Enquanto a
juventude inculta e socialmente inútil, como ruminante, mastiga sem parar uma
borracha açucarada prejudicial à saúde, ao tempo em que futuca telefone, mama
veneno nas latas de todos os tipos de garapa conservada com produtos nocivos à
saúde que os jovens denominam carinhosamente de refri, e ainda por cima se afundam
no mundo das drogas, prejudicando a saúde que vai buscar nas academias onde
acaba por prejudicá-la ainda mais, impossibilitando uma velhice menos turbulenta.
É ou não é esse o perfil da juventude? E o pior é que tal debilidade se aprofunda
cada vez mais a cada nova geração, o que se percebe pelo comportamento cada vez
mais desinteligente dos jovens incapazes de pensar sobre a vida de bicho que
vive a fim de descobrir a necessidade de superar tanta mediocridade espiritual.
O Mestre do Saber, Einstein, afirmou do alto de sua sabedoria que uma força
magnética é responsável pelo universo. Desse mesmo modo, também a força do
dinamismo jovem é responsável pela sociedade. Quando a juventude é do tipo da
nossa juventude, um ajuntamento de ruminantes, a sociedade fica do jeito que
vou contar: Aqui em nossa cidade das poluições sonora e olfativa, e das caçadas
intransitáveis, sem que nenhum jovem faça o que alguns gatos pingados e eu fizemos
indo ao Ministério Público pedir proteção contra os males provenientes do
esgoto sobre o asfalto e do barulho que entre outras coisas provoca envelhecimento
precoce, nervosismo, ressecamento da pele e impotência sexual, males
indiferentes à juventude futucadora de telefone que pelo fato de não ler não
toma conhecimento deles. Se lessem, com absoluta certeza não viveriam no mundo
medíocre dos “famosos” e das “celebridades” que na verdade não prestam para
nada. A pouca estatura espiritual dos jovens os leva a sentir interesse pela biografia
de parasitas que eles transformam em deuses sem nem de longe imaginar tratar-se
de armadilha para manter na mediocridade sua capacidade de pensar um pouco mais
elevado.
Como consequência
desta baixeza espiritual dos jovens, nossa sociedade se encontra tão ruim que
produz situações como a que vou contar. Nesta cidade fedorenta e barulhenta fui
diagnosticado por um oftalmologista como necessitado de ser operado de catarata
nos dois olhos. Como um amigo me aconselhou a procurar o doutor Rui Cunha, segui
a sugestão por desconhecer que também é pastor aquele médico, e ele confirmou a
necessidade da operação. Como a observação da vida ensina a pensar, consultei
um terceiro oftalmologista, o doutor Hugo Vieira Matos, que concluiu pela
desnecessidade de me submeter a uma cirurgia pelo menos por um ano, inclusive
assinou um atestado nesse sentido. Confuso, resolvi consultar um desempatador e
escolhi ninguém menos do que o doutor Roberto Abucham, mestre dos mestres nesse
assunto lá em São Paulo e ele concluiu também pela desnecessidade até nova avaliação
daqui a oito meses, como consta do laudo por ele assinado, confirmando o que
disse o nosso doutor Hugo Vieira Matos em sua discreta eficiência.
Fatos como
este constituem verdadeiros desmandos sociais aceitos pela juventude porque ela
se enquadra perfeitamente na qualificação do Grande Mestre do Saber Leonardo da
Vice ao afirmar que todos aqueles que se submetem a desmandos não passam de
condutores de comida, sendo latrinas cheias a única marca que deixam de sua
passagem pelo mundo. Realmente, só mesmo sendo um enchedor de latrina para ser
indiferente à transformação da saúde em negócios de mercado. O fato de médicos
indicando cirurgias desnecessárias demonstra uma desarrumação social tão grande
que dela não se pode esperar nada que preste. Não tem tamanho o absurdo de um
sistema educacional que ensina médicos a antecipar uma cirurgia nos olhos de
alguém apenas para apressar o recebimento do dinheiro que ele só receberia bem mais
adiante quando o paciente necessitasse de verdade ser submetido ao procedimento
cirúrgico. A saúde é o bem maior que se pode ter, mas virou presa do mostro
insaciável conhecido por Mercado. A venda indiscriminada de remédios, na busca
de riqueza, vai provocar a morte de dez milhões de pessoas até a metade do
século, em função da resistência que estes remédios dão às doenças. A
incapacidade de pensar, entretanto, não permite aos jovens imbecilizados
concluir que um destes dez milhões pode ser o filho para o qual ele projeta um
baita futurão. Não precisa ser esperto, bastando não ser desesperto para
perceber como estará o ambiente quando as crianças de hoje estiverem sob sua responsabilidade.
