das “autoridades”. No país dos mais civilizados entre aspas do mundo, aspas justificadas pelo fato de não existir civilização em parte alguma do mundo, porquanto o termo CIVILIZAÇÃO indica uma sociedade na qual seus integrantes tenham alcançado elevação mental capaz de organizar um mundo diferente do mundo dos irracionais, realidade da qual a sociedade humana se distancia anos luz uma vez que são predadores da própria espécie. Na “civilizada” Inglaterra, sua rainha e líder máxima daquele povo da bunda alvejada, uma senhora que nada aprendeu durante sua longa vida, provando serem bem outras as preocupações dos falsos líderes, acumula riqueza no inferno fiscal, riqueza tirada do lombo daquele povo “civilizado”. Tal realidade evidencia a recusa da humanidade em tirar os olhos do que já foi para direcioná-los rumo ao que deve ser. A existência de reis é a prova material da recusa da humanidade em sair do mesmismo para se aventurar com dignidade e sabedoria rumo a novos horizontes. Tal comportamento não condiz com o dinamismo próprio da juventude porque a impressão passada pelos jovens é de terem sido apossados por espíritos fugidos de sarcófagos que moldam neles uma personalidade infensa a sentimentos nobres uma vez que, como Reis Midas, também têm por única atividade a cata de riqueza. Da educação a que são submetidos os jovens resultam velhos amorais ou imorais, criminosos sorrateiros e covardes de cujos crimes resultam maiores danos sociais do que os crimes à mão armada. Não há termos de degradação moral que justifiquem o despudor, e a falta de vergonha em velhos carecas ou de cabelos brancos sendo conduzidos à prisão perante seus filhos e à sociedade por roubo. Diz-se pelaí que mesmo nas coisas ruins há algo de bom. Uma propaganda confirma esta afirmação. Sendo a propaganda a arte de explorar a estupidez humana, o que fica evidente na propaganda do governo que termina com a expressão GOVERNO FEDERAL, ORDEM E PROGRESSO! Se a situação em que se encontra o Brasil é de ordem e progresso, precisa ele entrar mais que depressa na desordem e no regresso por ser o que aí está exatamente o contrário do que deve ser. Entretanto, apesar da falsidade e das mentiras contidas nas propagandas, uma propaganda que há muito desapareceu da televisão dá um exemplo de tamanha grandeza espiritual que se incorporada à personalidade do ser humano faria do mundo o lugar ideal para se passar o período de permanência na vida. A propaganda mostrava uma corrida de deficientes mentais em que um dos competidores leva um tombo tão violento que não consegue se levantar e todos os competidores, inclusive aqueles que se encontravam na frente, voltaram para socorrer o acidentado, numa demonstração de elevado espírito de cooperação, exatamente o que falta nas pessoas consideradas civilizadas como demonstra o procedimento da rainha da Inglaterra e sua ação individualista e egoísta de acumular fortuna nos infernos fiscais.

Chega de pisar e repisar o que é. É hora de se cogitar do que deve ser uma vez que o que é dá provas irrefutáveis de não poder continuar sendo. Vive-se de modo tão inexplicável que o erro continua prevalecendo sobre o certo. Se galileu foi perseguido por concluir acertadamente que a Terra gira em torno do sol, se Lutero foi perseguido por dizer ser estelionato a venda de passaporte para o céu, da mesma forma, também por dizer a verdade, a Operação Lava Jato está sendo perseguida pela bandidagem de colarinho branco. Apesar disto, a propaganda quer fazer crer tratar-se de ordem e de progresso. É preciso virar o disco e sair do mesmismo de dizer que tá tudo errado porque isto é mais do que evidente. Os livros, por mais eruditos que sejam seus autores, nenhum deles cogita de uma nova ordem para ocupar o lugar da cultura mumificada de cada um por si fundamentada no analfabetismo político que faz parte da ignorância generalizada que os livros deveriam combater em vez de fomentar. No livro História Geral e do Brasil, de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, editora Scipione, na página 90, consta a seguinte pergunta: POR QUE A VACA É SAGRADA NA ÍNDIA? Ora, não só a vaca, quanto tudo o que se refere a divindades é fruto exclusivo da ignorância. A ilusão sobre divindades é transmitida de pais prá filhos desde que o homem inventou seres celestiais a quem apelar por proteção, seres estes que foram sendo substituídos por outros até serem reduzidos em apenas um. Esta mentira monumental vem perdendo força à medida que a ignorância aos poucos vai dando lugar ao conhecimento. Tanto é assim que os indianos já comem junto com a carne das vacas o deus que eles acreditavam existir nela. No futuro, se houver um futuro, as novas gerações encararão com pasmo coisas ridículas como conversar com estátua, ser morto nas igrejas onde se vai buscar proteção, representantes de Deus fazendo pose na revista Forbes ou beijando o pé do pária social. Na página 235 do livro Evolução Espontânea, editora Batterfly, como sendo da autoria de Swami Beyondananda, consta a seguinte declaração: “Acredito que tenhamos sido criados para evoluir. Caso contrário, Jesus teria dito “não façam nada até eu voltar”, o que também é parte do mesmismo. A inovação está na pesquisa segundo a qual, como Deus, Jesus também nunca teria existido. Realmente, só a inocência pode admitir um pai que entrega seu filho a inimigos para pregá-lo numa cruz. Absolutamente tudo em que se acredita é uma grande mentira. A causa do comportamento humano de produzir a própria infelicidade reside na recusa de parar prá pensar. Inté.   

 

 

 

 

 

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