Nunca será demais dedicar a
capacidade mental, por menor que seja, a um esforço voltado para superar duas
forças gêmeas verdadeiramente malignas que impedem a humanidade de avançar para
a civilização: a religiosidade e o analfabetismo político. Se ambas dependem da
ignorância, é natural que procurem perpetuá-la. Enquanto a religiosidade
precisa de quem compre feijão santo, e proseie com estátuas, a política precisa
de quem se ligue em “famosos”, “celebridades”, igrejas, axé, futebola e as notícias
do Yahoo ilustradas com fotos do “famoso” Belo com a imensa bunda da mulher
seminua encostada na rola e as mãos nos peitões de silicone no lugar do sutiã. Mentalidades
tão baixas não se ligam em não se verificarem as promessas de felicidade da
religião e nem na tolice que é deixar a cargo de políticos rapaces a
responsabilidade de tomar conta do dinheiro para gastos públicos.
Estudar significa apenas aprender
para responder as perguntas dos professores nos exames que habilitam adquirir
uma profissão para ganhar dinheiro. Nada mais que isso. Nunca se viu um
examinando levantar ante o examinador a insensatez de ter a Rússia na Segunda
Guerra Mundial arregimentado quinze milhões de homens para lutar. E depois,
quando responsáveis pelas próprias despesas, portanto, cientes da importância
do dinheiro, nem mesmo aos russos ocorre pensar quanto teria custado a seus
pais comprar para quinze milhões de homens comida, bebida, vestes, calçados,
remédios, barbeadores, local onde cagar, mijar, tomar banho, sabonete, toalha,
escova e pasta de dente, fuzil, pistola, balas e xoxota onde descarregar a
tensão da tesão para que pudessem brigar em paz. Tal alheamento tanto confirma
que Hemingway estava certo quanto explicou o motivo pelo qual é desnecessário
perguntar por quem os sinos dobram quanto certo também o poeta ao comparar a
humanidade a manada porquanto nunca se viu um boi ligado no custo do pasto.
As mentes menos atrofiadas do mundo
da papagaiada de microfone têm consciência de levantar expectativa quanto a
decisões de autoridades apenas por cumprimento do dever de falar. Só toupeiras
mentais ainda não perceberam que milionários não optariam por emprego. O que os
leva a ocupar cargo de autoridade nada tem a ver com bem-estar social. Vão prá
lá levados pela necessidade imperiosa de pose exigida pelo complexo de
desembargador.
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