sexta-feira, 29 de março de 2024

ARENGA 719

 

            Já se fazem tempos de pensar pensamentos próprios e não mais ficar a repetir feito papagaio pensamentos de fulano e sicrano retirados dos arquivos embolorados de tempos que há muito se foram. E um bom começo é pensar sobre a questão de nosso bem-estar não se limitar apenas ao indivíduo porque sem que a sociedade esteja bem, ninguém estará bem. Portanto, e isto me ocorreu ao ver num noticiário um padre salpicando água nos carros que passavam para evitar acidentes aos viajantes, o que é de uma infantilidade exorbitante porque acidentes se evitam é com estradas em boas condições de tráfego, educação dos motoristas na observação das regras de tráfego e fiscalização eficiente. Como pode alguém imaginar que salpicar água santa nos carros previne o morticínio de todo dia se eles continuam ocorrendo? É por isto que está errado respeitar a religiosidade alheia porque religiosidade é um mal que atrofiando o desenvolvimento da maturidade mental e incrementando a ingenuidade, é tão perniciosa que faz adultos se comportar como criança induzida a crer que seu bem-estar depende da boa vontade de deus, em vez da vontade própria, razão pela qual só se tem mal-estar generalizado, aqueles que pensam estar bem tendo riqueza perceberão tarde demais o tamanho do engano em que se deixou embalar.

            Constata-se facilmente que as pessoas mais desprovidas de bem-estar são as mais religiosas e tão inocentes que escrevem em carrinhos ordinários “Foi Deus que mim deu”. Daí não se dever ser complacente com a religiosidade. Ao contrário, deve-se fazer como mestre Nietzsche que a combateu implacavelmente por ter consciência do mal que causa à humanidade. Sem ferir a susceptibilidades ou incorrer no risco de reação violenta, mostrar a inverdade da crença religiosa é praticar um ato nobre de contribuir com a civilização destas pobres e inocentes criaturas que esperam de deus o que depende delas.

            Alcançar o conhecimento da realidade da vida depende de cada um individualmente porque à cultura do venha a mim e os outros que se danem condena o conhecimento do mesmo modo como a religiosidade se ambas se nutrem da falta de dele. Por desconhecer a verdade é que faz acreditar que água santa evita acidentes e mortes. Quando adeptos desta cultura maldosa misturam-se com o povão para lavar escadas de igrejas, reverenciar imagens, e defender a preservação de culturas ligadas a pessoas aculturadas, na verdade, estão incentivando a inibição do desenvolvimento mental e impedindo que a verdade da vida venha à tona porque a cultura maldosa, egoísta, antissocial e inviável do venha a mim e os outros que se danem não sobreviverá se o povo é esclarecido o bastante para saber que seu bem-estar depende exclusivamente do dinheiro jogado fora na tentativa bem sucedida de manter enganada a opinião pública. É para isso que verdadeiras toupeiras mentais em termos de vida social recebem da sociedade em um único mês o que não recebe na vida inteira um trabalhador que mantém as ruas limpas, protegendo a saúde pública. A estes trabalhadores é que a papagaiada de microfone a serviço da cultura do venha a mim deveriam se referir como celebridades.

            Mantendo o povo entretido feito crianças com celebridades famosos de mentirinha a cultura de venha a mim encontra espaço livre para criar monstros antissociais também conhecidos como rentistas que extraem bilhões e bilhões sem pregar um prego, fazer um pão ou limpar a porta da casa. Daí ser questionável que intelectuais por mais respeito que mereçam, escrevem excelentes livros sobre o comportamento certo para uma sociedade certa sem que lhes ocorra que o poder de mudança quem tem é o povo que por não pensar por si mesmo, pensa como querem os que não querem nada mudar por se julgarem erradamente viverem no melhor dos mundos.    

 

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