Não se pode
saber qual seria a reação de homens como meus dois avôs, meu pai, eu, meus
irmãos, e muita gente mais pelaí, desfilando algemado à frente de policiais, conduzido
à prisão por roubo. Com a maior das certezas, pode-se saber que de modo algum seria
o mesmo comportamento de cinismo estampado nas caras descaradas destes canalhas
carecas ou de cabelos brancos, sem o menor constrangimento ao serem submetidos
a tal vexame, todos, absolutamente todos, adeptos da religiosidade, pode-se
apostar, mas que sem pejo roubaram o dinheiro de comprar o leite das crianças
pobres. O célebre “respeitem ao menos meus cabelos brancos” surte tanto efeito
para estes crápulas quanto os pedidos do papa para que as coisas aconteçam sem
ninguém fazer. Tão canalhas quanto os ladrões são os advogados que se
aproveitam da desculpa de que ninguém pode ser condenado sem defesa para
entortar não só o princípio do Estado de Direito, mas também o sentido nobre
das leis da manutenção da ordem social pela finalidade criminosa de receptar parte
do roubo do erário. A atividade de tais advogados é um absurdo só admissível
porque a sensatez foi varrida da sociedade humana, haja vista as guerras.
Advogados “de peso” significa espertalhões, pessoas que não sentem o menor
constrangimento em mentir descaradamente na cara dos frequentadores de igreja,
axé e futebola afirmando que bandido não é bandido. Numa sociedade civilizada
não pode haver lugar para esses defensores de desordeiros, na verdade seus
comparsas, como prova o fato de servirem de moleques-de-recado para a
presidiários.
Que está
tudo errado não é novidade. Mas também não podia ser de outra forma uma vez que
a sociedade humana escolheu o ludíbrio como paradigma de comportamento, o que
equivale a viver enganando ou sendo enganado, modalidade infeliz de convivência
que embora contra todos os princípios da sensatez, é aplaudida por escritores
posudos, ganhadores de prêmios, que por motivos inconfessáveis afirmam e
assinam embaixo ser a competitividade a melhor forma de se viver, mesmo diante
da existência de mil e um esfarrapados para cada almofadinha que faz pose na
revista Forbes, situação que põe o futuro em risco. A sociedade está
estruturada do mesmo modo como uma fazenda de pecuária. O próprio povo se diz
ovelhas e sentem tanto orgulho desta estupidez que até se comporta como
ovelhas. Coroando a insensatez temos o pronunciamento de Lula sobre a
existência de um projeto para destruir o seu legado. Belo legado: miséria para
os carneiros de Cristo e, segundo o livro O Chefe, fortunas para si e sua
família. Este país é mesmo cagado de arara por abrigar um povo imprestável para
outra coisa que não sejam festas, ladroagem, servilismo e burrice. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário