Em arenga
mais antiga arenguei certa vez, sobre um livro chamado Evolução Espontânea e
suas inovações científicas que modificam alguns conceitos até aqui tidos como
absolutamente corretos, coisa comum no caminhar da humanidade porque a mudança
faz parte da natureza. Nas páginas 70 e seguintes daquele interessantíssimo
livro, tratam os autores de assunto tão interessante que seu conhecimento é
capaz de proporcionar autodomínio suficiente para contornar os achaques que
perturbam tanto a saúde corporal quanto a espiritual. Depois de tirar dos genes
e passar para as células comandadas pela mente a responsabilidade pelo que somos,
os autores nos explicam não só os mecanismos através dos quais se dá o processo
de produzir vitalidade, mas também a possibilidade de influenciar favoravelmente
no funcionamento desse processo. O negócio é muito complicado, mas é muito simples:
(Millôr não disse que beber é ruim, mas é muito bom?) Ensinam os doutores
escritores que todo o processo de viver ocorre pela comunicação entre os
cinquenta trilhões de cérebros das nossas cinquenta trilhões de células e a mente
do nosso corpo formado por este montão de células comandadas por nossa mente,
de modo que a saúde e a vida dependem mesmo da comunicação que as células mantêm
com a mente. Quando surge algo capaz de perturbar o bom funcionamento da
célula, esta pede à mente para colocar as coisas nos devidos lugares, assim
como o astronauta pede à central de comando orientação quando necessário.
Certa vez tivemos
oportunidade de arengar sobre o processo de comunicação entre as pessoas e
vimos que de uma comunicação mal feita resulta uma compreensão imperfeita.
Assim, para uma perfeita comunicação quando a célula passa para a mente algum
pedido de ajuda, é preciso que a célula esteja em perfeita saúde. Célula
debilitada não se comunica perfeitamente, o que acontece também conosco porque
tem gente pelaí que fala e a gente não sabe o que ele está falando. O maior
exemplo de falha na comunicação que ouvi foi num boteco entre doses de uísque.
A história gira em torno de um entrevistado num concurso para locutor de rádio.
Ao responder à pergunta do entrevistador indagando pelo seu nome, o entrevistado
respondeu: Meu nome é Josézé da da Sisisilva.
Espantado, o entrevistador disse que sendo gago ele não podia participar do
concurso, ao que o entrevistado respondeu: Não, senhor. Eu não sou gago. Meu
pai é que era gago e o cara no cartório registrou meu nome do jeito que meu pai
falou. É claro que só pode ser piada, mas é um perfeito exemplo para amostrar a
necessidade de se fazer entender bem, o que só ocorre através de um processo
perfeito de comunicação. Assim, não sendo perfeita a comunicação entre a célula
e a mente, não pode haver precisão na interpretação da mensagem que a célula
enviou à mente, o que impossibilita resposta correspondente à consulta, donde
se conclui haver vantagem em ter as células sadias para poder ter todos os seus
pedidos bem entendidos pela mente para que ela possa atuar com precisão. Segundo
os cientistas que escreveram o livro Evolução Espontânea o envenenamento é um
dos fatores que debilitam as células e impede a boa comunicação, o que nos leva
de volta à constatação pavorosa de estarmos vivendo o errado como pelo certo.
A produção
de alimentos com veneno foi elogiada pela presidente da república e citada como
um exemplo a ser seguido pelo Brasil, o que pode ser visto no blog coletivo
Outras Palavras, sob título “O Veneno do Agronegócio”, que dá acesso a um artigo
da jornalista Inês Castilho através do
qual se percebe o tamanho do fosso para onde se encaminha a juventude
reboladora de conhecimento tão curto que nem sabe da existência da letra “r” no
fim da palavra “comer”.
É um
impasse de deixar quem pensa meditabundo (Êicha, palavrinha, sô!) ante a
seguinte situação de estar errado o que a presidente da nossa república disse
estar muito certo. É realmente sem pé nem cabeça uma situação na qual a Chefe
da Nação, a principal liderança do país, aplauda uma atividade industrial cujo
produto envenena o leite materno, consequentemente também das células e seu
consequente resultado danoso para o processo de comunicação entre a mente da
célula e a mente do corpo, resultando daí jovens de saúde debilitada do lado de
dentro, apesar do aspecto saudável e desinteligente do lado de fora. O que
fazer numa situação em que a presidente da república enaltece o modelo agrícola
do agribiuzinesse cujo processo de produção é tão contra a natureza que seu
produto está envenenando o leite materno? Como aplaudir em vez de punir quem
envenena criancinhas? Como serão os adultos em que se transformarão estas
crianças? De acordo com a Nova Ciência serão adultos com a saúde debilitada. E
se o corredor do hospital já não cabe mais gente a chorar, fica fácil antever o
mundo de infelicidade a rondar o futuro das criancinhas que os pais dizem amar
indiferentes às consequências de uma política que enaltece a ingestão de
veneno, o que se atribui à uma ignorância monumental a ponto de não saber escrever
a palavra “comer”. Inté.
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