Há boas
novas no ar. Está a se confirmar a realidade implacável da impossibilidade de
se enganar a todos por todo o tempo. Já existem jovens de dezoito anos cuja
mentalidade supera de longe a dos pais panacas com os filhos escanchados no
pescoço rumo às igrejas. As criancinhas de hoje, talvez por reação da natureza
contra tanta burrice, estão nascendo com uma inteligência admirável. Embora
seus pais teimem em mantê-las na mediocridade que lhes foi imposta por seus
pais das orações, da violência, do compra-compra, da necessidade de tirar fotos
ao lado da turma do Mickey Mouse, de festejar o Halloween, a percepção que as
criancinhas demonstram fará com que elas percebam também que seus pais estão
completamente errados em seu analfabetismo político e sua preferência por
"famosos” e “celebridades”. Nunca antes foi possível ter tanta esperança
no surgimento de uma geração capaz de transformar o mundo de miséria num mundo
agradável. Esta geração está aí nas figurinhas espertas com cheiro de alfazema
que já demonstram rebeldia ante as ideias mumificadas de seus pais. Ouvi uma
criança de quatro anos dizer que não existe Papai-Noel e sei de uma linda
jovenzinha de dezessete anos que recusou participar do Halloween e do convite
para ser modelo. Aliás, “modelo” porque sabem os menos burros ser bem diferente
a atividade que se esconde atrás desse título. Assim, também vem à tona a
realidade de ser a esperança a derradeira a morrer. Alguém já viu em tempo
algum, a juventude discordar em pagar a conta exorbitante do abastecimento de
comida para o avião presidencial? Pois agora está-se vendo, e com a mais
absoluta razão porque é ser mais do que trouxa disputar financiamento para
estudar e pagar para que politiqueiros se refastelem com finíssimas iguarias
enquanto esvoaçam pelo mundo num avião superluxuoso para engendrar tramas
inconfessáveis contra o burros de carroça de sempre. Outra coisa que a
juventude precisa se ligar é sobre a necessidade que têm os governos de viajar
tanto. Por trás disso há dente de coelho. Aos poucos haverá de se chegar lá
também. Por enquanto, já é alvissareiro o fato de estar despertando para as
malandragens dos politiqueiros. A imprensa noticia que ante a reação da
juventude o governo Temer recuou de gastar um milhão e meio nas compras de
iguarias para o avião presidencial, que dona Dilma gastou um milhão e
novecentos mil, e que entre as iguarias de Lula até xoxota fazia parte do
cardápio. Pelo menos nisso o Lula foi melhor que o Temer.
Está-se
concluindo, finalmente, não ser possível ficar de longe esperando que dos
palácios venha o trabalho de aplicar o dinheiro dos impostos para promoção do
bem-estar social. As únicas coisas que saem de lá são falcatruas e muita
safadeza. Os gastos monumentais com festas contrastando com a penúria que chega
ao absurdo de não haver dinheiro para pagar funcionários públicos e afirmar que
esta situação é causada pelas despesas com as aposentadorias dos trabalhadores
comuns é a maior canalhice do mundo. Uma olhadela nos livros Dívida E(x)terna,
de Marcos Arruda, Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, Privataria Tucana, de
Amaury Ribeiro Júnior, e O Chefe de Ivo Patarra, é o bastante para se saber
qual é a real causa da falta de dinheiro. A única coisa errada que há na
Previdência Social é o acúmulo de aposentadoria dos politiqueiros e a
roubalheira escancarada. Pergunte a dona Georgina Freitas que ela explicará
direitinho. Inté.
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