Quando o historiador mencionou como
uma das causas da Revolução Francesa a corrupção desenfreada na qual estava
envolvida a cúpula dos altos dignitários da igreja na França, de modo tão
escancarado e avassalador que dava impressão de ter a igreja francesa
apodrecido até o cerne, ressalvou não serem todos corruptos e de haver entre
eles quem fosse cumpridor de suas obrigações eclesiásticas. Com esta ressalva
prestou um desserviço à humanidade por ser dever de toda pessoa esclarecida,
como fizeram vários filósofos, com destaque para Nietzsche, combater a
religiosidade como se combate praga porque não é menor o mal que dela provém ao
induzir a humanidade ao terrível erro de se omitir de lutar por soluções
esperando inutilmente que elas caiam do
céu. Daí a sábia observação de que duas mãos trabalhando são infinitamente mais
úteis do que milhares de mãos postas em oração. Quem já viu um milagre aí,
levanta a mão!
O trabalho de religiosos prejudica
principalmente os desfavorecidos pela vida por serem os mais sujeitos a
ludíbrios. Entre eles inexistem descrentes. Encaixa como luva na tipificação do
artigo 171 do Código Penal que tipifica o crime de estelionato (de stelio,
camaleão em latim, cuja pátria mãe foi a fonte do direito do mundo ocidente,
inclusive o nosso). Como o camaleão que engana sua presa tomando a cor do lugar
em que se encontra, também o estelionatário induz sua vítima a erro com intuito
de obter vantagem como fazem os representantes de deus vendendo-lhes uma inexistente
proteção divina cuja falsidade pode ser encontrada no exemplo de Paulo de Tarso
e seu “SE DEUS É POR MIM, QUEM SERÁ CONTRA MIM?”, o que não passa de engodo
porque esta suposta proteção não evitou que o senhor Paulo de Tarso fosse assassinado
justamente por proclamar a vantagem da fé. Apenas este exemplo bastaria para convencer
da fajutice desta tal de proteção divina não fosse o fanatismo dos esfarrapados
mentais que levou o escritor e ensaísta Edmílson Movér a afirmar ter a
humanidade desenvolvido genes da religiosidade. Se há exagero na afirmação do
escritor, basta substituir os genes da religiosidade por genes transmissores da
necessidade da religião, o que dá no mesmo, porquanto os pais não podem
resistir à obrigação de iniciar seus filhos na religiosidade. Não se é
religioso por convicção, mas por indução, uma vez que ninguém nasce religioso.
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