terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ARENGA NOVENTA


O planeta Terra está à beira da destruição. Embora pareça mentira, por seus próprios habitantes. Se esta juventude de bosta não tomar atitude de homens e mulheres que prestem para alguma coisa que não seja passar perfume para ir à igreja, futucar telefone e apreciar notícias do tipo de uma que dá conta, inclusive com fotografia, do fato de ter Madona arribado o vestido na festa e ficado com a bunda de fora. Está uma coisa deveras engraçada a fotografia da bundona branca de Madona na internete. O hábito que as mulheres tem de mostrar a bunda é enigmático. Pode estar demonstrando às pessoas a mesma desconsideração que o Mestre do Saber Einstein do alto sua superioridade mental, com o gesto simples de mostrar a língua, demonstrou seu desprezo à insignificância dos reles seres humanos em sua atitude irracional de destruir a natureza da qual depende a vida. É da parte que as mulheres gostam de mostrar que sai todo dia em estado lastimável tudo o que se comeu no dia anterior. A seguir com tal mentalidade de jerico, os filhos desta juventude de bosta não terão tempo para crescer. Mas como sonhar com uma juventude inteligente, que lê livros, que pense, é coisa que não vai mesmo além de sonho, parece que o único jeito de salvar o planeta é matar por merecimento a humanidade. O merecimento vai por conta da brutalidade que impede reflexões inteligentes e equipara seres humanos a bichos para os quais a vida se resume ao momento presente. Assim como a boiada se farta até acabar o pasto e morrer de fome, também a manada humana faz do mesmo jeito com os recursos que o planeta generosamente lhe dispõe, demonstrando maior estupidez porquanto os bichos de quatro pés não podem saber que o pasto acaba.

A manada humana está certa da existência de um Deus que envia pessoas desinteligentes para a porta do supermercado a receber de outros desinteligentes um quilo de comida para alimentar quem tem fome, o que não passa de mais uma idiotice uma vez que a fome volta algumas horas depois. O raciocínio de boiada não permite que estes imbecis percebam o tamanho da bobagem que fazem ao contar com chuva de codornas assadas que os livre da escassez de alimento. Quem tem a mente tão atrasada a esse ponto, jamais formará sociedade diferente da pocilga em cuja lama chafurda a massa humana em sua admiração pelas coisas insignificantes e rasteiras. Quando se é jovem não se tem condição de mandar às favas as peias mentais amarradas pela religião que impedem o livre pensar, chegando-se à velhice sem ter tido oportunidade de elevar-se acima do mundo medíocre de quem é capaz de encontrar motivo suficiente para transformar em “famosos” e “celebridades” pessoas sem encantamentos espirituais e que vivem única e exclusivamente em função das coisas materiais em torno das quais gira o seu mundo fútil cujo único atrativo são os assuntos relacionados com bunda, peito e músculos, não obstante a perspectiva de fome, sede e muitas doenças que já começam a chegar. Se o comportamento dos jovens é de total alienação, muito pior é a alienação nos velhos. Velho capaz de dizer “graças a Deus”, “com fé em Deus” passaram pela juventude sem que nada tivessem aprendido nada na vida. Enquadram-se perfeitamente entre os enchedores de latrina da citação do Mestre Da Vince. A ninguém que tenha observado a vida até ficar velho é dado o direito de não perceber as contradições, mentiras e falsidades que redundam no maior de todos os engodos que engabelam a humanidade: a religião. Ninguém desconfia do absurdo de se dar preferência à companhia mental de analfabetos e desacreditar no que dizem pessoas que estudam muito e por isso mesmo viram intelectuais. Afinal, quando o analfabeto quer algum esclarecimento, pede justamente ao intelectual. A religiosidade envolve em suas teias os fracos de força mental do mesmo modo como a teia de aranha envolve os insetos fracos de força física. Este é o grande mal que a religião faz à humanidade: arregimentar um exército fabuloso de pessoas fracas espiritualmente e eliminar-lhes o único e verdadeiro poder capaz de vencer os sofrimentos vencíveis e dar a devida sabedoria para compreender e conviver da melhor maneira possível com os sofrimentos invencíveis.

Quando a gente brincava de esconde-esconde, por vezes aparecia alguém mostrando a quem procurava quem se escondera algum lugar onde ele não se encontrava. Se dependesse desse alguém, quem se escondera jamais seria encontrado (a) porque aquele alguém sempre indicava o lugar errado. Pois o papel da religião é o mesmo desse alguém enganador sem tirar nem por. Ao levar as pessoas para as igrejas e prender sua atenção a falar bem dos santos e esconder os podres deles que não são poucos, a religião recebe da política a gratidão de não lhe cobrar imposto como recompensa por evitar que aquelas pessoas se interessem em saber o que é que se passa lá debaixo dos panos, como bem lembrou o governador de São Paulo tendo à mão a guilhotina azeitada.

