domingo, 23 de junho de 2019

ARENGA 580


Há LIVROS e “livros”. Entre os primeiros está Senso Comum de Thomas Paine, e entre os segundos estão a absolutíssima maioria dos livros cuja única finalidade é demonstrar a intelectualidade inútil de intelectuais com suas citações enfadonhas em línguas estrangeiras e chamadas que levam a outros intelectuais também inúteis. Na introdução do livro de Paine há duas observações que se não fosse a estupidez humana levariam à humanidade a luz que a tiraria das trevas mentais em que sempre esteve ao deixar-se levar pelo pão e circo do qual faz parte a religiosidade que ajuda a política a lançar areia nos olhos a fim de impedir a visão da realidade. São estas as afirmações do sábio: “O HÁBITO DE NÃO PENSAR QUE UMA COISA ESTEJA ERRADA DÁ-LHE A APARÊNCIA DE ESTAR CERTA” e “O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO”. Para a massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola estas observações passam a anos luz de sua compreensão. Entretanto, a quem é capaz de alcançar o recado do grande pensador vê destampada diante de si a razão pela qual a sociedade humana sofre mais males decorrentes de sua desorganização do que os inevitáveis males decorrentes da natureza. É que por não perceber ainda estar errado tudo aquilo que pensa estar certo a humanidade vive tão alheia à realidade como a felicidade do bêbado. A alegria do ser humano corresponde à do burro que de satisfação balança o rabo e resfolega no chão quando encerra a tarefa diária e lhe é retirado do lombo o apetrecho no qual se prende a carroça, embora tudo vai começar de novo no dia seguinte. Não pensando haver necessidade de pensar sobre a atividade de viver, para sobreviver, como o burro, o ser humano também é faliz por conseguir um emprego que lhe consumirá a vitalidade. Isto lá é motivo para regozijo? Pois, apesar de não ser, o imbecil vai à igreja agradecer a deus por ter-se escravizado a um patrão.

Como também afirma Paine, a crença de estar certo o que está errado dá origem a um brado de defesa do errado e a condenação do correto. Nesse exato momento estamos diante desta realidade quando a bandidagem do colarinho branco procura levar ao banco dos réus jovens cumpridores do dever de coibir a imoralidade em que foi transformada a política. O certo mesmo é que a massa bruta de povo gosta de ter o rabo esfolado como provam o incremento da homossexualidade e o orgulho de ser homossexual.

Também a observação de que o tempo convence mais que a razão passa longe da compreensão da massa bruta que continua buscando proteção divina nos templos religiosos onde encontram explosão de bomba e rajada de metralhadora, o que só acontece por se tratar de massa bruta porque a literatura mostra que vários seres de mentalidade requintada já descobriram ser deus uma grande mentira e a religiosidade, a Circe da humanidade, afirmação que também passa a anos luz da percepção dos requebradores de quadris porque eles não sabem quem é Circe e o que ela fez. Desta forma, jamais poderão alcançar o sentido da observação de Nietzsche, também desconhecido da massa bruta de pipocadores de foguetório, incapaz da percepção de estar errada a construção de aviões, canhões, navios, submarinos, helicópteros, drones e milhões de homens educados para a atividade de manusear estes apetrechos de destruição. Inté.

  


Nenhum comentário:

Postar um comentário