Disse o Grande
Mestre do Saber que o homem nasce livre, mas vive agrilhoado pelos quatro
cantos do mundo, o que é uma verdade incontestável. Povo sempre se conformou em
servir a dois senhores: Deus e governo. Trabalha prá cachorro a fim de manter riquíssimos
palácios destinados a abrigar “excelências” e “divindades” sem receber nada de
ambas as partes, não obstante tão altos custos. Interessante é notar que não há
mais Navios Negreiros, Entradas nem Bandeiras para pôr grilhões em ninguém. O
próprio homem os põe, e na alma em vez do pescoço. Subjuga-se espontaneamente à
uma força demoníaca de modo tão absoluto que, diferentemente dos escravos sob
chibata que se lamentavam e não raro se rebelavam, festejam seu jogo. As
guerras são a grande demonstração desta realidade. Os jovens não são arrancados
do seio de suas famílias debaixo de vara como faziam os nazistas. Apresentam-se
por vontade própria ao destino cruel de matar até ser morto num campo de
batalha cujos horrores Leon Tolstoi mostrou no livro Guerra e Paz. É o poder da
força demoníaca escravizadora que leva os jovens à situação do cão que avança à
ordem do dono sem a ninguém ocorrer esmiuçar em que se fundamenta a aceitação
de uma situação em que jovens são levados a se estraçalharem em luta sangrenta
sob explosões de todo tipo sem nem mesmo saber o motivo pelo qual trocam suas
vidas por uma medalha e uma rudia de flor solenemente colocada no pé de um
poste de cimento.
Já lhes
disseram estar lutando em defesa de Deus. Ora, é absurdo admitir precisar ser
defendido quem exterminou toda a população da Terra apenas com o pensamento.
Outras vezes dizem aos jovens haver honra em morrer pela pátria. O certo é que
a rapaziada, sob qualquer pretexto, sempre esteve a fim de guerrear. No dia em
que eles procurarem saber, descobrirão que suas vidas estão sendo trocadas por
dinheiro destinado às caixas-fortes dos infernos fiscais. A única coisa que
pode explicar o comportamento absolutamente equivocado de povo é existir ainda
em sua personalidade resquícios do tempo de bicho. Disto resulta a divisão da
humanidade em dois monumentais tipos de ignorantes: aproveitadores e
aproveitados. Esta dicotomia é a fonte de todos os absurdos vividos pela
humanidade. De um lado, um punhadinho de nada de ignorantes rosnando abraçados
a noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Do outro lado, numa ignorância
tão grande quanto a dos seus opressores, o resto da humanidade oprimida com
apenas dois comportamentos cada um mais estúpido do que outro: curtir festas ou
deixar-se revoltar a ponto de matar, duas situações das quais nada resultará de
positivo em prol de uma vida saudável quer para oprimidos ou opressores.
Assim tem
sido e assim continuará sendo enquanto a mentalidade dos seres humanos girar
apenas em torno de riqueza. A estupidez humana chega ao absurdo de se deixar
levar sem se interessar para onde está sendo levado. Absolutamente nada
justifica a seguinte notícia num jornal contemporâneo: “Um mar de súditos
tingiu Amsterdã de laranja ontem para se despedir de Beatrix, rainha da Holanda
nos últimos 33 anos, e celebrar a coroação do seu filho, o novo rei
Willem-Alexander”. E não se trata
de povinho bunda suja de república de banana, não. Este comportamento imbecil
típico da Idade Média é de espécimes do povo das bundas alvejadas tidos como os
mais civilizados do mundo. Inté.
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