sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ARENGA 227



 “Para nós, católicos, a Quaresma é um tempo no qual Deus permite que possamos olhar para nós mesmos e a partir de nossos passos trilhar novos rumos para o céu. A tradição da Igreja afirma que esse tempo quaresmal é propício para se plantar o sacrifício para colher na páscoa a ressurreição”.
Esta asnice aí em cima, própria dos analfabetos políticos citados por Bertold Brecht, que se voltam para o céu em vez de se ligarem na forma como são gastos os recursos públicos, por incrível que pareça, tal sandice foi escrita por um jovem que deve ser parente do senador que do alto de sua “sabedoria” afirmou categoricamente que nós somos o resultado daquilo que sempre fomos. Como sempre fomos ridículos, o resultado foi nos tornarmos o povo mais ridículo do mundo. O autor daquela baboseira que dá início a estas mal escritas ponderações é um jovem que só é jovem na aparência. Sua mentalidade ainda cumprimenta Matusalém ao passar por ele levando pela mão seu neto Noé, que por ser ainda criança, nem desconfiava que seria obrigado a construir uma barca, enchê-la com um casal de cada bicho e vagar por meses sobre as águas do dilúvio em meio às bostas da bicharada e o trabalho insano de alimentar de comida e água o zoológico aquático.
 Ante tantos descalabros, infelicidade, choro, e o iminente desaparecimento das condições de vida no planeta, ante condição tão aflitiva, imbecis se aglomeram numa triste instituição denominada Juventude de Fé, voltada para a fantasia da religiosidade. Se todos aprendessem um milésimo dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber as pessoas não teriam tantos problemas porque a mentalidade de quem aprende não lhe permite praticar ações antissociais das quais resultam os sofrimentos. Agir no sentido de tornar a vida agradável é a única maneira de se viver de modo agradável. A religiosidade é uma fantasia maldita destinada a moldar a opinião dos sofredores e levar sua atenção para as alturas do céu, desviando-a de onde devia estar: na política. Este trabalho satânico resulta em que por falta de dinheiro os sofredores fiquem à espera que suas necessidades sejam satisfeitas apenas pedindo a entes sobrenaturais que as satisfaçam. Para solução dos problemas, segundo o jovem companheiro de Matusalém que escreveu aquela idiotice, seria suficiente entrar numa igreja como fazem os imbecis com os filhos escanchados no pescoço, mexer os beiços em cochichos com uma suposta força divina e lhe pedir o que precisa, inclusive carro de presente. Pelo visto, a tal força divina funciona porque molambos espirituais são presenteados por Deus com carrinhos pebas feitos para pobres entre os quais a religiosidade é maior. A única maneira de se obter as coisas é lutar por elas, fato percebido pelo poeta Paulo Gabiru quando diz que “Quem espera sempre alcança, só basta lutar”. Assim, só haverá paz no mundo quando se lutar para substituir o espírito de Midas pelo de irmandade. Quem não acredita em Deus, mas acredita na irmandade como promotora de uma sociedade agradável, não pratica atos antissociais.
Não posso culpar meus pais por ter sido analfabeto político porque o ambiente onde eles nasceram, cresceram e me colocaram no mundo era um ambiente cujo conhecimento girava em torno de trabalhos braçais exclusivamente. Mas os descendentes dos atuais jovens imbecis e indiferentes aos assuntos dos quais dependerão suas vidas condenarão a imbecilidade de seus antecedentes futucadores de telefone. Inté.















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