Já se fazem
tempos de pensar pensamentos próprios e não mais ficar a repetir feito papagaio
pensamentos de fulano e sicrano retirados dos arquivos embolorados de tempos
que há muito se foram. E um bom começo é pensar sobre a questão de nosso
bem-estar não se limitar apenas ao indivíduo porque sem que a sociedade esteja
bem, ninguém estará bem. Portanto, e isto me ocorreu ao ver num noticiário um
padre salpicando água nos carros que passavam para evitar acidentes aos
viajantes, o que é de uma infantilidade exorbitante porque acidentes se evitam
é com estradas em boas condições de tráfego, educação dos motoristas na
observação das regras de tráfego e fiscalização eficiente. Como pode alguém
imaginar que salpicar água santa nos carros previne o morticínio de todo dia se
eles continuam ocorrendo? É por isto que está errado respeitar a religiosidade
alheia porque religiosidade é um mal que atrofiando o desenvolvimento da
maturidade mental e incrementando a ingenuidade, é tão perniciosa que faz
adultos se comportar como criança induzida a crer que seu bem-estar depende da
boa vontade de deus, em vez da vontade própria, razão pela qual só se tem
mal-estar generalizado, aqueles que pensam estar bem tendo riqueza perceberão
tarde demais o tamanho do engano em que se deixou embalar.
Constata-se
facilmente que as pessoas mais desprovidas de bem-estar são as mais religiosas
e tão inocentes que escrevem em carrinhos ordinários “Foi Deus que mim deu”.
Daí não se dever ser complacente com a religiosidade. Ao contrário, deve-se
fazer como mestre Nietzsche que a combateu implacavelmente por ter consciência
do mal que causa à humanidade. Sem ferir a susceptibilidades ou incorrer no
risco de reação violenta, mostrar a inverdade da crença religiosa é praticar um
ato nobre de contribuir com a civilização destas pobres e inocentes criaturas
que esperam de deus o que depende delas.
Alcançar o
conhecimento da realidade da vida depende de cada um individualmente porque à
cultura do venha a mim e os outros que se danem condena o conhecimento do mesmo
modo como a religiosidade se ambas se nutrem da falta de dele. Por desconhecer
a verdade é que faz acreditar que água santa evita acidentes e mortes. Quando
adeptos desta cultura maldosa misturam-se com o povão para lavar escadas de
igrejas, reverenciar imagens, e defender a preservação de culturas ligadas a
pessoas aculturadas, na verdade, estão incentivando a inibição do
desenvolvimento mental e impedindo que a verdade da vida venha à tona porque a
cultura maldosa, egoísta, antissocial e inviável do venha a mim e os outros que
se danem não sobreviverá se o povo é esclarecido o bastante para saber que seu
bem-estar depende exclusivamente do dinheiro jogado fora na tentativa bem
sucedida de manter enganada a opinião pública. É para isso que verdadeiras
toupeiras mentais em termos de vida social recebem da sociedade em um único mês
o que não recebe na vida inteira um trabalhador que mantém as ruas limpas,
protegendo a saúde pública. A estes trabalhadores é que a papagaiada de
microfone a serviço da cultura do venha a mim deveriam se referir como
celebridades.
Mantendo o
povo entretido feito crianças com celebridades famosos de mentirinha a cultura
de venha a mim encontra espaço livre para criar monstros antissociais também
conhecidos como rentistas que extraem bilhões e bilhões sem pregar um prego,
fazer um pão ou limpar a porta da casa. Daí ser questionável que intelectuais
por mais respeito que mereçam, escrevem excelentes livros sobre o comportamento
certo para uma sociedade certa sem que lhes ocorra que o poder de mudança quem
tem é o povo que por não pensar por si mesmo, pensa como querem os que não
querem nada mudar por se julgarem erradamente viverem no melhor dos mundos.
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