Mino Carta censura a expressão redemocratização
brasileira porque nunca houve uma democracia brasileira. Dá a entender que aquele
ilustríssimo expoente do nosso jornalismo ao lado de Hélio Fernandes, Mauro
Santayana e outros visse a democracia como algo bom que ainda não fomos capazes
de alcançar. Se não é como pensa o mestre do jornalismo sadio, assim pareceu.
Entretanto, sendo o mérito da democracia o direito de ter o povo seus
governantes escolhidos por ele mesmo em vez de qualquer outro método que
independa de sua vontade, tal direito tem resultado na escolha de palhaço,
lutador de box, ladrões e jogador de futebola como legisladores, donde surgem
absurdos como ser elevado à presidência da última instância do Poder Judiciário
um cidadão que segundo a imprensa teria sido reprovado por duas vezes em
concurso para juiz de primeira instância. Daí outras aberrações como
autoridades protegendo ladrões abertamente, na cara da sociedade, o que
justifica plenamente a afirmação de Vinicius Bittencourt de que a democracia é
o sistema que não nos permite ter governo melhor do que merecemos. Ora, é
justamente o contrário disto o que desejamos: ser-nos permito termos um governo
ainda melhor do que merecemos.
Direito de protestar nas ruas, outra
vantagem que justifica a democracia, também não serve de nada os protestos dos
quais resulta algum efeito realmente positivo para o povo se resumem àqueles
relacionados a bobagens como passagem de ônibus e coisas do tipo. Nenhum efeito
terá um protesto a favor de algo que trouxesse efetivo benefício para a
coletividade, como, por exemplo, o fim da isenção de imposto para ricos e as
imensas fortunas das igrejas, ou que se cumprissem as recomendações da
Constituição, principalmente a que diz serem todos iguais perante a lei. Dista
anos luz disto a realidade de serem os criminosos do colarinho branco
protegidos pelas autoridades governamentais e os infelizes de colarinho
esfarrapado e sujo atirados às masmorras, cubículos frios, úmidos e doentios
onde aos montes estão confinados pobres desafortunados que embora sendo os
preferidos de deus são os que mais padecem no mundo por lhes faltar o dinheiro
que a canalha da agiotagem do sistema financeiro acumula para puro deleite.
Desta forma, onde está a vantagem da
democracia tão falada pela papagaiada de microfone a reboque da turma do me dá
um dinheiro aí, quer dizer, da política? Não seria o caso de se engendrar um
sistema de governo que pessoas civilizadas merecem? Problema é que de
civilizados mesmo só gatos pingados. O resto é pipocador de bomba, bailarino de
axé, frequentador de igreja e futebola, além de admiradores de “famosos” e
“celebridades”.
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