“As Forças Armadas não existem para fiscalizar
governo nem para derrubar governos. Temos que contribuir para a legalidade, dar
condição para que as instituições continuem trabalhando e encontrem caminhos
para superar o que estamos vivendo. Vimos que os embates [políticos] têm sido
acirrados, mas as instituições estão funcionando”.
Dá o que
pensar, e muito, a declaração do comandante-geral do Exército Brasileiro, o
general Eduardo Villas Bôas, no Dia do Exército, da qual faz parte o trecho
acima, refutando intervenção das Forças Armadas do país em função da crise
política. As instituições nunca deixaram de funcionar, mas do seu funcionamento
resulta a situação de caos em que nos encontramos. O General demonstrou
sabedoria ao afirmar não ser função do exército derrubar governos e que as
Forças Armadas erraram em 1964 por terem elas missão bem diferente da de
governar. Muito bem dito, senhor general. Entretanto, o artigo 142 da
Constituição Federal, além de defesa da pátria, cuja necessidade está mais do
que evidente, também atribui às Forças Armadas a defesa da lei e da ordem.
Embora ponha esta segunda atribuição na dependência de iniciativa (solicitação)
de um dos poderes constituídos, este detalhe pode ser contornado porque o foi
quando as Forças Armadas passaram a governar, erradamente como reconhece seu
comandante-geral atual. Quem dispõe das condições intelectuais como o general
Eduardo Villas Boas para chegar ao topo da hierarquia militar não desconhece a
dura realidade de estar o país e sua juventude sendo levados para o abismo como
mostra esta notícia no jornal Folha de São Paulo do dia 24/04/2016: Dívida
pública é bomba-relógio que cresce cerca de R$ 2 bilhões por dia.
Estando o
país governado por seres tão brutos que reconhecem apenas a força física, como
ficou evidente quando o prefeito de São Paulo fugiu apavorado na noite em que a
multidão tomou conta das ruas daquela cidade, necessário se faz que uma força
física tire o poder das mãos de criminosos que jamais solicitariam das Forças
Armadas a imposição da ordem porque lhes interessa a desordem. Estão aí como
prova desta afirmação as condenações à Operação Lava Jato por lutar brava e
destemidamente para impor a ordem.
A
questão é saber se o poder das Forças Armadas tem bastante força para dobrar o
poder do dinheiro dos ricos donos do mundo, aos quais interessa a desordem da
corrupção que lhes facilita o transitar das pastas 007. O poder do povo é capaz
desta façanha, mas por ser povo o povo, sua irracionalidade o impede de
qualquer ação inteligente. Desta forma, enquanto o povo for apenas povo,
estaremos na pior. Inté.
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