Embora não haja perspectiva de que alguma brisa de inteligência refresque a mentalidade da juventude, o fato de ainda ser bicho o espécime que compõe a espécie humana, ele está destinado a se tornar um ser humano. Percebe-se um avanço lento, mas evidente e absolutamente inegável de que a brutalidade já foi maior. Nem o maior fanatismo é capaz de não perceber a bobagem que é proibir intervenção humana no corpo humano por pertencer ele a Deus. Alguém é capaz de deixar que a apêndice o maltrate até à morte porque só Deus pode mexer no seu corpo? O fato de não haver mais quem não vá ao médico é a evidência da falsidade das afirmações religiosas da sacralidade corporal. Nem podia ser de outra forma porque por mais opaca que seja a cabeça dos idiotas adoradores de força divina, a realidade lhe entra ainda que independentemente de sua vontade. Apesar de tanta estupidez e burrice, não se pode negar ter a manada avançado um pouco rumo ao esclarecimento, o que também se vê no fato de ter diminuído o número de babacas a subir escadas ajoelhados ou queimar na fogueira quem pensa como os Mestres do Saber que me ensinaram a deixar de ser tão idiota a ponto de ser convencido de ser minha vontade insignificante ante a vontade divina. Aprendi que a verdadeira personalidade não se curva ante vontade nenhuma. Esse negócio de submissão é incompatível com a mãe natureza que nos quer cada vez mais distantes dos pobres e infelizes irracionais, cuja única justificativa para existir é nos servir. Desta recomendação santa resulta o impedimento da evolução espiritual só alcançável através da liberdade de pensamento. A religião é um aprisionamento equivalente aos Ministérios da Verdade e do Amor com os quais George Orwell no livro 1984, nos dá exemplo de uma situação de total anulação da capacidade de pensar. Do mesmo modo, a religião impede que se tenha vontade própria e faz seguir como boiada, vivendo sem saber o porquê, e acreditando erradamente que os festejamentos sejam o único motivo a que dedicar a vida. A futilidade tomou conta da humanidade de tal modo que não sendo fútil, marginaliza-se. Dá um grande desânimo ver o tempo ser usado apenas para dedicação a duas atividades perniciosas ao desenvolvimento espiritual: o corre-corre atrás de dinheiro e os inúteis ajuntamentos em igrejas para discutir bobagens em detrimento de tanta coisa realmente necessitando dedicação e esforço. O que se prega nas igrejas não é o que se faz. Recomenda-se não se ter mais do que o necessário, mas a realidade é uma sanha consumista que tem por resultado contaminar a água e o ar, dando origem ao surgimento de novas moléstias que vão provocar mais choro no corredor do hospital.

Não precisa argumento mais preciso para a percepção da farsa que é a religião do que a confirmação tão fácil de ser verificada do que disse o Mestre do Saber ao observar o fato de que a presença de muitas igrejas e farmácias sejam indicativo de povo atrasado. Realmente, onde há maior religiosidade é também onde grassa maior ignorância, pobreza, sofrimento e as doenças e o hábito estúpido de comprar remédio por conta própria que provocam o grande número de farmácias. O domínio que a religião tem sobre as pessoas chega a ser algo incompreensível. Meu amigo Edimilson Movér costuma brincar que a humanidade adquiriu um gene religioso. É realmente inexplicável que se acredite no que não se vê e desacredite no que se vê.

Quem quer que se disponha a conhecer a verdadeira história das religiões, acabará chegando num ponto comum com a política. Uma e outra tem em comum o objetivo de manter o povo enganado. Tão enganado que se sente orgulhoso de ser chamado de carneiro de Deus, enquanto ninguém desconhece o destino dos carneiros e aquilo em que eles se transformam depois de servidos à mesa. A hipocrisia da religiosidade só pode ser percebida ao se tomar conhecimento de sua história verdadeira. O que ela conta não chega aos religiosos porque muitos não sabem ler, e os que sabem não leem, e os que leem não entendem, e os que entendem fazem de conta que não entendem porque é proibido falar a verdade. A falsidade é inerente à religião, mas será enviada às favas quando os cegos mentais tomarem conhecimento de que a religião fazia as mesmas guerras de saques que os impérios dos reis faziam e que os impérios atuais fazem. É o próprio Deus, segundo os religiosos, que mandou Jacó tocar corneta até derrubar o muro, matar os habitantes da cidade de Jericó, saquear os defuntos e levar o produto para o Seu tesouro sagrado e divino. Embora seja mais do que difícil romper a barreira da ignorância, aos poucos a luz do conhecimento vai se fazendo presente. Nem faz tanto tempo assim que as pessoas esparramavam na cara e no peito o sinal da cruz ao passar por uma igreja ou cemitério, coisa que atualmente inexiste, e esta inexistência não é outra coisa senão o convencimento de não haver vantagem em fazer a mesura, desaparecendo, portanto, a crença em sua necessidade, o que significa o enfraquecimento da religiosidade. Não tem para onde correr que o modo de vida ora vivido não tem futuro e nem pode mesmo ter porque não é norteado pela razão, e quem perde a razão fica tão doido como doida está a vida humana. É necessário racionalizá-la. Chega de falta de mudança. Desde a mais remota lembrança do tipo de convivência entre os homens que se constata a presença da violência. Na época do Renascimento, um sujeito chamado Maquiavel escreveu um livro chamado O príncipe destinado a orientar os governantes quanto a melhor forma de se governar. Ele fala sempre em príncipe porque o governo daquela época era exercido por essa cambada. Nas páginas 130 e 131 o autor faz referência às excelências do governo do rei Fernando, autor de grandes e mesmo extraordinários atos que o levaram à glória pelo seu sucesso alcançado a partir da guerra contra Granada, e depois, com o dinheiro da igreja e do povo, continua o autor, pode manter o exército que o cobriu de glória através do poder militar. Sabendo-se que este tipo de governança resultou na situação moderna de separar cabeças dos corpos onde se encontravam, não precisa argumento outro para convencer da necessidade de se tomar outro caminho porque neste em que seguimos as paisagens são desoladoras ante tanta burrice. E chega de prosa. Inté.

 

 

 

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