O historiador marxista Eric Hobsbawn
declara no livro Tempos Interessantes que sua causa era nobre por visar a
emancipação da humanidade. Realmente, nobilíssima tal causa. Entretanto, um
instante só de reflexão é quanto basta para se concluir estar a humanidade
realmente necessitada de quem a resgate do pior dos males, a estupidez em que
chafurda até à medula. Entretanto, outra reflexão leva a nova conclusão, a de
ser aparentemente impossível resgatar do suicídio um suicida convicto.
O próprio doutor Hobsbawn reconhece
que seu trabalho é prejudicado em função de suas ideias inovadoras. Aí está. O
que é do chão não quer colchão. São incontáveis os que como o doutor Eric
Hobsbawn dão prova da dura realidade descoberta por Bernard Shaw: “Os sábios
são tão odiados que são envenenados com cicuta, crucificados ou queimados”.
O que apraz a turba espiritualmente
repugnante humana é jogo no Maraca, escola de samba na avenida, romaria para
Aparecida, desfile de gays e lésbicas na Paulista, missa na Praça de São Pedro,
notícias de “famosos” e “celebridades”, criaturas tão insignificantes que têm
vulgaridades por único mérito. Absolutamente nada é capaz de tirar o tapa-olho
que o pão e circo colocou na massa bruta de povo que a impede de perceber a
condição servil de carregar no lombo estúpido o peso da hospedagem para uma
plêiade de parasitas que assopram com diversão enquanto lhe atocha
impiedosamente o ferro.
Esta é a real situação humana: muitos
explorados por poucos exploradores que apesar de poucos, sugam impiedosamente a
vitalidade dos imbecis tão conformados com sua condição de servilidade que ao
se sentirem sufocados pelo peso do fardo que os maltrata, voltam o olhar de
cachorro pidão para cima e exclamam: SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS.
Espíritos elevados não são bem-vindos
à humanidade. Incapazes de elevar-se espiritualmente acima do solado do sapato,
compraz-lhe a companhia de mentalidades torpes o bastante para se acharem
merecedoras de fama e celebridade pelo mérito de serem portadores de baixeza
moral suficiente para permutarem a dignidade por dinheiro e deturpar a
sensualidade expondo vulgarmente em público suas genitálias. Foguetórios e
festejamentos que pipocam por todo lado complementam a felicidade do mundo
insignificante da laia humana.
Como rochas são desbastadas pelo
vento e furadas pela água, não resta dúvida de que a teimosia dos eternos
teimosos em levar luz à escuridão mental vai, aos poucos, abrindo brechas
abertas pela inteligência com que a natureza brindou o ser humano, e algum dia
a sabedoria prevalecerá sobre a burrice. Disto não há dúvida. Os exemplos são
edificantes. Não se queimavam seres humanos em nome de deus? Já não se comprou
passaporte para o reino divino? É, ou não é animador o fato de não se fazer
mais isto? Pois é.
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