Escritores
que escrevem por obrigação não visam o esclarecimento de seus leitores. Tendo
necessariamente que escrever, enveredam pela prolixidade. Desperdiçam montanhas
de palavras para dizer o que pode ser dito com poucas palavras. Nesse exato
momento os meios de comunicação desperdiçam palavras e tempo em torno de Fidel
Castro. Esse homem foi exemplo para a humanidade. Mas o que se fala dele é o
inverso do que se devia falar. O que fez o Fidel Castro foi simplesmente o
inverso do que fazem os promotores da infelicidade humana, os ricos donos do
mundo. Nunca li a respeito, mas já ouvi que o país de Fidel era um cabaré para
os ricos americanos que disputavam no pôquer uma viagenzinha para deflorar,
cuja virgindade seus pais trocavam por dinheiro para comprar comida. Não se
prestando a capacho dos Estados Unidos como as figuras de Serra e Temer
adorando numa submissão ridícula o ministro americano, Fidel conseguiu em seu
povo adeptos suficientes para lutar a favor de seu país, diferentemente dos
brasileiros que aderiram aos americanos em 1964 para lutar contra seu próprio
país. Os adeptos da cultura individual, portanto, antissocialista do “é meu”
maldizem o Fidel Castro como maldizem tantos quantos se arvorem a exigir que os
recursos públicos sejam usados em benefício da sociedade em vez de serem usados
para engordar a agiotagem dos infernos fiscais. Como isso impediria o que está
sendo mostrado pela Operação Lava Jato, também perseguida pelos adeptos do “é
meu”, as figuras antissociais de FHC e José Serra declararam que Fidel
desrespeita os direitos humanos, o que é uma deslavada sem-vergonhice porque
quem se sentiu melindrado com o socialismo de Fidel foram os antissocialistas
que se mandavam para os Estados Unidos, paraíso dos ricos donos do mundo
causadores da infelicidade humana. Contam os detratores do socialismo com a
inteira burrice de quem houve a afirmação daqueles dois senhores porque
desrespeitar direitos é justamente o que eles fazem ao parasitar a sociedade,
terem vidas abastadas à custa de infelizes ignorantes para os quais a vida se
resume a dependurar nos corrimãos de transportes em troca de oitocentos reais
por mês, futebola, igreja e axé.
Talvez
Fidel tenha errado ao impor que os adeptos do “é meu” aderissem ao “é nosso”,
única maneira de se ter uma comunidade pacífica, sem necessitados, portanto,
civilizada e humana. É superestimar a incapacidade de percepção das pessoas
afirmar como fazem os meios de comunicação dos ricos donos do mundo que Fidel
Castro infringia alguma lei porque as leis devem servir para organizar a
sociedade. Que contribuição para isso pode ser encontrada em nossa lei que
afirma terem todos direito a morar, comer, divertir, educar-se, com apenas
oitocentos reais por mês? Que diz serem todos iguais perante as leis, se
ladrões privilegiados deixam de merecer punição apenas por negar as acusações?
Merece respeito a lei que criou o Foro Privilegiado? Por não respeitá-las é que
os inimigos do socialismo espinafram Fidel Castro através da papagaiada de
microfone e dos escritores ganhadores do Nobel para os quais o capitalismo teve
pleno êxito em proporcionar bem-estar social. Em sentido oposto, no sentido da
verdade, o blog Outras Palavras publicou dois artigos, um do economista
Ladislau Dowbor intitulado A Rede Corporativa Mundial, e outro do
Frei Leonardo Boff intitulado Agroecologia Como Antídoto À
Produção Transgênica, nos quais tanto o economista quanto o frei expõem
aos leitores a monstruosidade da transformação da produção de alimentos em
fonte de riqueza como querem os inimigos de Fidel e amigos do “é meu”. Nem
precisa ser inteligente para perceber a monstruosidade de se apossar de imensas
áreas, de recursos do BNDES, da expulsão dos camponeses para as cidades, da
obrigação de se ingerir veneno, para engordar a agiotagem dos infernos fiscais.
A cultura do “é meu” contra a qual se insurgiu Fidel Castro, motivo da ira de
seus detratores, também o Papa Francisco se insurgiu conta ela como prova a
presença de João Pedro Stédile ao lado dele quando se pronunciou contrariamente
ao sistema capitalista, enquanto que a papagaiada de microfone da Rádio
Bandeirantes AM de São Paulo espumava de raiva porque o Stédile fora convidado
pelo governador de Minas Gerais para uma solenidade. Inté.
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