sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ARENGA 188





Charles Darwin disse que o brasileiro é desprovido das qualidades que dignificam o homem; Charles de Gaulle disse que o Brasil não é um país sério; Os atores americanos espinafraram os brasileiros, mas erraram quando nos chamaram de macacos porque ainda somos pré-macacos; Caetano Veloso disse que o Brasil é o cu do mundo e Zé Ramalho compara o povo à manada. O que está errado neste exuberante pedaço de chão? Teria o Brasil o destino de ser inferior? Na verdade, o mundo inteiro ainda é inferior em termos de civilização, encontrando-se a humanidade ainda tão imatura a ponto de se apegar a divindades e desconhecer a interdependência entre os seres humanos. Nem mesmo a experiência e a observação da vida pelos primeiro grupos humanos foi capaz de levar tais agrupamentos a uma elevação espiritual capaz de levar aquelas pessoas a uma vida diferente da disputa vivida pelos irracionais. Decorrido todo o tempo desde que os egípcios e os mesopotâmicos formaram os primeiros agrupamentos, ainda se acredita depender o bem-estar social da atividade comercial, portanto, do lucro. Se as crianças com mais idade ainda se encontram em tal incapacidade mental, nada há de estranho em que as crianças que formam o povo brasileiro ser motivo de chacota para as outras crianças incapazes de perceberem seu próprio ridículo. As sociedades chamadas erradamente de civilizadas também não passam de um amontoado de seres incivilizados porquanto alheios à sociabilidade, princípio primordial sem o qual não há que falar em civilização.

Entretanto, se os outros agrupamentos humanos são ainda incapazes de perceberem sua ignorância social, o brasileiro supera de longe tal mediocridade mental por ser incapaz de indignação. Faz questão de ser ridículo. É de fazer nojo a expressão de subalternidade de José Serra e Michel temer ente a figura socialmente execrável do Secretário de Estado Americano John Kerry. Corre o fato nada impossível de ter um senador brasileiro beijado a mão de um presidente americano. Como pode um povo ser tão ridículo? Cadê uma juventude com vergonha na cara? Chega a dar tristeza pertencer a tal povo. Pobre país. Pobre de quem lê e descobre haver modo mais agradável de se viver, mas ter de chafurdar na mesma lama dos biltres futucadores de telefone e ajuntadores de dinheiro. Acabo de chegar de Aracaju onde me hospedei num dos melhores hotéis, o Real Classic, onde o banheiro tinha cheiro e esgoto e à noite não se podia ler nem dormir por conta de uma barulheira infernal do outro lado da rua.

Somos um povo tão sem pé nem cabeça que o nosso ministro da justiça está questionando a Polícia Federal por exercer seu dever de apurar denúncia de roubo praticado pelo filho de Lula. Embora pareça inacreditável, está aí na imprensa a seguinte notícia: “Ministério da Justiça questiona PF sobre ação contra empresa de filho de Lula”. É, com um povo tão povo quanto o brasileiro, esmorece até a esperança de uma vida menos indigna. Inté.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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