Malthus não
se enganou quando disse que a humanidade pereceria por falta de comida, como supõem
os fanáticos da tecnologia cujos benefícios trazem embutidos mais prejuízos
sociais do que lucros. O entusiasmo demonstrado pelos papagaios de microfone
que em troca da despensa abastecida juram de pés juntos ser o agribiuzinesse beleza
pura contrasta frontalmente com o constante da página 175 do livro Capitalismo
e Colapso Ambiental, de Luiz Marques, estudioso de assuntos de meio ambiente, que
segundo Maria Helena Semedo, diretora geral de recursos naturais da FAO, a
menos que se abandonem as práticas agropecuárias atuais, a quantidade de terra
agricultável e produtiva em 2050 será apenas um quarto do que era em 1960. Por
ser simplesmente estarrecedor, tal notícia, vindo de quem estuda o assunto da
degradação ambiental, deveria causar comoção na juventude, vítima maior da fome
inevitável com a desertificação das terras férteis. Aí está, pois, a
confirmação da teoria de Malthus segundo a qual faltaria comida no mundo. A
promessa de que a tecnologia produzirá alimento independentemente de terra tem
tanto futuro quanto se mudar de planeta como se muda de apartamento. Mas a
juventude prefere o mundo do pão e circo cujas figuras maiores são os “famosos”
e as “celebridades”, marionetes que se acreditam realmente terem motivos para
serem famosos e célebres apesar de não passarem de grandes imbecis que não
sabem fazer um O com um copo. Desta forma, caso a burrice não a extermine
antes, a humanidade será exterminada pela ação socialmente criminosa do
ajuntamento de riqueza nas mãos de mentalidades arcaicas como as do
agribiuzinesse que não obstante ser fabricador de cânceres é endeusado sob completa
indiferença da juventude futucadora de telefone.
A
humanidade é um contrassenso de cabo a rabo. O alvoroço em torno de reivindicação
de educação para os filhos é uma estupidez do tamanho do mundo por não se cogitar
do tipo de educação prestada e a que deve ser reivindicada. Educação é acumulação
de conhecimentos adquiridos por meio de informações passadas de uma fonte para
o educando. Acontece que se as informações não correspondem à realidade
ter-se-á uma educação também dissonante da realidade e da qual resultarão
comportamentos como os que orientam os seres humanos de forma tão equivocada
que permitem a avaros ajuntadores de riqueza a destruição do ar, da água e do
envenenamento dos alimentos. A coisa é simples como dois e dois: uma velharia
com ranço de museu, viciada em ajuntar riqueza, assumiu o comando do mundo com
mão de ferro e é quem determina como deve se comportar a humanidade de acordo
com seus interesses que são diametralmente opostos aos interesses da sociedade
humana. Tão opostos que embora obrigados a viverem em comunidade, os seres humanos
vivem cada um por si competindo uns com os outros como se fossem inimigos em
vez de companheiros. No que diz respeito à vida em sociedade, a educação
resultante das informações provenientes desta velharia ultrapassada é
contraditória com o bem-estar almejado por todo ser humano. Não obstante tão
absurda realidade, a juventude, a maior prejudicada por tal tipo de educação,
se reúne como faz no programa do Serginho Groisman para discutir sobre
educação, quando, na verdade, está sendo tão deseducada que desconhece a
contradição entre competição e vida comunitária, assunto que apesar da
importância não merece ali uma palavra sequer. Desta deseducação social resulta
o conformismo com a divisão dos seres humanos entre os que podem tudo e os que
nada podem. A orientação da velharia de mentalidade medieval resultou na transformação
da nobre arte da política em antro de aproveitadores tão pernósticos e
convencidos de si que se autodenominam excelências, quando, na verdade, são
parasitas que desfrutam de vida regalada custeada pelo trabalho da classe
trabalhadora que produz o dinheiro com o qual fazem pose na revista Forbes. O
fato de ser a população do mundo inteiro indiferente a tal situação é prova
evidente de ser pior do que educação nenhuma uma educação baseada em
informações falsas.
Como a
estupidez humana é ilimitada, o mesmo que acontece com a educação também
acontece com todas as demais coisas das quais depende a boa convivência social,
como a questão da segurança. Aos jovens é dito que segurança depende de haver
muitas cadeias e policiais que promovam a efetiva prisão de todos que cometem
crimes, o que é um erro monumental. Só há segurança se não houver ocorrência de
crimes. A má distribuição de renda é a causa principal dos crimes. Num dos
livros ali na estante está dito que se perguntou a um sábio o que fazer para
evitar os ladrões, ao que o sábio respondeu que a maneira mais eficiente de
evitar ladrões é não ter o que lhes desperte a cobiça. Os crimes inevitáveis, decorrentes
de disfunção da personalidade, são poucos em relação aos causados pela
necessidade de atender necessidades. Portanto, corrigindo o desbaratamento da
riqueza com o pão e circo e impedindo que párias sócias se apossem de montanhas
de riqueza, a consequência será uma drástica redução da criminalidade.
Toda
questão se resume no desconhecimento da existência de uma entidade que se chama
sociedade ou vida coletiva que demanda tantos cuidados quanto a vida privada.
Esta inobservância de vida coletiva pode ser observada nas coisas simples como
o comportamento de um casal que chegou no momento em que o elevador abriu a
porta e que indiferente à minha presença e mais duas pessoas que esperavam,
embarcou como se não houvesse mais ninguém.
Merece
muita reflexão o fato de ter o povo adotado o mesmo comportamento dos
irracionais, principalmente a juventude. Há, na imprensa, ilustrando matéria
jornalística, a figura de um burro cujo tapa-olhos são dois telefones
celulares. Inté.
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