Se até na “civilizada”
sociedade alemã se faz pesquisa para saber a quantidade de cerveja que fica grudunhada
nos bigodes dos bebedores, não há o que estranhar se entre os brasileiros de
triste memória se pesquisa sobre o desinteresse dos jovens quanto ao seu futuro,
conforme notícia na imprensa. De se estranhar, e muito, é o fato de desconhecerem
os pesquisadores a realidade há muito afirmada neste mal amanhado blog de ter
sido a mentalidade dos jovens reduzida a um monte de lixo em decorrência da
orientação recebida pelas crianças de serem Deus e dinheiro os polos de onde
emana felicidade. Uma vez deformada a personalidade pela falsidade desta
orientação, permanecerá ela deformada por não ser a personalidade como uma
plantinha torta que se corrige amarrando-a a uma estaca com barbante. A
dificuldade de corrigir uma personalidade depois de deformada foi
magnificamente mostrada por Platão no Mito da Caverna. A falta de ligação dos
jovens com seu próprio futuro foi detectada pela sensibilidade inerente à
mentalidade criadora de Maurício de Souza, o criador da Turma da Mônica. A experiência
de oitenta anos de vida juntamente com a perspicácia inerente à criatividade o levou
a declarar haver necessidade de uma educação voltada a preparar o jovem para a
velhice. Realmente, tal orientação levaria os jovens a se preocuparem com o
futuro, coisa que erradamente consideram desnecessária por acreditarem ser
inesgotável o botijão de gás que alimenta a chama da vitalidade, escapando-lhes
a realidade observada por Schopenhauer de que esta chama vai diminuindo,
esvaindo, até restar daquilo que foi um vigoroso jovem campeão disso ou daquilo
apenas um “caco” jogado num canto. A esta observação cabe ajuntar outra: Quanto
maior a evolução espiritual, menos “caco” sentirá ser aquele que chegou à
situação de “caco”. Para se concluir estar a juventude caminhando rumo ao nada,
ao vazio, ao caos, por se preocupar com o dia de amanhã apenas em termos de
Deus e dinheiro não há necessidade de pesquisa. Basta olhar em volta e ver
quais as companhias preferidas pelos jovens. Se para eles verdadeiras nulidades
espirituais são paparicadas como “celebridades”, ajuntando-se a esta realidade
aquela outra que diz “quem com porcos anda farelos come”, conclui-se ter sido a
juventude tomada por assombrosa mediocridade mental que impossibilita nos
jovens atitudes inteligentes como a meditação sobre o futuro porque se assim
fosse haveria a percepção de haver algo de muito errado na maneira de viver
ante a realidade de se estar condenando a vida à extinção.
Não podendo
a juventude encontrar felicidade em Deus uma vez que Deus não existe, nem
podendo encontrá-la no dinheiro que lhes garantiria a satisfação das
necessidades primárias por se encontrar o dinheiro em mãos de apenas um por cento
dos seres humanos, encontra-se a juventude num vazio mental que dá origem à
seguinte notícia publicada no jornal Folha de São Paulo: Rolezinhos do beijo lotam marquise do Ibirapuera com
até 20 mil jovens. Entre eles, uma jovem justifica tal comportamento para não ficar
sem fazer nada. Aí está a monstruosidade que fizeram com os pobres e infelizes
jovens reduzidos a uma mediocridade tão acentuada que os priva da capacidade de
lutar pelo seu bem-estar, entregando-se ao infeliz destino traçado pelos
monstruosos Reis Midas do mundo e sua sede satânica de ajuntar riqueza,
objetivo que para ser alcançado faz-se necessário relegar noventa o nove por
cento dos seres humanos à impossibilidade de se elevarem espiritualmente e se
sentirem felizes com apenas pão e circo distribuídos pelas “celebridades” e
“famosos” regiamente pagos para tão inglória tarefa.
Para salvação do mundo, faz-se
necessária uma pesquisa que esclareça o motivo pelo qual não se ensina às
crianças a necessidade de respeito mútuo no lugar do “levar vantagem” do qual
resultam seres tão infelizes quanto Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Marcelo
Odebrecht e tantos outros que logo serão seus companheiros de infortúnio. Tivessem
esses infelizes recebido quando crianças uma educação da qual resultassem
personalidades imbuídas de honradez e bom caráter não estariam agora naquela
situação de sofrimento e humilhação. Será que no meio de tantos doutores não há
quem perceba a necessidade de deixar de lado o cachimbo da tradição cujo uso
entortou a boca do mundo? Inté.
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