sábado, 11 de fevereiro de 2017

ARENGA 372


Na página 61 do livro Fundamentos do Direito, Editora Martin Claret, no capítulo 10, intitulado Doutrinas Teocráticas, seu autor Léon Duguit afirmou há mais de cem anos que a teoria de ser a assunção ao poder político determinada por um poder divino já se encontrava condenada pelo caráter não científico, razão pela qual merecia interesse apenas do ponto de vista histórico. Na página seguinte o autor deu um exemplo da influência negativa exercida sobre a política pela crença que atribuía a Deus o poder de investir no homem o direito de governar, ficando tal crença sobejamente demonstrada no célebre edito do rei Luís XV, datado de dezembro de 1770, onde se lê: “Só de Deus recebemos a nossa coroa: o direito de fazer as leis pertence-nos a nós somente, sem dependência e sem partilha”. A percepção da realidade da vida, infelizmente demasiadamente vagarosa, mostrou ser falsa a afirmação de provir de Deus o poder do governante, crendice que, segundo a História, entre os reis egípcios ou faraós, o casamento tinha de ser entre membros da família do faraó, inclusive entre irmãos, para não macular a linhagem de sangue divino. A ser verdade esta afirmação histórica, deveria haver muitos descendentes malformados. Entretanto, pessoa de poucos conhecimentos, nada sei a respeito. Mas, constatado o abandono da crença da intervenção divina nos assuntos políticos por seu caráter anticientífico, por que, então, não bani-la por completo se também no que diz respeito à existência da vida a falsidade religiosa atribui à divindade enquanto  a ciência prova que ela decorre da união do óvulo e do espermatozoide, realidade também verificada entre os bichos?  Quanto menos desprovidas de conhecimento as pessoas, mais fácil de serem enganadas, realidade também irrefutável dada a facilidade com que são enganadas as crianças. Decorrido tanto tempo do tempo em que se acreditava que o rei era também um deus, já é tempo de também se perceber a bobagem que é essa história de Deus porquanto está aí à vista de quem tiver olhos prá ver a realidade de ser maior a infelicidade onde maior também é a crença nesse Deus imaginário que serve para locupletar espertalhões aproveitadores da falta de discernimento dos frequentadores de igreja que desempenham papel de completos idiotas sustentando uma parafernália religiosa tão perdulária e inútil quanto as cortes medievais a valsar em imensos salões. Prova cabal de ser a religiosidade fruto da ignorância é a realidade indiscutível de ser mais fácil encontrar Jesus Cristo debaixo de uma cruz e chibatadas do que encontrar um ateu analfabeto. Inté.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário