No livro
1889, de Laurentino Gomes, no capítulo Paixão e Morte, página 357, o autor nos
conta que em 1893 um jornalista americano que trabalhava em Buenos Aires ouviu
sobre uma grande brutalidade ocorrida no Rio Grande Sul por questões políticas.
Levado pela curiosidade profissional, o jornalista foi ver de perto se era
verdade o que se falava. Descreveu o que viu da seguinte forma:
“Contei duas dezenas de cadáveres e duas mulheres mortas a tiros. Alguns
cadáveres apodrecem, juntamente com cavalos destripados, sob o sol abrasador.
Outros são comidos por bandos de cães e corvos (sic). Vi alguns crâneos
dispersos pela terra. Todos os cadáveres, ou o que reta deles, jazem
completamente nus, pois os soldados costumavam despir os mortos, a fim de
vestir ou vender suas roupas, mesmo ensanguentadas. Um vento seco levanta
poeira, mas não consegue dissipar o odor gordo e mole da carniça que flutua em
toda parte, impregnando as pessoas e as coisas. Tudo tresanda a morte e
podridão, provocando uma náusea desesperadora. A custo reprimo a vontade de
vomitar”. A isto foi levada a sociedade
humana. Como explicar que decorridos milhares e milhares de anos os seres
humanos continuam ainda tão brutos apesar de existirem a tanto tempo? No livro
O Livro da Política, na página 28, consta que Sun Tzu teria afirmado ser a
guerra de vital importância para o Estado. Mas ele viveu há quase três mil anos
antes de Cristo. Entretanto, na página 92 do mesmo livro, consta que há
seiscentos anos Johannes Althusius afirmara ser a política a arte de unir os homens. Há, por
acaso, em qualquer parte do mundo o uso da política voltado para unir ninguém?
Qual o motivo pelo qual ela é usada justamente no sentido contrário daquele
citado por Johannes Althusius, infelicitando a humanidade, quando deveria
assumir a responsabilidade de dar sentido à vida social zelando pelo bem-estar
da sociedade? Nenhum mistério. A desunião entre os seres humanos tem por há
nisso porque a causa está no “É MEU”.
Vamos lá
juventude! Supere a fase de ser conduzida feito gado e em vez de ser conduzido,
conduza sua sociedade à real condição de “sapiens”. É uma excelente ideia.
Nenão? Inté.
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