Que futuro
pode ter uma sociedade na qual as atividades mais rendosas são agiotagem do
sistema financeiro, roubo, prostituição, tráfico de drogas, atividade
esportiva, e as pessoas mais importantes são as menos importantes, e quem não
se encaixa neste rol é obrigado a viver com mil reais por mês? Não obstante ser
esta a realidade brasileira, as pessoas que integram esta sociedade
ridicularizada no mundo é também a sociedade mais alegre do mundo. Na verdade,
a sociedade humana foi tomada por tamanha imbecilidade que pessoas morrem aos
montes tentando chegar no topo do Monte Everest apenas para mostrar que chegou
lá. Entretanto, na sociedade brasileira, a imbecilidade é ainda maior porque a
imbecilidade dos trogloditas das bundas brancas que se acham civilizados não os
impede de merecer algum respeito de seus falsos líderes obrigados a tapearem
seus liderados com um mínimo de bem-estar social para disfarçar a falsidade. Já
os falsos líderes da ridícula sociedade brasileira dispensam esta preocupação e
dizem abertamente na cara de uma juventude inútil que não lhes interessa a
opinião pública, e agem de acordo com este desinteresse promulgando leis que
impedem investigações sobre suas atividades criminosas.
Diante de
uma árvore de pau-brasil no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, depois de passar
pelo busto de D. João VI, vi-me diante de uma árvore de pau-brasil com um galho
serrado junto ao tronco, deixando à mostra sua exuberante e resistente madeira
negra. Fui, então, tomado por uma ponta de nostalgia ao lembrar de ter sido
aquela madeira nobre a primeira das riquezas daqui levadas. Caio Prado Júnior
afirma no livro Formação Econômica do Brasil Contemporâneo que o Brasil tinha
por única serventia fornecer tabaco, açúcar, ouro, diamantes, algodão e café
para o comércio europeu". É realmente triste a realidade de ter o
brasileiro por destino levar ferro no rabo enquanto, satisfeito, faz oração,
requebra os quadris no axé e se emociona no futebola. Os versos musicalizados “povo
marcado, povo feliz” não dizem aos brasileiros da sua condição de manada. Apenas
lhes dizem para levantar os braços e balançá-los ao ritmo do som da música. Os
milicos de 1964 obrigaram Caetano Veloso a trocar a palavra brasileiro por
batuqueiro no verso NA BARRIGA DA MISÉRIA NASCI BRASEILEIRO da música Partido
Alto, que também diz ter deus dado pernas cumpridas ao brasileiro para correr
atrás de bola e fugir da polícia. Não pode haver mais perfeita alusão a esta
sociedade medíocre de juventude tão estúpida que lota igrejas mendigando
proteção a um deus tão imprestável que nem é capaz de fazer cumprir sua ordem
para que se comesse o pão com o suor do rosto porque os ladrões da política,
dos bancos e das empresas comem-no com o suor do rosto alheio, como lembra Gabriel Deville em seus comentários sobre o marxismo. Inté.
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