Um sábio
afirmou que sua convivência com as pessoas comuns causava nele um mal-estar
equivalente ao mal-estar provocado por doença. Quer dizer, pessoa comum é
doença mental para quem tem a mente elevada. Pessoas comuns são aquelas para as
quais a vida se resume em aprender uma atividade, exercê-la para ganhar
dinheiro para comprar carro, apartamento, casar, ter filhos, tentar ficar rico,
e, como disse o sábio Leonardo da Vince, encher latrinas. O sábio, ao contrário
das pessoas comuns, como nos ensinam os Grandes Mestres do Saber, dão maior
importância aos assuntos relacionados à espiritualidade porque a utilidade
destes transcende a vulgaridade da vida das pessoas comuns.
Aqui estão
alguns exemplos de comportamento das pessoas comuns: Estava eu, pessoa apenas
um milionésimo menos comum, numa sala de espera aguardando a vez de ser atendido
quando um telefone celular de alguma pessoa comum soltou um berro semelhante ao
apito de um navio, causando-me susto tão grande que quase arremessou longe o
livro que eu lia. Na semana anterior, na mesma sala, também fui impedido de ler
meu livro porque um pai (pessoa comum) berrava no celular enquanto sua inocente
filhinha subia na mesinha do centro da sala e pulava de lá aos gritos enquanto sua
mãe (pessoa comum) olhava indiferente para a televisão e folheava uma destas
revistas sobre as futilidades das pessoas comuns. Em outra ocasião, esperava eu
um elevador, quando uma senhora (pessoa comum) que acabara de chegar entrou no
elevador, e eu que chegara primeiro, fiquei do lado de fora. Buzinar carros e
roncar motos na madrugada, despertando quem dorme, às vezes a custo de medicamento,
é também comportamento de pessoas comuns.
A mente destas
pessoas é inferior à dos sábios, nem sempre por desinteligência, mas por falta
de oportunidade de elevar-se a um plano superior. A sabedoria do sábio vem
menos da inteligência do que dos objetivos sobre os quais ela, a mente, tem por
prioridade posto que a atividade de pensar é a praia deles, os sábios, enquanto
que o dinheiro e invejar os americanos das bundas brancas é o mundo das pessoas
comuns. Exercer a atividade de pensar eleva a espiritualidade e diminui a
brutalidade. Platão afirmava que a atividade de governar deveria ser exercida
por filósofos (pessoas que pensam).
Assim,
razão de sobra tem o sábio para não gostar da companhia de pessoas comum como
nós, uns mais, outros menos. Se os bichos atendem suas necessidades
fisiológicas em qualquer lugar, para as pessoas comuns também nada significa a
presença de outras pessoas.
A
absolutíssima maioria dos brasileiros é composta de pessoas comuns, embora haja
em muitos deles inteligência superior à de quem já superou esta fase,
faltando-lhes tão somente aprender como se comportar socialmente. Papagaios
televisivos com microfones na asa, quer dizer, na mão, ensinam por refinamento
social requintes fúteis como usar vários garfos e várias facas numa refeição, em
que tipo de taça deve ser servido determinado tipo de vinho, ou que vinho é
apropriado para acompanhar carne ou peixe. Entretanto, comportamentos adequados
para se viver em sociedade sem molestar as outras pessoas, só são encontrados nos
ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber, mas tais ensinamentos passam ao
largo das pessoas comuns.
Entretanto,
a capacidade fabulosa de pensar pode transformar espiritualmente bichos em
gente do mesmo modo como a natureza fez com o físico.
Arengaremos
mais depois de descansados os sacos. Inté.
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