domingo, 25 de outubro de 2020

ARENGA 462

 

 A estupidez humana incomoda a quem tem nobreza espiritual prá sentir e maldade insuficiente para nada sentir diante da indiferença em relação ao futuro das inocentes criancinhas que pais desnaturados não só trazem a um mundo de perspectivas funestas, mas também matam em acidentes de automóvel, explosão em igrejas, ou permitem que monstros ajuntadores de riqueza matem pela ingestão de veneno e destruição da natureza. Os únicos cuidados que os pais têm com seus filhos, fora do assunto dinheiro, são reuniões estéreis onde se tratam dos procedimentos adequados para que eles se deem bem depois de mortos.

As futuras gerações estão completamente abandonadas. Não podendo contar com pais festeiros e futucadores de telefone, com quem contar? A princípio, reinava completa indiferença. Depois, espíritos mais elevados levantaram a questão da possibilidade de ser incerto o futuro das crianças face à destruição dos recursos naturais. A partir daí, apareceram pessoas que fizeram por merecer esperança de serem capazes de concertar o que se percebeu estar errado no que diz respeito ao destino das pobres criancinhas desamparadas. Porém nada ocorreu de prático e as criancinhas estão cada vez mais desamparadas.

Entre os que nos deram esperança de normalização dos transtornos que infelicitam mossa sociedade pintou um líder sindical de dezenove dedos que em vez de cuidar das criancinhas, cuidou de trepar no céu com dona Rosemary Noronha em avião comprado com o dinheiro dos pais das criancinhas que além de sustentar o aviaozão, também sustentava a distinta amante. Cooptado pelo deslumbramento do poder, o falso líder acabou aos abraços com o doutor Paulo Maluf, mestre na arte de comprar coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas.

Veio, depois, uma simpática senhora Dilma, ex-guerrilheira cuja história o Google ficará muito satisfeito em mostrar se lhe for sugerido “COMO FOI O ENVOLVIMENTO DE DILMA NO MAIOR ASSALTO DA DITADURA”. Era, pois, de se esperar real preocupação com o bem-estar social de quem arriscou a vida por esta causa. Mas, qual o quê, também esta senhora, apesar de ter dado esperança de cuidar das criancinhas, acabou aos abraços com o doutor Eike Batista, também mestre de ensinar a Arsene Lupin a arte de comprar coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas.

Desiludidos dos políticos, a esperança da salvação das criancinhas foi transferida para fora da política. Primeiro, um doutor Joaquim Barbosa foi o alvo desta esperança, mas também se mostrou desmerecedor dela porque, como qualquer admirador do jeitão americano de se pavonear com o dinheiro de cuidar das criancinhas, em vez de comprar a briga política, comprou um apartamento em Nova Iorque.

Veio, depois, outro doutor, o doutor Sergio Moro, que, como os demais, deixando-se encantar pelo falso mundo que os ricos constroem comprando coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas, para aquele mundo ilusório, segundo a imprensa, se embandeirou de malas e cuias que serão substituídas por finas grifes e baixelas douradas.

Como esperança não morre, pinta neste cenário desolador a figura de outro doutor dando mostras de querer cuidas das criancinhas, é o doutor Guilherme Boulos. Como o sindicalista de dezenove dedos, também diante dele os pais que superaram o analfabetismo político ficam com uma interrogação preta em cima da cabeça: "Será que vai dar certo desta vez?" Mas eles não têm mais o que perder porque pior do que tá não pode ficá. Devem, por isso, deixar o doutor Boulos mostrar prá que veio.

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