terça-feira, 7 de julho de 2015

ARENGA 132

              Há boas novas no ar. Está a se confirmar a realidade implacável da impossibilidade de se enganar a todos por todo o tempo. Já existem jovens de dezoito anos cuja mentalidade supera de longe a dos pais panacas com os filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas. As criancinhas de hoje, talvez por reação da natureza contra tanta burrice, estão nascendo com uma inteligência admirável. Embora seus pais teimem em mantê-las na mediocridade que lhes foi imposta por seus pais das orações, da violência, do compra-compra, da necessidade de tirar fotos ao lado da turma do Mickey Mouse, de festejar o Halloween, a percepção que as criancinhas demonstram fará com que elas percebam também que seus pais estão completamente errados em seu analfabetismo político e sua preferência por "famosos” e “celebridades”. Nunca antes foi possível ter tanta esperança no surgimento de uma geração capaz de transformar o mundo de miséria num mundo agradável. Esta geração está aí nas figurinhas espertas com cheiro de alfazema que já demonstram rebeldia ante as ideias mumificadas de seus pais. Ouvi uma criança de quatro anos dizer que não existe Papai-Noel e sei de uma linda jovenzinha de dezessete anos que recusou participar do Halloween e do convite para ser modelo. Aliás, “modelo” porque sabem os menos burros ser bem diferente a atividade que se esconde atrás desse título. Assim, também vem à tona a realidade de ser a esperança a derradeira a morrer. Alguém já viu em tempo algum, a juventude discordar em pagar a conta exorbitante do abastecimento de comida para o avião presidencial? Pois agora está-se vendo, e com a mais absoluta razão porque é ser mais do que trouxa disputar financiamento para estudar e pagar para que politiqueiros se refastelem com finíssimas iguarias enquanto esvoaçam pelo mundo num avião superluxuoso para engendrar tramas inconfessáveis contra o burros de carroça de sempre. Outra coisa que a juventude precisa se ligar é sobre a necessidade que têm os governos de viajar tanto. Por trás disso há dente de coelho. Aos poucos haverá de se chegar lá também. Por enquanto, já é alvissareiro o fato de estar despertando para as malandragens dos politiqueiros. A imprensa noticia que ante a reação da juventude o governo Temer recuou de gastar um milhão e meio nas compras de iguarias para o avião presidencial, que dona Dilma gastou um milhão e novecentos mil, e que entre as iguarias de Lula até xoxota fazia parte do cardápio. Pelo menos nisso o Lula foi melhor que o Temer.
Está-se concluindo, finalmente, não ser possível ficar de longe esperando que dos palácios venha o trabalho de aplicar o dinheiro dos impostos para promoção do bem-estar social. As únicas coisas que saem de lá são falcatruas e muita safadeza. Os gastos monumentais com festas contrastando com a penúria que chega ao absurdo de não haver dinheiro para pagar funcionários públicos e afirmar que esta situação é causada pelas despesas com as aposentadorias dos trabalhadores comuns é a maior canalhice do mundo. Uma olhadela nos livros Dívida E(x)terna, de Marcos Arruda, Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, e O Chefe de Ivo Patarra, é o bastante para se saber qual é a real causa da falta de dinheiro. A única coisa errada que há na Previdência Social é o acúmulo de aposentadoria dos politiqueiros e a roubalheira escancarada. Pergunte a dona Georgina Freitas que ela explicará direitinho. Inté. 

 
 


 

 

 

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