domingo, 18 de outubro de 2020

ARENGA 457

 

Embora sem o exagero de propor ao parlamento a oficialização do tupi-guarani como língua oficial do Brasil, por ser genuinamente brasileira, como fez Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto em O Triste Fim De Policarpo Quaresma, o certo é que ninguém, salvo se for arrematado analfabeto político, deixaria de reconhecer o quanto nosso desgraçado país é carente de respeito cívico. O ridículo a que o expõem suas autoridades também ridículas, que deviam fazer dele um exemplo de bons costumes, dá causa a um rebaixamento moral tanto do país quanto de seu povo. Se como país está na miséria, como nação está desmoralizada. Um senador brasileiro apanhado com dinheiro roubado do povo escondido no bundão fartamente robustecido à custa do erário, quando o permitido é escondê-lo em pasta 007, como fazem os ladrões de fina categoria.

Não tem mais para onde expor seu ridículo esse belo país de triste sorte e juventude, se ambos são infensos ao fato dolorosamente triste de terem sido arrastados aos píncaros do ridículo de se abaixar até aparecer a bunda perante interesses estrangeiros por mais prejudiciais que lhes sejam.

Mesmo sendo o povo mais povo do mundo e uma juventude tão inútil quanto a do mundo inteiro, é inconcebível tamanha indiferença frente a tantas e variadas mazelas que ocorrem aqui com tamanha prodigalidade que foi legalizada a contravenção penal do proxenetismo se órgãos da imprensa ganham dinheiro fazendo apologia da prostituição, e se os maiores criminosos são as autoridades que recebem pagamento para coibir o crime.

Todos os órgãos de imprensa foram cooptadas pelo pão e circo, sobressaindo espetacularmente entre eles a Rádio Bandeirantes AM de São Paulo cujos papagaios de microfone não soltam um pum sem falar de esporte, não obstante a realidade mostrada nos vários livros existentes sobre a deslavada corrupção do mundo do futebola.

Faz parte desse quadro escabroso, entre muitos outros semelhantes, fatos como ministro do STF acumular função de empresário e um poder executivo cujo chefe que teve a moralização política como mote para sua campanha, depois de ter assumido a presidência alia-se aos estelionatários religiosos instituindo ensino religioso em pleno século 21 e é conivente com a corrupção que prometeu combater.

Até quando teremos tão triste destino?

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