domingo, 24 de abril de 2016

arenga 252

 “As Forças Armadas não existem para fiscalizar governo nem para derrubar governos. Temos que contribuir para a legalidade, dar condição para que as instituições continuem trabalhando e encontrem caminhos para superar o que estamos vivendo. Vimos que os embates [políticos] têm sido acirrados, mas as instituições estão funcionando”.
Dá o que pensar, e muito, a declaração do comandante-geral do Exército Brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas, no Dia do Exército, da qual faz parte o trecho acima, refutando intervenção das Forças Armadas do país em função da crise política. As instituições nunca deixaram de funcionar, mas do seu funcionamento resulta a situação de caos em que nos encontramos. O General demonstrou sabedoria ao afirmar não ser função do exército derrubar governos e que as Forças Armadas erraram em 1964 por terem elas missão bem diferente da de governar. Muito bem dito, senhor general. Entretanto, o artigo 142 da Constituição Federal, além de defesa da pátria, cuja necessidade está mais do que evidente, também atribui às Forças Armadas a defesa da lei e da ordem. Embora ponha esta segunda atribuição na dependência de iniciativa (solicitação) de um dos poderes constituídos, este detalhe pode ser contornado porque o foi quando as Forças Armadas passaram a governar, erradamente como reconhece seu comandante-geral atual. Quem dispõe das condições intelectuais como o general Eduardo Villas Boas para chegar ao topo da hierarquia militar não desconhece a dura realidade de estar o país e sua juventude sendo levados para o abismo como mostra esta notícia no jornal Folha de São Paulo do dia 24/04/2016: Dívida pública é bomba-relógio que cresce cerca de R$ 2 bilhões por dia.
Estando o país governado por seres tão brutos que reconhecem apenas a força física, como ficou evidente quando o prefeito de São Paulo fugiu apavorado na noite em que a multidão tomou conta das ruas daquela cidade, necessário se faz que uma força física tire o poder das mãos de criminosos que jamais solicitariam das Forças Armadas a imposição da ordem porque lhes interessa a desordem. Estão aí como prova desta afirmação as condenações à Operação Lava Jato por lutar brava e destemidamente para impor a ordem.
 A questão é saber se o poder das Forças Armadas tem bastante força para dobrar o poder do dinheiro dos ricos donos do mundo, aos quais interessa a desordem da corrupção que lhes facilita o transitar das pastas 007. O poder do povo é capaz desta façanha, mas por ser povo o povo, sua irracionalidade o impede de qualquer ação inteligente. Desta forma, enquanto o povo for apenas povo, estaremos na pior. Inté.
 

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