quinta-feira, 7 de novembro de 2019

ARENGA 592


O QUE ESPERA DO GOVERNO BOLSONARO? Esta pergunta demonstra espetacular analfabetismo político porque passa do tempo de se perceber que da atividade política de qualquer governante apenas migalhas para evitar revolta são a única coisa que o povo deve esperar. Aí está no jornal Folha de São Paulo a notícia de que serão liberados bilhões para emendas parlamentares, ou seja, bilhões para serem divididos entre parasitas sociais sob o olhar complacente dos donos desse dinheiro. O povo não toma jeito mesmo. Sua obtusidade não lhe permite perceber que o objetivo dos governantes é completamente diferente daquele na qual acredita. Organização social coerente com o bem-estar coletivo nunca foi objetivo de algum governo. Locupletar-se às custas do erário é o único objetivo dos políticos por força da cultura do enriquecimento a qualquer custo aprendida quando criança. E não é preciso ser inteligente para concluir que a política é a arte de ludibriar a massa convencida de buscar nas igrejas a solução para suas dificuldades. Basta não ser um arrematado imbecil incapaz de elevar o pensamento além de igreja, axé, futebola, “famosos” e “celebridades” para perceber que a atividade política serve unicamente aos interesses da classe parasitária dos ricos almejada por aqueles que ingressam na política, com raríssimas exceções. É, pois, de um ridículo extraordinário pessoas do povo exigir direitos porque o único direito que têm o povo é arcar com a pesada carga dos impostos que os ricos não pagam, além de cumprir fielmente as obrigações determinadas pelo emprego. O emprego é nada mais nem menos do que uma forma de escravidão. Quando, em troca da despensa abastecida, intelectuais afirmam em seus “Best-Sellers” que o bem-estar social depende do emprego estão mentindo tão descaradamente quanto aqueles que viam no fim da escravidão da chibata um atentado à economia e a condenação dos negros a um destino ainda pior: a morte por inanição. A estupidez que caracteriza os seres humanos é incompatível com um ambiente civilizado onde prevaleça a harmonia. Desta forma, é impossível esperar de políticos atitudes nobres porquanto se trata de seres humanos e, como tais, desonestos por natureza e cultura.

Sendo a cultura o modo de se comportar, e sendo o comportamento determinado por aquilo em que se acredita, resultam daí comportamentos falsos porque tudo aquilo em que a humanidade acredita é falso. O passado mostra esta realidade. Na tragédia Hamlet, por exemplo, seu autor, Shakespeare, descreve com naturalidade o aparecimento do fantasma do pai de Hamlet. Hoje, nenhum autor colocaria um fantasma entre suas personagens sem incorrer em ridículo porque o tempo se encarregou de desfazer muitas crenças, entre elas a existência de fantasmas. Como o convencimento pelo tempo é demasiadamente lento, crenças falsas continuam determinando o comportamento humano como a existência de um deus do qual só se ouve falar. Apesar de falsa, é uma crença de poder tão grande que conduz ao mesmo nível de mediocridade mental doutores e analfabetos. Raros são aqueles que percebem não haver razão de ser da existência desse tal de deus no qual os pobres de conhecimento botam a maior fé. O grande pensador Robert Green Ingersol afirmou ser incompreensível o fato de deixar a orientação dos filhos a cargo de um deus que afogou os filhos dele.

O erro monumental dos seres humanos é deixarem-se conduzir feito gado, desprezando completamente o exercício do raciocínio.

A notícia de que o Banco Itaú roubou da nossa sociedade a quantia de mais de sete bilhões de reais em apenas três meses deveria causar comoção social porque sendo limitado o dinheiro, não pode em hipótese alguma ser objeto da ganância de monstros de cuja boca escorre baba de dragão conhecidos como banqueiros e grandes empresários, e nem ser distribuído pelo pão e circo entre as marionetes que entretêm a massa bruta de povo, parasitas conhecidos como “famosos” e “celebridades” cuja falta de discernimento não lhes permite a mínima noção do que seja sociabilidade. A riqueza social precisa ser usada com racionalidade em vez de ser considerada coisa de ninguém de forma tão espetacular que uma obra pública custa várias vezes seu valor real. É, pois, total desatino ficar a juventude de longe do mundo político porque é dele que depende o futuro dos filhos dos jovens que de tão maltratados estão se suicidando e se tornando assassinos ainda em crianças.

São fartas as evidências de que nada se deve esperar de políticos além de maldades. A situação de penúria social apesar da montanha de riqueza produzida pela classe trabalhadora e a presença de multimilionários ocupando cargos públicos com único intento de aumentar suas fortunas são algumas delas. Deixar que o peso do pagamento de impostos recaia sobre os mais pobres e permitir que os mais ricos se omitam desta obrigação é também uma prova de que a classe política é subserviente aos interesses escusos dos Tios Patinhas do mundo.

Enquanto rolam os desatinos, a juventude futuca telefone e se liga na canonização da pobre e inocente dona Dulce.

A pusilanimidade da juventude futucadora de telefone haverá de custar-lhe elevado preço em desassossego. Inté.

  


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