domingo, 14 de agosto de 2016

ARENGA 301


A manchete no Jornal Folha de São Paulo Brasil precisa de providência contra abuso de poder” é um imenso mar aberto para o barquinho do pensamento navegar. De início, é intrigante porque sempre que se fala em abuso de poder é de referência à ação de uma autoridade sobre alguém. No entanto, ante a realidade de serem as próprias autoridades a abusarem tanto do poder que lhes é conferido para proteger a sociedade prejudicando-a em vez de protege-la, não como esperar que as autoridades tomem providências contra os abusos por elas praticadas.  Moisés Naim, logo no princípio do primeiro capítulo do livro O FIM DO PODER, define o poder comoa capacidade de conseguir que os outros façam ou deixem de fazer algo”. Dentro desta lógica incontestável, o que obrigam as autoridades o povo a fazer senão coisas contra o próprio povo? E uma vez que assim é, qual é o motivo de assim continuar sendo? Simplesmente a incapacidade de raciocinar castrada pelo religiosidade e os meios de comunicação para os quais há felicidade em destruir a natureza, ingerir veneno, conviver com a putaria que deturpa a nobreza existente na atração encantadora do macho pela fêmea e vice-versa. A impossibilidade de pensar sobre a vida imposta pela correria em busca de riqueza impede a percepção do seu lado espiritual, razão pela qual a humanidade passa pela vida sem viver, enquadrando-se perfeitamente na sentença condenatória do Grande Mestre do Saber Leonardo da Vinci, segundo a qual “quem se submete aos desmandos (como faz a humanidade ao submeter-se à escravidão moderna cujo chicote são os meios de comunicação) não passa de condutor de comida. A única marca que deixa de sua passagem pelo mundo são latrinas cheias”

Em função da desnecessidade de pensar ardilosamente providenciada pelas intenções inconfessáveis tanto das autoridades religiosas e estatais a humanidade deixa-se conduzir sem se interessar para onde está sendo conduzida, razão de toda sua infelicidade porque seus condutores tem para com ele as mesmas intenções dos condutores de boiadas, o que levou o poeta Zé Ramalho a comparar o povo à boiada quando sentenciou: “Vida de gado. Povo marcado, povo feliz”.

Já decorreu bastante tempo desde os tempos dos governantes/deuses. Cabe, pois, à humanidade, concluir pela impossibilidade de esperar ser conduzida por seres humanos com seus defeitos à tranquilidade de que deveriam desfrutar em sua curta passagem pela vida, o que jamais se conseguirá a seguir a orientação enganadora de haver vantagem no individualismo necessário para a existência das grandes fortunas. O individualismo é incompatível com a tranquilidade social, razão pela qual é rejeitado até mesmo pelos irracionais. Nunca se viu uma abelha ter seu favo privado na colmeia. Viver de modo prazeroso é inteiramente possível, desde que se leve em conta a realidade de não poder viver brigando quem precisa viver junto. Inté.

 

 

 

 

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário