Sendo nosso objetivo chamar a atenção
para a necessidade de meditar sobre a atividade de viver, questionamos se não é
conveniente tirar algum tempo da futucação de telefone para pensar sobre a
possibilidade de haver perigo para as próximas gerações visto continuarem as
causas que segundo a História provocaram nos séculos XVIII e XX nas sociedades
francesa e russa tamanha revolta que as levaram a se insurgir contra seus governantes com tanta sede
de vingança que não só os desbancou de sua pose de intocáveis, mas também matou
muitos deles? A falta do hábito de pensar pode fazer crer não haver correlação
entre os atuais e aqueles tempos. Mas, vejamos se assim mesmo:
A corrupção política, que é uma das causas das revoltas
citadas, continua campeando impávida mundo afora. A única diferença é ser mais
disfarçada nas sociedades supostamente civilizadas, mas civilizadas não são se as
pessoas nunca deixaram de carregar no lombo o peso de uma plêiade de
autoridades a desfrutar vida faustosa às custas do trabalho alheio. Em
sociedades como a nossa, aí nem se fala. A corrupção corrói abertamente os
recursos públicos com desenvoltura tão espetacular que ladrões do erário contam
com impunidade garantida por artifícios legais engendrados por eles mesmos e
postos em prática por outros ladrões que a pretexto de advocacia ajuntam
fortunas partilhando com os primeiros ladrões o produto do roubo.
Injustiça social, que também teria sido motivo da
revolte, em vez de ser banida, aumentou porque tanto aumentou o número de
pobres quanto a participação dos ricos no bolo que Delfin Neto recomendava
deixar crescer para dividir, mas sem esclarecer que a divisão consistia em
noventa e nove por cento para os ricos e um por cento para os pobres, graças a
um sistema econômico arquitetado para esta finalidade defendido a unhas e
dentes pelos lambe-botas do babaovismo que sempre apoiou qualquer sistema de
governo, por mais perverso, opressivo e antissocial que seja.
Interferência perniciosa da
religiosidade na política, outro dos motivos da revolta, e que continua influenciando negativamente
o mundo inteiro ao consumir recursos suficientes para pôr termo à pobreza, aqui
entre nós a religiosidade participa ativamente da ação governamental com tamanha
força negativa que substituiu o método do educador Paulo Freire que ensinava a
pensar por outro que ensina orar. Tornou obrigatório o ensino religioso,
culminando por fazer Ministro da Educação um pastor evangélico integrante do
esquema da venda de feijão milagroso contra pandemia.
Daí não ser demais avisar aos jovens
que já têm barba a pô-las de molho porque a barra pose pesar prá seus filhos.
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