segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

ARENGA 385


Ao ouvir um jovem de brinco e tatuagem dizer que o rock é um som mundial, uma garota que já superou a fase reles de frequentador de igreja, axé e futebola disse que som realmente igual em qualquer lugar do mundo era o som de arroto, bufa e ronco. Não fosse a natureza tão estúpida a ponto de fazer criar o pavor estampado nos olhos do animalzinho sendo devorado vivo, ela devia ter encarregado um ateu para substituí-la na hora de fazer os seres humanos a fim que lhes ministrado um forte sentimento de irmandade que os diferenciasse das feras. Caso fosse eu o escolhido, faria um sentimento de irmandade ainda com maior ou pelo menos o mesmo vigor que tem a sexualidade sobre todos os seres humanos, sem distinção de um só deles porque não há um só homem ou mulher no mundo inteiro que não se interesse por um buraco de fechadura numa porta atrás da qual duas mulheres esfregam as xoxotas. Entretanto, a mesma burrice que orientou a natureza a impedir o pau de endurecer sem excluir a vontade de trepar levou-a a fazer os seres humanos ainda mais brutos que os irracionais por se destruírem mutuamente sem que disso dependa sua vida como acontece entre as feras. Mas a desunião parece não merecer a devida atenção até mesmo de ilustres personalidades literárias porque na sinopse do livro O Fim da América, de Naomi Wolf, há referência à frase saída da mentalidade rasteira de políticos afirmando que a eterna vigilância é o preço que se tem de pagar a fim de se ter liberdade. Ora, isso é mais uma contradição das muitas que norteiam o caminho seguido pela humanidade, como, como por exemplo, viver sobre a falsa crença de que será levada a porto seguro pela condução de líderes cujo comportamento revela escancaradamente más intensões. Mas a ninguém parece ocorrer a necessidade de se cogitar sobre tal realidade. Fala-se sobre quem vai ser isso ou aquilo nos quadros da administração pública, mas sem se levar em conta a realidade de que ninguém vai ser isso ou aquilo com o objetivo de levar a sociedade a bom termo. Isto já devia ter sido percebido há muito, uma vez que já foi percebido ser impossível engar a todos todo o tempo.

Há tanta falsidade na frase “O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA” quanto há na liderança que conduz o mundo. Nesta frase não há beleza. Ela nasce do seio das falsidades pelas quais os seres humanos pautam sua vida porque onde há paz não há necessidade de vigilância por ser um ambiente no qual prevalece o sentimento da verdadeira irmandade que se traduz por uma elevação espiritual capaz de levar à compreensão de que o bem-estar de cada um depende do bem-estar de todos, razão pela qual ninguém precisa ser vigiado a fim de não fazer mal a ninguém por ser o próprio indivíduo a não querer prejudicar ninguém face à compreensão de estar prejudicando a sociedade, prejuízo esse que viria afinal a recair sobre si mesmo. Como observou Hemingway, quando morre alguém também morre junto um pouco de cada um, razão pela qual os sinos dobram também por aquele que pergunta por quem eles estão dobrando.

A necessidade de vigilância decorre da belicosidade necessária à avareza dos Reis Midas do mundo e seu aleijão mental que exige fortunas e mais fortunas, razão pela qual se fazem necessários os ataques com objetivo de tomar as coisas das sociedades atacadas, e por isso precisam ser vigilantes. A palavra vigilância indica a necessidade de arma, portanto, ambiente ainda incivilizado necessário à barbárie própria de um ambiente cuja brutalidade permite que apenas um por cento das pessoas se apropriem de noventa e nove por cento dos bens que deveriam servir a todos os cem. É este o objetivo da liderança que lidera o mundo. No Blog da Amazônia, o jornalista Altino Machado nos dá notícia de que os ingleses através da expressão “trouble-maker” (criador de problema), já reconheceram a realidade de que os líderes políticos criam problemas em vez de resolvê-los. Entretanto, mesmo sabendo disso, os ingleses acrescentam aos falsos líderes uma realeza parasitária. Encerrando esta “prosa” temos que Altino Machado nos dá também prova irrefutável da falsidade da liderança política entre nós na reportagem publicada no mesmo blog acima citado, denominada Riqueza, miséria e insegurança na terra do papi soberano, matéria que precisa ser obrigatoriamente conhecida por se tratar de uma verdadeira lição própria de Grandes Mestres do Saber, por mostrar a verdadeira finalidade dos líderes políticos com os quais conta esta sociedade de imbecis incapazes de ver a realidade mostrada na notícia de que o governo se pavoneia por destinar cem milhões para apoio ao sistema prisional enquanto bilhões rolam pelos tubos de esgoto mostrados no Jornal Nacional, por onde a corrupção faz escoar bilhões e mais bilhões. Ao lado disso, famílias são enlutadas pela violência, agentes de segurança são punidos por reivindicar mísero aumento de salário e promotores do pão e circo viram reis e vivem como verdadeiros reis. Inté.

 

 

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