No dia
5/11/14, em seu comentário diário na rádio CBN, Arnaldo Jabor esclareceu um
fato que devia ser motivo de reflexão para toda a juventude deste belo país de
triste sorte. Quem conheceu o jornal O Pasquim também conheceu Paulo Francis,
fabuloso jornalista e intelectual de altíssimo nível. Pois bem, o comentário do
Jabor foi sobre o motivo pelo qual morreu o Paulo Francis. Pasmem idiotas futucadores
de telefone: Paulo Francis, segundo a declaração do também grande jornalista e
cineasta Arnaldo Jabor, teria sido assassinado pela Petrobrás porque há cerca de
dezoito anos denunciou um roubo ocorrido naquela empresa. Como não se muniu da
comprovação necessária, a Petrobrás o processou e ele foi condenado a pagar uma
verdadeira montanha de dinheiro, coisa que não tinha, e em função deste
desgosto teria vindo a falecer. Então, as crianças de hoje viverão uma
sociedade onde o bandido é herói e o herói é bandido, uma situação em que o
errado é o certo, e o certo é que está errado? Ou esses pais idiotas se ligam na
realidade de estarmos vivendo uma situação de inversão de valores ou seus
filhos irão amaldiçoá-los quando chegar a derrocada final deste amontoado de
bichos já qualificado de manada, cujo comportamento dá mostras de ser autêntica
a qualificação.
Embora os
enchedores de igrejas, terreiras de axé, de futebola e futucadores de telefone
possam dar de ombros e pensar não terem nada com isso, é o maior engano que
cometem. A respeito destes pobres de espírito que pensam haver meio se se viver
apenas seu mundinho familiar desligado o resto do grupo ao qual pertence, ninguém
menos que o Grande Mestre do Saber, Georges Politzer, grande pensador que
também foi morto por falar verdades, disse tratar-se de analfabetos políticos
aqueles que acreditam estar fora do mundo político. Efetivamente, a sociedade
nos engloba a todos de modo tão envolvente que a atitude de um reflete nas
atitudes dos demais. É realmente uma grande bobagem pensar como quem diz não se
incomodar se político rouba, uma vez que não roubam nada seu. Incorre em erro
dos maiores quem assim pensa porque do roubo do dinheiro público resulta toda a
mazela que a todos infelicita.
Não se dá
meia volta sem encontrar motivo para constatar a grande realidade contida na
afirmação de ser a ignorância a causa de todos os males. A humanidade não deixa
de esbanjar ignorância, e os brasileiros fazem questão de ocupar lugar de
destaque tão acentuado que é comparado à manada, realidade esta que pode ser
constatada a todo instante e em todos os lugares. Num passeio a Ilhéus, minha
mulher e eu ocupamos um apartamento em Olivença num hotel para passar três
dias, coisa que sempre faço quando fico preguiçoso para ler aqui em casa. No
dia seguinte ao da nossa chegada coincidiu de chegar também um grupo de religiosos
num negócio que chamam de evento. Embora no preço da diária estivessem inclusos
o café da manhã e o jantar, a partir da chegada dos religiosos não pudemos mais
usufruir destes benefícios porque o restaurante se tornou insuportável pela maneira
deseducada com que investiam ao balcão da comida. A desvantagem de perder dois
jantares e dois desjejuns foi grandemente compensada pela comprovação daquilo
que sempre afirmei: só a inocência justifica a religiosidade. Embora tenha eu
sempre empregado o termo ignorância para definir o religioso, não o faço por
grosseria. Apenas do meu ponto de vista não há diferença entre essa ignorância
e a inocência uma vez que só se é inocente por ignorar. Foi a mais importante
oportunidade de observar a inocência desta pobre gente que grita aos berros
dentro de um templo submetendo a todos, inclusive crianças às consequências
malévolas do barulho. Estes pobres coitados não fazem a menor ideia das
consequências do barulho ou poluição sonora. É tão prejudicial o barulho que a
ONU recomendou aos governantes do mundo prioridade no combate à poluição
sonora. Entretanto, será que o chefe religioso sabe que o barulho provoca
úlcera, cardiopatia, envelhecimento precoce, impotência sexual, entre outras
coisas? Não sabe. Duvido que saiba. E por ignorar é que causa grande mal a seus
pobres fiéis.
Este nosso
país clama por uma geração de homens e mulheres menos imaturos, capazes de
apenas uma, nada mais que uma atitude: rejeitar as injustiças que produzem os
desmandos que por sua vez nos torna o povo mais ridículo e ladravaz de todo o
planeta como mostra a notícia seguinte publicada no jornal Folha de São Paulo
do dia 24/9/14: O presidente da corte, Dias Toffoli, e os ministros Gilmar Mendes e
João Otávio Noronha, disseram que a condenação de Maluf não o torna um
"ficha-suja". Os maiores prejudicados com esta posição da justiça, a
juventude, nem para prá pensar na situação em que um ladrão do dinheiro público
não encontre obstáculo para ocupar cargo público. Tá tudo errado. Que tal querer
consertar? Inté.
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