Perde-se muito tempo com erudição em
detrimento da sensatez de se dedicar tempo na busca do conhecimento da
sociabilidade porque disto resultaria um modo mais inteligente e melhor de se
viver. Empanturrar-se de veneno vindo dos alimentos, da água e do ar é um modo
muito burro de viver, e é preciso passar isso pra os jovens ainda vivem na
burrice. Entretanto, as pessoas mais capacitadas a soldados na batalha de colocar
racionalidade nas sociedades humanas de modo que a gente não precisasse ter
medo de nada. Mas tais pessoas são as primeiras a discutir se os anjos tem pintos
ou xerecas em vez de se empenharem numa discussão inteligente sobre o porquê de
tanta desarmonia se a ninguém é dado desconhecer a vantagem da harmonia. Algo
de muito estranho acontece com a humanidade, e acontece em dobro nos locais
considerados terreiro da humanidade onde os americanos das bundas brancas que
saem das igrejas para jogar bombas sobre criancinhas e arrancar-lhes os braços
vem depositar seu lixo hospitalar e pneus usados que os frequentadores de
igrejas, axé e futebola de cá compram por ser “chic” rodar sobre pneus velhos,
mas vindos de Me Ame.
Embora haja muita gente com capacidade
suficiente para tirar do alheamento pobres infelizes que não tiveram
oportunidade ainda de aprender que existem coisas infinitamente mais
importantes na vida do que ajuntar dinheiro além do necessário para não precisar
ficar no frio e com fome, as pessoas capacitadas para a nobre tarefa de levar
algum conhecimento a quem desconhece embrenham-se na discussão sobre os
assuntos sobre os quais os antigos pensadores pensaram. Uma conversa de ninguém
menos do que frei Leonardo Boff exemplifica bem a afirmação de ser desperdiçado
o tempo com a erudição em detrimento da prática. Nada há de importante no
falatório daquele ilustre pensador do ponto de vista da preocupação com a
triste realidade vivida pela sociedade com seus corredores de hospitais
transformados em vale de lágrimas. Copiei um trecho da conversa do eminente professor
de teologia e figura de destaque entre os poucos que se dedicam ao exercício do
pensamento. Duvido que alguém possa encontrar ali algo que induza as pessoas ao
conhecimento da solidariedade humana. O trecho copiado vem a seguir em negrito:
“Muito se fala hoje de quebra de
paradigmas. Mas há um grande paradigma, formulado já há quase um século, que
oferece uma leitura unificada do universo, da história e da vida. Ousamos
apresentar algumas figuras de pensamento que o caracterizam.
Número um: Totalidade/diversidade: O universo,
o sistema Terra, o fenômeno humano estão em evolução e são totalidades
orgânicas e dinâmicas construídas pelas redes de interconexões das múltiplas diversidades. Junto com a
análise que dissocia, simplifica e generaliza, faz-se mister síntese pela qual
fazemos justiça a esta totalidade. É o holismo, não como soma mas como a
totalidade das diversidades organicamente interligadas”. Então, se as pessoas que pensam empregam seu
pensamento em palavreados inúteis e se às autoridades interessa uma população
incapaz de pensar, fica impossibilitado ao povo tomar conhecimento de certas
realidades que ele desconhece e que demorará tanto tempo para perceber quanto
demorou para mim pelo fato de ter que descobrir por minha própria observação.
Quando se tem quem as mostre, as tais realidades são percebidas com mais
rapidez e chaga junto com a percepção do que quis dizer a promessa de
guilhotina azeitada e afiada feita pelo governador de São Paulo. É aqui que a
porca torce o rabo. A realidade da vida não pode ser do conhecimento de quem
vive, o que não tem razão de ser. O que será que significa a frase do citado
governador ao dizer que se o povo soubesse o que se passa por baixo do pano
haveria de faltar guilhotinas? O que será que se passa por lá por baixo desses
panos? Dá vontade de arribar prá olhar, dá não? Dá, sim. Como é que alguém
chega no emprego esfarrapado e sei de lá nos trinques, lustroso e tão poderoso que
vai trepar no céu? Embora estas coisas sejam de encabular, as pessoas ficam a
jogar pensamentos fora em vez de ficarem intrigadas com elas. Eis o que disse
um cientista da altura do doutor Christian Gauderer, de cuja capacidade
se pode tomar conhecimento pedindo ao amigão Google a matéria intitulada UM PSIQUIATRA INFANTIL
FALA SOBRE MACONHA E OUTRAS DROGAS. Pois é um homem da capacidade de pensar
demonstrada na matéria com o título acima que também é capaz de jogar
pensamento fora ao afirmar o seguinte: “A caça às bruxas se dá pela inveja
que os homens têm do poder da mulher de gerar filhos”. Isto é desperdício imperdoável de pensamento
porque não é crível que homem vá ter inveja do ato de parir atribuído pela
natureza exclusivamente às fêmeas, considerando que homem sempre definiu quem
encontra na fêmea sua necessária parceria sexual. Portanto, está o doutoríssimo
também a desperdiçar pensamento. Entretanto, para piorar ainda mais as coisas,
há quem desperdice seu pensamento induzindo pessoas ao erro. É falso que
existam guerras necessárias, pelas quais vale a pena lutar porque o
que vale mesmo é o bem-estar e ele não pode ser encontrado na guerra. Não
obstante esta evidência, o historiador inglês Max Hastings afirma esta sandice
em entrevista à revista Época, intitulada GUERRAS SÃO NECESSÁRIAS que o amigão
Google terá prazer em mostrar a quem lhe pedir.
Então,
vamos aproveitar o tempo para diminuir a falta de conhecimento dos pobres
coitados que não sabem ainda ser a realidade da vida bem diferente daquela que
imaginam. Embora os jovens nem mesmo acreditem que vão envelhecer, vão com toda
certeza e seria melhor que esta cambada tirasse uma média entre as alegrias do
requebramento e os gemidos da velhice cuja maior parte se deve exatamente aos
requebros porque todos requebramos e todos gememos. Não há como escapar a esta
realidade. Quem viver verá. Inté.
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