Em
História da Civilização Ocidental, diz o historiador Edward MacNall Burns que a
falta de preocupação com as críticas que sofria o governo do decapitado e último
rei antes dos horrores da Revolução Francesa, Luís XVI, devia-se ao descaso com
que era tratada a política de então, quando nobres e clero eram odiados pelo
parasitismo de uma vida inútil e perdulária.
As
críticas raivosas com palavras ofensivas, inclusive de baixo calão, dirigidas às
autoridades de nosso país como se vê nos comentários às notícias nos, jornais
não estarão indicando estarmos enfrentando situação também bastante
desconfortável a ponto de sugerir intranquilidade social? Verdade infeliz que
desde o berço nosso país não tem tido sua grandiosa exuberância natural
correspondida por igual grandeza moral. Em Falando Francamente, Vinicius
Bittencourt afirma que em épocas do primeiro reinado, um certo estrangeiro que
passara por aqui observou que honra não era o forte do brasileiro. Entretanto,
como era dito no mundo de onde venho, tudo demais é sobra. No mundo de onde
venho nenhum homem ouviria com a mesma indiferença as ofensas que ouvem e que
não incomodam as autoridades. Livros denigrem a moral das maiores autoridades de
nosso infeliz Brasil sem que nada aconteça nem aos denunciados e nem aos denunciantes.
Se nada há
que se esperar dos representantes do tradicionalismo, muito há de se esperar da
juventude cujo exemplo partiu dos jovens estudantes piauienses que como
saturados do que temos tido, reuniram-se e elegeram entre si uma Câmara de
Deputados. Pode estar aí o germe que dará origem a um universo político onde um
homem se envergonhará se chamado de ladrão.
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