A observação do historiador de ser a
humanidade constituída de seres estúpidos é confirmada pela falta de interesse
do povo em refletir a respeito porque quem cala, consente. Mas, é preciso
frisar que tal indiferença só existe na classe de povo, que constitui a maioria
absoluta dos seres humanos, e que é integrada por igrejistas, axesistas,
futebolistas, “famosos”, “celebridades”, reis de pau oco, entre eles os Reis
Midas. Da parte da classe de gente, constituída de gatos pingados, entre os
quais se inclui o historiador, a observação nunca deixou de merecer esforço
para ser superada, tendo, inclusive, já sido levantada a hipótese de ser a
estupidez humana fundamentada na discrepância entre o que é tido como correto e
seguido como se correto fosse, e o que é realmente correto, mas não é seguido.
Como o mundo segue a maioria, e a
maioria é de povo, e povo não pensa, fica restrito à numericamente
insignificante classe de gente o sentimento cívico de se incomodar por integrar
uma humanidade de seres estúpidos a ponto de não perceberem a discrepância que
há entre a informação de ser subversivo quem se insurge contra a ordem
estabelecida e a realidade de representar esta ordem a subversão de ter
invertido a função do Estado que é de cuidar do interesse pública para cuidar
de interesse privado, o que faz de modo escancarado ao entregar cargos de
altíssima importância para a administração pública a ricos e avarentos
empresários cujo objetivo é o enriquecimento a qualquer custo. Não pode haver
maior estupidez do que se esperar que empresários negligenciem interesses
próprios para cuidar de interesse da massa bruta de povo, cuja sina é ter o
rabo esfolado por ter seu destino decidido por empresários porque quando não é
escorchado por empresários da política é atarraxado pelos empresários que
arrancam da sociedade imensas fortunas em troca da prestação dos serviços e
bens de que não se pode prescindir e não há outra fonte onde buscar. Não demora
e haverá também um preço a pagar para respirar, como já há para comer e beber.
Se o tampo converte estúpidos em
racionais, o faz com muito vagar. A subversão da ignorância para o
esclarecimento que o filósofo observou chegar mais por ação do tempo do que da
razão precisa acontecer por meio de uma revolução em vez de uma lenta evolução,
o que só ocorrerá quando o número de gente (pessoas interessadas em viver
melhor) superar o de povo (pessoas interessadas na vida de Cristo, anjos e
arcanjos).
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