sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E UM



No dia 5/11/14, em seu comentário diário na rádio CBN, Arnaldo Jabor esclareceu um fato que devia ser motivo de reflexão para toda a juventude deste belo país de triste sorte. Quem conheceu o jornal O Pasquim também conheceu Paulo Francis, fabuloso jornalista e intelectual de altíssimo nível. Pois bem, o comentário do Jabor foi sobre o motivo pelo qual morreu o Paulo Francis. Pasmem idiotas futucadores de telefone: Paulo Francis, segundo a declaração do também grande jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, teria sido assassinado pela Petrobrás porque há cerca de dezoito anos denunciou um roubo ocorrido naquela empresa. Como não se muniu da comprovação necessária, a Petrobrás o processou e ele foi condenado a pagar uma verdadeira montanha de dinheiro, coisa que não tinha, e em função deste desgosto teria vindo a falecer. Então, as crianças de hoje viverão uma sociedade onde o bandido é herói e o herói é bandido, uma situação em que o errado é o certo, e o certo é que está errado? Ou esses pais idiotas se ligam na realidade de estarmos vivendo uma situação de inversão de valores ou seus filhos irão amaldiçoá-los quando chegar a derrocada final deste amontoado de bichos já qualificado de manada, cujo comportamento dá mostras de ser autêntica a qualificação.


Embora os enchedores de igrejas, terreiras de axé, de futebola e futucadores de telefone possam dar de ombros e pensar não terem nada com isso, é o maior engano que cometem. A respeito destes pobres de espírito que pensam haver meio se se viver apenas seu mundinho familiar desligado o resto do grupo ao qual pertence, ninguém menos que o Grande Mestre do Saber, Georges Politzer, grande pensador que também foi morto por falar verdades, disse tratar-se de analfabetos políticos aqueles que acreditam estar fora do mundo político. Efetivamente, a sociedade nos engloba a todos de modo tão envolvente que a atitude de um reflete nas atitudes dos demais. É realmente uma grande bobagem pensar como quem diz não se incomodar se político rouba, uma vez que não roubam nada seu. Incorre em erro dos maiores quem assim pensa porque do roubo do dinheiro público resulta toda a mazela que a todos infelicita.


Não se dá meia volta sem encontrar motivo para constatar a grande realidade contida na afirmação de ser a ignorância a causa de todos os males. A humanidade não deixa de esbanjar ignorância, e os brasileiros fazem questão de ocupar lugar de destaque tão acentuado que é comparado à manada, realidade esta que pode ser constatada a todo instante e em todos os lugares. Num passeio a Ilhéus, minha mulher e eu ocupamos um apartamento em Olivença num hotel para passar três dias, coisa que sempre faço quando fico preguiçoso para ler aqui em casa. No dia seguinte ao da nossa chegada coincidiu de chegar também um grupo de religiosos num negócio que chamam de evento. Embora no preço da diária estivessem inclusos o café da manhã e o jantar, a partir da chegada dos religiosos não pudemos mais usufruir destes benefícios porque o restaurante se tornou insuportável pela maneira deseducada com que investiam ao balcão da comida. A desvantagem de perder dois jantares e dois desjejuns foi grandemente compensada pela comprovação daquilo que sempre afirmei: só a inocência justifica a religiosidade. Embora tenha eu sempre empregado o termo ignorância para definir o religioso, não o faço por grosseria. Apenas do meu ponto de vista não há diferença entre essa ignorância e a inocência uma vez que só se é inocente por ignorar. Foi a mais importante oportunidade de observar a inocência desta pobre gente que grita aos berros dentro de um templo submetendo a todos, inclusive crianças às consequências malévolas do barulho. Estes pobres coitados não fazem a menor ideia das consequências do barulho ou poluição sonora. É tão prejudicial o barulho que a ONU recomendou aos governantes do mundo prioridade no combate à poluição sonora. Entretanto, será que o chefe religioso sabe que o barulho provoca úlcera, cardiopatia, envelhecimento precoce, impotência sexual, entre outras coisas? Não sabe. Duvido que saiba. E por ignorar é que causa grande mal a seus pobres fiéis.


Este nosso país clama por uma geração de homens e mulheres menos imaturos, capazes de apenas uma, nada mais que uma atitude: rejeitar as injustiças que produzem os desmandos que por sua vez nos torna o povo mais ridículo e ladravaz de todo o planeta como mostra a notícia seguinte publicada no jornal Folha de São Paulo do dia 24/9/14: O presidente da corte, Dias Toffoli, e os ministros Gilmar Mendes e João Otávio Noronha, disseram que a condenação de Maluf não o torna um "ficha-suja". Os maiores prejudicados com esta posição da justiça, a juventude, nem para prá pensar na situação em que um ladrão do dinheiro público não encontre obstáculo para ocupar cargo público. Tá tudo errado. Que tal querer consertar? Inté.


 


 


 


 


 



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