Um futuro que nem o capeta quer terá uma sociedade cuja juventude se apoia numa
muleta da necessidade de riqueza e noutra do desprezo pela sociabilidade que leva
um ser humano a ser visto por outro ser humano como um objeto que pode ser
prejudicado por uma intervenção cirúrgica desnecessária apenas para que o
cirurgião ganhe dinheiro.
Como
denominar de educacional um sistema que forma médicos mercenários, sendo eles
as pessoas responsáveis pela nossa saúde? Tais médicos penduraram o juramento
de Hipócrates junto às latrinas que vão deixar bem cheias como única prova de
sua passagem pelo mundo. Infelizmente, estamos nesse ponto enquanto os
responsáveis pela força que sustenta a sociedade ruminam veneno e futucam
telefone indiferentes a tudo. Quando acontece de um jovem pensar, pensa errado.
Lá na cidade de São Paulo, enquanto cheirava fumaça e aguardava minha vez de
ser atendido, ouvi um jovem pai conversar com uma jovem mãe sobre filhos e
drogas e ele dizia que procurava observar se seu filho chegava com cheiro
estranho, enquanto sua interlocutora, na mesma linha, também dizia sandices a
respeito de um assunto muito sério como é o assunto das drogas, incapazes de ir
além dos aspectos proibitivo e punitivo pela influência da cultura religiosa que
ensina a desnecessidade de pensar, bastando acreditar. Este procedimento
enviesado a todos afeta independentemente de sua crença ou descrença. No caso
das drogas, por exemplo, Aqueles jovens pais se ligavam apenas na materialidade,
sem noção dos subterfúgios em torno dos quais gira o mundo das drogas. Pela
segunda vez, creio, na tentativa de mostrar aos jovens pais a necessidade de
parar um pouco e observar se não há alguma coisa esquisita no fato de vivermos
matando e morrendo em vez de sermos gratos e afáveis com nossos semelhantes uma
vez que não podemos viver senão na dependência mútua. Quem não pensa não pode perceber a existência
de um desânimo, que embora inconsciente, deixa nos jovens uma frustração
desalentadora por terem sido reduzidos às mesmas atividades dos irracionais de
apenas trabalhar, comer, cagar e trepar, atividades para as quais não é
necessário pensar. Como é da essência do ser humano o exercício do pensamento,
a supressão desta atividade mental produz uma sensação desagradável de vazio
que leva a buscar refúgio nas drogas. Só mesmo a falta de análise a respeito
justifica tratar este problema como assunto de polícia. Não é a primeira vez
que mostro a opinião de ninguém menos do que o Dr. Alexandre Vital Porto,
escritor e diplomata. Mestre em direito pela Universidade de Harvard,
intitulada A UTOPIA DE UM MUNDO SEM DROGAS, no seguinte teor:
Os astecas
comiam cogumelos alucinógenos; os antigos hindus fumavam maconha; os romanos
misturavam ópio ao vinho. Parece que nunca houve sociedade sem drogas.
Sem contar
os usuários das drogas já regulamentadas, como álcool e tabaco, atualmente,
entre 3,4% e 6,6% da população adulta do mundo utilizam drogas ilícitas, como
maconha, cocaína e anfetaminas.
A maioria
destes fará uso eventual, sem maiores consequências ao longo da vida. No entanto,
de 10% a 13% desenvolverão problemas de saúde, como dependência, ou
contaminação por HIV e doenças infecciosas. O que era para ser recreativo vira
patológico.
