quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

ARENGA 224



No livro 1889, de Laurentino Gomes, no capítulo Paixão e Morte, página 357, o autor nos conta que em 1893 um jornalista americano que trabalhava em Buenos Aires ouviu sobre uma grande brutalidade ocorrida no Rio Grande Sul por questões políticas. Levado pela curiosidade profissional, o jornalista foi ver de perto se era verdade o que se falava. Descreveu o que viu da seguinte forma: “Contei duas dezenas de cadáveres e duas mulheres mortas a tiros. Alguns cadáveres apodrecem, juntamente com cavalos destripados, sob o sol abrasador. Outros são comidos por bandos de cães e corvos (sic). Vi alguns crâneos dispersos pela terra. Todos os cadáveres, ou o que reta deles, jazem completamente nus, pois os soldados costumavam despir os mortos, a fim de vestir ou vender suas roupas, mesmo ensanguentadas. Um vento seco levanta poeira, mas não consegue dissipar o odor gordo e mole da carniça que flutua em toda parte, impregnando as pessoas e as coisas. Tudo tresanda a morte e podridão, provocando uma náusea desesperadora. A custo reprimo a vontade de vomitar”. A isto foi levada a sociedade humana. Como explicar que decorridos milhares e milhares de anos os seres humanos continuam ainda tão brutos apesar de existirem a tanto tempo? No livro O Livro da Política, na página 28, consta que Sun Tzu teria afirmado ser a guerra de vital importância para o Estado. Mas ele viveu há quase três mil anos antes de Cristo. Entretanto, na página 92 do mesmo livro, consta que há seiscentos anos Johannes Althusius afirmara ser a política a arte de unir os homens. Há, por acaso, em qualquer parte do mundo o uso da política voltado para unir ninguém? Qual o motivo pelo qual ela é usada justamente no sentido contrário daquele citado por Johannes Althusius, infelicitando a humanidade, quando deveria assumir a responsabilidade de dar sentido à vida social zelando pelo bem-estar da sociedade? Nenhum mistério. A desunião entre os seres humanos tem por há nisso porque a causa está no “É MEU”.

Vamos lá juventude! Supere a fase de ser conduzida feito gado e em vez de ser conduzido, conduza sua sociedade à real condição de “sapiens”. É uma excelente ideia. Nenão? Inté.

 
 
 


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