domingo, 26 de fevereiro de 2017

ARENGA 384


Como qualquer outro folião, políticos também têm o direito de curtir o carnaval, de dançar, pular, paquerar, beber. Isto aí faz parte de matéria no jornal Folha de São Paulo, evidência de que quem escreve por força de um contrato de trabalho escreve sem pensar, daí imbecilidades desse tipo. Se os políticos podem se auto intitular deuses, e Brasília, o seu Monte Olimpo; se um simples “nego as acusações” convence a justiça de sua inocência; se transformam em juiz o correligionário para julgá-los; se têm duzentos e vinte milhões de brasileiros dispostos a não deixar lhes faltar nada, alguém é capaz de imaginar alguma coisa a que político não tenha direito? Paquerar? Curtir carnaval? Beber? Tá de brincadeira! Isso é fichinha prá político! Político tem direito a aviaozão e secretária prá trepar no azul do céu. Têm direito a surubas e cardápios milionários. Têm direito de traficar droga e influência através de “mulas”.

O direito ao carnaval, na verdade, considerado por quem escreveu a matéria como exclusivo do povo ou ralé, no meio da qual mulheres se pavoneiam pelo fato de esfregarem suas aranhas, esse direito é dado ao povo pelos políticos. São eles os mantenedores do pão e circo. Se apenas um ou outro se mistura com a malta desprezível, o faz a contragosto. Como disse o general Figueiredo, que já começa a deixar saudade, cheiro de cavalo é preferível a cheiro de povo. Os que não saltitam no meio da massa repugnante é porque têm coisas a fazer mais importantes para suas contas bancárias como, por exemplo, a reforma da previdência que lhes renderá polpuda comissão do sistema bancário que já esfrega as mãos e baba a baba gosmenta de monstro capaz de se comprazer com a miséria de quem lhes deu a vitalidade e recebe em troca uma velhice desassistida para amargar, destino para o qual ruma a massa amorfa dos bichos carnavalescos que por não poderem raciocinar, privilégio que a natureza nega aos jovens, desconhecem completamente a realidade da vida. Vez em quando, entretanto, como acontece nesse exato momento, em matéria publicada no jornal Estadão, para algum conforto espiritual de quem pensa, alguns gatos pingados, talvez até mesmo carnavalescos estes gatos pingados, demonstram alfabetização política ao caírem de pau prá cima do banqueiro Nelson Jobim, que, temendo como todo banqueiro teme a Operação Lava Jato, dá entrevista àquele jornalão condenando o trabalho dos bravos jovens que buscam a moralização política temida pelos depredadores do erário. Por amarem seus filhos, os jovens da Lava Jato pensam também nos filhos dos adoradores de igreja, axé e futebola que não têm quem pense neles. Com justificável medo dos defensores de uma Nação Brasileira que substitua a República de Bananas, dos heróis em busca de um Estados Unidos do Brasil em vez do Brasil dos Estados Unidos, covarde e cretino como todo surrupiador, o banqueiro/ministro/jurista Nelson Jobim afirma que os jovens da Lava Jato estão atrás é de fama em vez de moralização política, e os aconselha a buscarem biografias na política e não no judiciário, sem se dar conta de que da biografia de político exala podridão moral.

Por força da podridão moral dos políticos, o relator da reforma previdenciária pedida pelos banqueiros, um dos Maias brasileiros que matariam de vergonha os Maias portugueses do livro Os Maias de Eça de Queiroz, está propondo o fim da isenção tributária que beneficia as entidades filantrópicas. Diz ser uma vergonha que tais instituições não recolham os impostos que deveriam. Claro que rola malandragem nas entidades filantrópicas por serem as malandragem, a safadeza, a falta de vergonha, a desonestidade e a imoralidade parte integrante da cultura do brasileiro. Entretanto, por menor que seja, em algo de concreto as entidades filantrópicas beneficiam o bicho povo, ao contrário das igrejas que só beneficiam as falcatruas dos politiqueiros ao fomentar o analfabetismo político que tanto serve à corrupção, prejudicando, portanto, o povo, não recolhem imposto nenhum, mas o Maia de triste memória não vê nenhuma falta de vergonha nisso.

É também a podridão que faz cair aos pedaços a política o motivo da notícia noticiada no jornal Folha de São Paulo de estar o presidente Temer conquistando deputados de pouca expressão com paparicos e atenção visando obter apoio para suas pretensões privatizantes do interesse de banqueiros , o que deixa quem pensa com uma interrogação preta em cima da cabeça uma vez que a função de presidente da república é buscar atender as reivindicações do bicho povo, o que leva à conclusão da necessidade de mudar de rumo a política, mesmo porque o mesmo jornal Folha de São Paulo dá notícia de que sem Padilha, cresce o isolamento e dependência do presidente Temer, o que escancara que o presidente fica de pé e mão atados se não estiver apoio de ladrão. Mas, o fato de terem sido rechaçadas as safadezas do Jobim injeta algum ânimo na esperança de quem deseja um Brasil que mereça orgulho. Inté.    

 

 

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