De cada cem
mortes no mundo, uma decorre de atividades relacionadas ao tráfico de
narcóticos. Estima-se que os custos dos problemas de saúde relacionados ao uso
de drogas ilícitas alcancem de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões anualmente.
Os
prejuízos causados pela atividade ilegal – mas muito lucrativa – são absorvidos
pelo conjunto da população. É como se o povo subsidiasse os traficantes com
incentivos fiscais. É o pior de dois mundos.
Em 1961, a
ONU aprovou sua Convenção Única sobre Entorpecentes com o objetivo de combater
o problema das drogas por meio da repressão à posse, ao uso e à distribuição. O
documento, assinado por 184 países, tornou-se, em grande parte, base conceitual
para a elaboração das legislações mundiais sobre o tema.
No entanto,
mesmo em países com leis especialmente severas, como Arábia Saudita e
Cingapura, o tráfico e o consumo de drogas persistem. O exemplo clássico da
ineficácia desse enfoque, a Lei Seca, tentou proibir o consumo de álcool nos
EUA entre 1920 e 1933. O que acabou conseguindo foi transformar Chicago num
antro de crime e criar personagens da linhagem de Al Capone.
Enquanto se
persegue a utopia do mundo sem drogas, o comércio internacional de
entorpecentes movimenta cerca de US$ 300 bilhões por ano. Em lugar de
contribuir com impostos, esse dinheiro paga propinas e estimula a corrupção das
instituições democráticas.
A história
mostra que parte da população mundial vai continuar se drogando. Mesmo que,
para isso, tenha de desafiar as leis. Se políticas de repressão estrita
funcionassem, o Irã não teria uma das legislações mais severas quanto ao tema e
um dos piores índices de dependência de heroína do mundo.
Os países
que resolveram enfrentar a questão por meio de políticas inovadoras, que
consideram o tema como de saúde pública e incluem a descriminalização do
consumo de drogas leves, como a maconha, têm tido resultados encorajadores na
reabilitação de usuários e no combate à criminalidade e outras consequências
negativas da dependência.
A proibição
das drogas só dá lucro aos traficantes. Não elimina o consumo nem seus efeitos
deletérios, mas impede o controle, a tributação e potencializa o problema.
Torna-se um fator de corrupção. Mas, acima de tudo, é irrealista. É tempo de
considerar que "um mundo livre de drogas", como quis a ONU, talvez
não seja possível. O jeito é conviver com elas pagando o menor preço.
Como se vê,
para quem pensa, o problema das drogas vai muito mais longe do que acreditam
aqueles jovens pais a quem a religião castrou a capacidade de raciocinar ao
inutilizar sua capacidade de pensar. Os jovens que lotam igrejas para discutir
as palavras de Cristo, deveriam pensar, por exemplo, no que diz o filósofo
Josten Gaarder, na página 79 do maravilhoso livro O Mundo de Sofia, quando afirma
que o fato de não ter Jesus Cristo, assim como Sócrates, deixado nada de
escrito, tudo o que se sabe sobre eles foi dito por Platão, discípulo de
Sócrates, e os apóstolos de Cristo, seus seguidores. Desse modo, muita coisa
considerada oriunda do pensamento de Sócrates ou de Jesus Cristo pode ter sido
envernizada pela tendência humana de dar às informações o colorido de sua
preferência. É mesmo estranho que se possa ter como certo algo de que só se
ouviu falar sobre o que alguém disse para alguém que finalmente chegou até ao
ouvido dos jovens pobres de espírito que acatam todas as sandices que ouve sem
a menor disposição de conferir se bate com a realidade. Outro dia, alguém que
pela voz se tratava de uma jovem, ligou aqui para casa e pediu para falar com
Sara. Depois, Sara me disse tratar-se de um convite para uma cerimônia
religiosa. Lamentei não ter ela falado comigo. Com minha inexplicável
preocupação com o destino das criancinhas rechonchudas, perdi a oportunidade de
avisá-la para sair fora desse negócio de religião antes que ela lhe cepe fora do
corpo a cabeça. Inté.
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