segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ARENGA 378


Quando uma igreja desaba sobre a malta imbecil de frequentadores, ou quando uma bomba os manda para os ares, o que não deixa de ter seu lado positivo apesar da tristeza que causa a supressão do futuro das inocentes criaturazinhas sacrificadas por seus pais ignorantes que as levam para a morte, tais acontecimentos lembram a possibilidade da existência de um Deus do tipo daquele Deus inventado pelo cartunista Henfil, porque também se fala num Deus criado por Einstein.  O fato horroroso de matar criancinhas inocentes nos desabamentos das igrejas e nas explosões de bombas não seria motivo de impedimento para a existência do Deus de Henfil uma vez que o Deus dos imbecis das igrejas também era indiferente à morte de crianças e as matou aos montes. O Deus do genial Henfil seria aquele da historinha em que o fradinho Baixim cospe no fradinho Cumprido. Algumas das muitas peripécias dos fradinhos do Henfil podem ser vistas propondo ao amigão Google OS FRADINHOS. A historinha que sugere um Deus de Henfil se passa quando o Baixim cuspia para qualquer direção e o cuspe fazia a volta e atingia o Cumprido que, resignadamente como todo carola, dizia coisas mais ou menos assim: “Perdoai-o Senhor” ou então: “Ele não sabe o que faz”. De repente, como se Deus tivesse ficado de saco cheio de tanta subserviência e resignação, uma enorme cusparada caiu do céu sobre o Cumprido. É um Deus assim, capaz de cuspir sobre o conformismo diante dos desmandos e iniquidades que se pode imaginar o Deus de Henfil a derrubar igrejas e orientar desorientados a jogar bombas sobre os estúpidos conformados com todo tipo de maldade que lhes impõem seus algozes, as “autoridades”.

A carga imposta pelas “excelências” à sociedade precisa ser jogada no chão como fez o burrico do poeta Elomar Figueira na canção Peão na Amarração. Desceu ao fundo do poço das indignidades o comportamento daqueles que se dizem líderes dessa sociedade de frequentadores de igreja, axé e futebola. Os três poderes uniram-se numa promiscuidade escancarada. Os ministros da mais alta corte de justiça, o Supremo Tribunal Federal, são indicados pelos politiqueiros acusados de crimes contra a administração pública, configurando-se uma situação esquisitamente aceita pacificamente em que julgados por crimes cometidos contra a sociedade escolhem seus julgadores. Uma colherzinha de chá sobre a falta do pudor indispensável ao judiciário pode ser vista no blog Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, pedindo ao amigão Google o seguinte: FUX FAZ FESTÃO EM CASA DE ADVOGADO. A aberração denominada Foro Privilegiado também escancara a falta de sinceridade de uma justiça que sob a desculpa de não ser possível julgar todos os crimes dos administradores públicos, isenta-os de julgamento através da prescrição. O temperamento explosivo de homem sincero do doutor Joaquim Barbosa, certa vez, exigiu respeito por parte do ministro Gilmar Mendes dizendo que ele não lidava com um dos jagunços de sua fazenda. É tudo uma balbúrdia. Por que ministro do STF precisa de fazenda? Por que empresários milionários precisam de emprego público? O ministro Marco Aurélio Mello aprovou a atitude antissocial do presidente da república criando um ministério para através da excrescência do Foro Privilegiado abrigar um correligionário contra as investigações da Operação Lava Jato. Enquanto isso, os assuntos aos quais se ligam os jovens são coisas assim: Cleo Pires posta foto nua e é elogiada na internet, notícia acompanhada da foto da atriz nua, mas com as pernas fechadas. Ficaria ridículo se as abrisse e escancarasse a xoxota? Que esperar de uma juventude incapaz de perceber estar correndo o mesmo risco dos jovens da França de 1789, ou da Rússia 1917? Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

 

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