É costume se encontrar aqui no
cantinho de pensar assuntos já tratados. Mas é que por considerar de suma
importância tais assuntos para a a vã esperança de despertar interesse para a
importância da política em nossas vidas que o cantinho sempre volta a alguns assuntos
já tratados. A repetição torna falsa o dito de ser inútil malhar em ferro frio
porque de tanto malhar o ferro esquenta. Dito isto, vamos lá: de tanto ler na
imprensa escrita e ouvir na imprensa falada as palavras comunista, socialista e
terrorista, como manchas máculas que denigrem o caráter de alguém, e por não
pensar por si mesmo, mas por receber seus pensamentos prontos e acabados nos
laboratórios satânicos dos ricos donos do mundo, o povão tomou horror àquelas
palavras sem saber que por trás desse horror rolam coisas do arco da velha.
Verdade que as palavras em questão têm servido para definir comportamentos
brutais. Mas, se não se aplica aqui o raciocínio de Thomas Paine de que uma
mentira de tanto repetida acaba virando verdade, porque se as brutalidades
praticadas pelas ideias das pessoas que professam o ideário dos comunistas,
socialistas e terroristas ou esquerdistas, são verdades também crueldade ainda
maior à qual o povo é indiferente apenas por ser camuflada pela atividade do
pão e circo que tira as pessoas do sério e as leva para brincadeiras e
vulgaridades. Presenciasse o povão a realidade a que se refere Ladislau Dowbor
na página 17 do fabuloso livro O Capitalismo Se Desloca, de haver 850 milhões
de pessoas passando fome no planeta, das quais mais 150 milhões são crianças,
as pessoas deixariam a indiferença para se comiserar da infelicidade daquelas
pessoas que são em maior número do que as vítimas das ideias das esquerdas,
principalmente no que diz respeito a crianças. O fato é que nada justifica a
violência nem de esquerda nem de direita considerando a conveniência do diálogo
uma vez que os seres humanos podem se expressar com palavras.
Se não se pode aplicar aqui a
conclusão de Thomas Paine de que mentira muito repetida acaba se tornando
verdade, porque violência é uma realidade, lembremos que Paine também observou
que o tempo faz mais convertidos que a razão, o que é uma verdade do tamanho do
mundo. Basta observar que o tempo converteu em mitologias as religiões antigas e
ninguém mais faz orações para o espírito de um rio caudaloso a fim de atravessá-lo
sem incidentes desagradáveis como se fazia, assim também serão convertidas em mitologias
as religiões atuais e nenhum profissional de alguma das muitas espécies de fé
aspergirá água santa em transportes para evitar acidentes.
Podemos estar certos de que as realidades
inventadas, que é como o filósofo se refere a fenômenos não naturais, portanto sociais.
Nenhuma fé em divindade entre as muitas que existem será capaz de amenizar os
sofrimentos cada dia maiores. A ganância humana tudo deturpa para obter vantagem.
O acontecido com as ideias generosas de Cristo para uma vida simples e feliz, a
brutalidade humana deturpou de tal forma que santarrões em nome de um tal de
Senhor, envolvidos em falcatruas políticas, levam barras de ouro tiradas de uma
sociedade infelicitada por muitas necessidades desatendidas. E isto em nome de
Deus. Abundam templos faraônicos onde sob as mais absurdas alegações e crendice
são arrecadadas fortunas que somadas aos custos destes templos serão
suficientes para resolver a questão da pobreza no mundo. Até uma excrecência de
invenção satânica de banco, o Banco do Vaticano, existe em lugar da
recomendação cristã de vida simples.
E assim é que não há como esperar de
esquerda nem de direita aquilo que só pode acontecer quando o povo se tornar
civilizado, ou seja, no dia em que galinha nascer dente por ser mais fácil
civilizar uma fera do que o elemento povo condenado à infelicidade pela
exorbitância da estupidez de deixar que as artimanhas malignas do pão e circo
lhe tirem a capacidade de raciocinar e perceber que seu maior ou menor
bem-estar depende é de dinheiro, do dinheiro jogado fora pela má política e de
forma alguma depende da ilusão de esperar inutilmente que venha de santidades
inexistentes. Querer saber o que está sendo feito com o dinheiro dos impostos
tem resultado infinitamente maior do que um quaquilhão de orações.
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