Há LIVROS e “livros”. Entre os
primeiros está Senso Comum de Thomas Paine, e entre os segundos estão a
absolutíssima maioria dos livros cuja única finalidade é demonstrar a
intelectualidade inútil de intelectuais com suas citações enfadonhas em línguas
estrangeiras e chamadas que levam a outros intelectuais também inúteis. Na introdução
do livro de Paine há duas observações que se não fosse a estupidez humana levariam
à humanidade a luz que a tiraria das trevas mentais em que sempre esteve ao deixar-se
levar pelo pão e circo do qual faz parte a religiosidade que ajuda a política a
lançar areia nos olhos a fim de impedir a visão da realidade. São estas as
afirmações do sábio: “O HÁBITO DE NÃO PENSAR QUE UMA COISA ESTEJA ERRADA DÁ-LHE
A APARÊNCIA DE ESTAR CERTA” e “O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO”. Para a massa
bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola estas observações passam a
anos luz de sua compreensão. Entretanto, a quem é capaz de alcançar o recado do
grande pensador vê destampada diante de si a razão pela qual a sociedade humana
sofre mais males decorrentes de sua desorganização do que os inevitáveis males
decorrentes da natureza. É que por não perceber ainda estar errado tudo aquilo
que pensa estar certo a humanidade vive tão alheia à realidade como a
felicidade do bêbado. A alegria do ser humano corresponde à do burro que de
satisfação balança o rabo e resfolega no chão quando encerra a tarefa diária e
lhe é retirado do lombo o apetrecho no qual se prende a carroça, embora tudo vai
começar de novo no dia seguinte. Não pensando haver necessidade de pensar sobre
a atividade de viver, para sobreviver, como o burro, o ser humano também é
faliz por conseguir um emprego que lhe consumirá a vitalidade. Isto lá é motivo
para regozijo? Pois, apesar de não ser, o imbecil vai à igreja agradecer a deus
por ter-se escravizado a um patrão.
Como também
afirma Paine, a crença de estar certo o que está errado dá origem a um brado de
defesa do errado e a condenação do correto. Nesse exato momento estamos diante
desta realidade quando a bandidagem do colarinho branco procura levar ao banco
dos réus jovens cumpridores do dever de coibir a imoralidade em que foi
transformada a política. O certo mesmo é que a massa bruta de povo gosta de ter
o rabo esfolado como provam o incremento da homossexualidade e o orgulho de ser
homossexual.
Também a
observação de que o tempo convence mais que a razão passa longe da compreensão
da massa bruta que continua buscando proteção divina nos templos religiosos onde
encontram explosão de bomba e rajada de metralhadora, o que só acontece por se
tratar de massa bruta porque a literatura mostra que vários seres de mentalidade
requintada já descobriram ser deus uma grande mentira e a religiosidade, a
Circe da humanidade, afirmação que também passa a anos luz da percepção dos
requebradores de quadris porque eles não sabem quem é Circe e o que ela fez.
Desta forma, jamais poderão alcançar o sentido da observação de Nietzsche,
também desconhecido da massa bruta de pipocadores de foguetório, incapaz da
percepção de estar errada a construção de aviões, canhões, navios, submarinos,
helicópteros, drones e milhões de homens educados para a atividade de manusear
estes apetrechos de destruição. Inté.
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