terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ARENGA SETENTA E SETE


Perde-se muito tempo com erudição em detrimento da sensatez de se dedicar tempo na busca do conhecimento da sociabilidade porque disto resultaria um modo mais inteligente e melhor de se viver. Empanturrar-se de veneno vindo dos alimentos, da água e do ar é um modo muito burro de viver, e é preciso passar isso pra os jovens ainda vivem na burrice. Entretanto, as pessoas mais capacitadas a soldados na batalha de colocar racionalidade nas sociedades humanas de modo que a gente não precisasse ter medo de nada. Mas tais pessoas são as primeiras a discutir se os anjos tem pintos ou xerecas em vez de se empenharem numa discussão inteligente sobre o porquê de tanta desarmonia se a ninguém é dado desconhecer a vantagem da harmonia. Algo de muito estranho acontece com a humanidade, e acontece em dobro nos locais considerados terreiro da humanidade onde os americanos das bundas brancas que saem das igrejas para jogar bombas sobre criancinhas e arrancar-lhes os braços vem depositar seu lixo hospitalar e pneus usados que os frequentadores de igrejas, axé e futebola de cá compram por ser “chic” rodar sobre pneus velhos, mas vindos de Me Ame.

Embora haja muita gente com capacidade suficiente para tirar do alheamento pobres infelizes que não tiveram oportunidade ainda de aprender que existem coisas infinitamente mais importantes na vida do que ajuntar dinheiro além do necessário para não precisar ficar no frio e com fome, as pessoas capacitadas para a nobre tarefa de levar algum conhecimento a quem desconhece embrenham-se na discussão sobre os assuntos sobre os quais os antigos pensadores pensaram. Uma conversa de ninguém menos do que frei Leonardo Boff exemplifica bem a afirmação de ser desperdiçado o tempo com a erudição em detrimento da prática. Nada há de importante no falatório daquele ilustre pensador do ponto de vista da preocupação com a triste realidade vivida pela sociedade com seus corredores de hospitais transformados em vale de lágrimas. Copiei um trecho da conversa do eminente professor de teologia e figura de destaque entre os poucos que se dedicam ao exercício do pensamento. Duvido que alguém possa encontrar ali algo que induza as pessoas ao conhecimento da solidariedade humana. O trecho copiado vem a seguir em negrito:    

  “Muito se fala hoje de quebra de paradigmas. Mas há um grande paradigma, formulado já há quase um século, que oferece uma leitura unificada do universo, da história e da vida. Ousamos apresentar algumas figuras de pensamento que o caracterizam.

 Número um: Totalidade/diversidade: O universo, o sistema Terra, o fenômeno humano estão em evolução e são totalidades orgânicas e dinâmicas construídas pelas redes de interconexões  das múltiplas diversidades. Junto com a análise que dissocia, simplifica e generaliza, faz-se mister síntese pela qual fazemos justiça a esta totalidade. É o holismo, não como soma mas como a totalidade das diversidades organicamente interligadas”. Então, se as pessoas que pensam empregam seu pensamento em palavreados inúteis e se às autoridades interessa uma população incapaz de pensar, fica impossibilitado ao povo tomar conhecimento de certas realidades que ele desconhece e que demorará tanto tempo para perceber quanto demorou para mim pelo fato de ter que descobrir por minha própria observação. Quando se tem quem as mostre, as tais realidades são percebidas com mais rapidez e chaga junto com a percepção do que quis dizer a promessa de guilhotina azeitada e afiada feita pelo governador de São Paulo. É aqui que a porca torce o rabo. A realidade da vida não pode ser do conhecimento de quem vive, o que não tem razão de ser. O que será que significa a frase do citado governador ao dizer que se o povo soubesse o que se passa por baixo do pano haveria de faltar guilhotinas? O que será que se passa por lá por baixo desses panos? Dá vontade de arribar prá olhar, dá não? Dá, sim. Como é que alguém chega no emprego esfarrapado e sei de lá nos trinques, lustroso e tão poderoso que vai trepar no céu? Embora estas coisas sejam de encabular, as pessoas ficam a jogar pensamentos fora em vez de ficarem intrigadas com elas. Eis o que disse um cientista da altura do doutor Christian Gauderer, de cuja capacidade se pode tomar conhecimento pedindo ao amigão Google  a matéria intitulada UM PSIQUIATRA INFANTIL FALA SOBRE MACONHA E OUTRAS DROGAS. Pois é um homem da capacidade de pensar demonstrada na matéria com o título acima que também é capaz de jogar pensamento fora ao afirmar o seguinte: A caça às bruxas se dá pela inveja que os homens têm do poder da mulher de gerar filhos”. Isto é desperdício imperdoável de pensamento porque não é crível que homem vá ter inveja do ato de parir atribuído pela natureza exclusivamente às fêmeas, considerando que homem sempre definiu quem encontra na fêmea sua necessária parceria sexual. Portanto, está o doutoríssimo também a desperdiçar pensamento. Entretanto, para piorar ainda mais as coisas, há quem desperdice seu pensamento induzindo pessoas ao erro. É falso que existam guerras necessárias, pelas quais vale a pena lutar porque o que vale mesmo é o bem-estar e ele não pode ser encontrado na guerra. Não obstante esta evidência, o historiador inglês Max Hastings afirma esta sandice em entrevista à revista Época, intitulada GUERRAS SÃO NECESSÁRIAS que o amigão Google terá prazer em mostrar a quem lhe pedir.

Então, vamos aproveitar o tempo para diminuir a falta de conhecimento dos pobres coitados que não sabem ainda ser a realidade da vida bem diferente daquela que imaginam. Embora os jovens nem mesmo acreditem que vão envelhecer, vão com toda certeza e seria melhor que esta cambada tirasse uma média entre as alegrias do requebramento e os gemidos da velhice cuja maior parte se deve exatamente aos requebros porque todos requebramos e todos gememos. Não há como escapar a esta realidade. Quem viver verá. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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