quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOMENTOS AGRADÁVEIS

Nosso papo de hoje também inclui as pitadas de ensinamentos dos grandes mestres do saber que pesco nos livros deles e passo para vocês. Porém, desta vez, o assunto principal e que não vai ser lido como os outros, vai em torno de uma história legal que vem depois do conselho indispensável para que vocês dêem atenção também para outros valores como pensar num futuro melhor para seus filhos uma vez que a ciência está nos prevenindo da iminente falta de água e comida em virtude da estupidez de se acabar com a fertilidade dos solos e a vegetação que a protege. No Rio Grande do Sul, cerca de seiscentos mil quilômetros quadrados já viraram deserto e os cientistas afirmam que Minas Gerais terá em algumas décadas um terço de sua área em iguais condições. Enquanto os solos férteis desaparecem, a necessidade deles aumenta. Máquinas estão também dependendo de terra para serem alimentadas.
Uma dona de casa me disse que Jesus não deixará nada disto acontecer. Basta dar uma olhada nos lugares que viraram e que estão virando deserto para ver que Jesus num tá nem aí. Aliás, imaginem só o que espera por vocês depois de tomarem conhecimento de uma das informações do mestre Geoffrey Blainey: Até à época em que o nosso cabeludão andava por aqui nós teríamos feito apenas cerca de trezentos milhões de filhos. (volte e leia de novo do até que é preciso entender isso direitinho) Entretanto, só no tempinho de lá prá cá a fornicação colocou quase sete bilhões de pessoas para comer feijão e beber água junto com vocês. E vocês não pensam nos filhos dos filhos de vocês?
O mundo está muito ruim e vocês precisam dar um jeito nisso. Está muito errado esse negócio de deixar nosso país ser conhecido por causa de esporte e prostituição. Gira por aí uma propaganda da “paixão” de nossas mulheres e prova o dito com o testemunho de vários gringos que enaltecem as excelências das suas “paixões”. Já ouvi a “ferramenta” propagada no comércio do turismo ser tratada carinhosamente (como merece) de “perseguida” e até de “ligeireza”. Nunca de “paixão”.
Fica por aqui o aconselhamento de hoje porque vou lhes contar um fato legal que envolve o respeitável empresário UBIRATÃ AMORIM. E duvido que alguém fora do mundo dos negócios saiba quem é este respeitável senhor. Pois pode segurar na cadeira porque vou dizer que é ninguém menos que o nosso impagável Bira Bigodão, figura das mais estimadas e que dispensa apresentação. Da mais humilde oficina mecânica aos lugares mais refinados não há quem não se sinta bem com a presença de Bira Bigodão porque ele é como o violeiro que “alegrava o terreiro numa buniteza” da canção de Elomar. A diferença é que na canção, depois da alegria inicial, o sentimento espalhado pela música do violeiro trazia a tristeza de volta. Já com a chegada de Bira Bigodão é só alegria o tempo todo. Atrás daquela cara fechada há uma eterna juventude que contagia.
Pensei em economizar tempo abreviando o “Bira Bigodão” para apenas BB. Porém, me ocorreu que este é o nome pelo qual é conhecida uma famosa mulher e mudei de idéia. Afinal, pode não dar certo alcunhar um macho que ostenta um bigode daqueles com nome de mulher.
Não há quem ainda não tenha curtido ao vivo uma das histórias sadias e bem humoradas que justificam a empatia do Bigodaço. Eu já presenciei duas. A primeira foi em companhia de um cidadão irrepreensível de nosso meio que é o nosso estimado João Alberto Novais, carinhosamente chamado de João Bocão. Este cavalheiro não haverá de negar seu honesto testemunho no caso de vir eu a necessitar provar perante alguma corte de justiça a veracidade do acontecido.
Certa vez alguém tentava por em ordem um aparelho desordenado, quando chega Bira Bigodão já mandando uma peruada: Não tá vendo que o problema aí é a junta, pô? – disse ele. – Qualé junta, ó bigode de puxada. – Respondeu o rapaz – (todos são íntimos do Bigodudo). Ajunta tudo e joga fora! – Arrematou o Bira.
A outra história de que participei foi também em companhia de alguém do mais alto quilate. Um empresário do setor automobilístico de boa qualidade como Renault, Honda e Nissan. Trata-se de Sebastião Cardoso Neto, cuja aparente sisudez não consegue esconder a sinceridade e compreensão estampadas no olhar que legitimam o apelido de Netinho. Os funcionários o estimam segundo me disse a simpática e agradável Adriana, a garota morena do cafezinho. Como são poucas pessoas com boas qualidades, precisamos valorizá-las para que elas venham a florescer também em nós.
Reunidos e conversando amenidades, dois empresários e este aposentado, o que desfez minha impressão de que todo empresário quando não está contando dinheiro estivesse maquinando coisas contra nós. Pois ali estávamos a jogar conversa. Perguntei a Bira se ele ainda lidava com laticínios. Respondido que sim, perguntei se ele tirava leite. Respondido que sim, comentei que eu até aos quinze anos era vaqueiro do meu pai e que tirava leite por obrigação, enquanto que o Bira fazia isso levado pela comichão que faz ele não ficar quieto. Disse que eu fazia requeijão, manteiga, ferrei animais e tratei de bicheiras. Falei que no meu tempo, do qual já se vai muito tempo, a barra era mais pesada que hoje. Naquela época havia chuva e uma camada da lama do esterco do curral fazia crer que se estava usando botas. O leite era tirado de cócoras e não raro se encostava a bunda na lama.
Como, entretanto, desde que se tem notícia de gente, é sempre dando um jeito de adaptar a natureza às suas necessidades de conforto, hoje não mais é necessário meter os pés aos poucos até se acostumar com a lama fria pela manhã porque o frio é amenizado pelas botas de verdade.
Enquanto eu falava Bira e Netinho escutavam como pessoas educadas que são. Prossegui falando que também observei o uso de um banquinho com uma perna só amarrado no trazeiro da pessoa de modo a não ser necessário carregá-lo. Ao se levantar, a única perna que tem o banco e que lhe dá sustentação fica na horizontal e a pessoa pode se deslocar livremente ostentando um rabo horizontal. Ao sentar-se, volta o apoio para a vertical, apóia-se no chão proporcionando relativo conforto ao trabalhador.
Perguntei a Bira se ele usava um banco semelhante e a resposta nunca mais saiu da minha mente. Disse ele que usava, sim, a ajuda do banquinho. Disse mais: que o banquinho dele tinha o apoio virado para baixo ao contrário do banquinho dos gaúchos que tem o apoio virado para cima.
Nenhum gaúcho encontraria motivo de ressentimento diante da figura do Bira Bigodão porque ninguém consegue estranhar o Bigodaço. Inté.

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