sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

ARENGA 92


Certíssimo esse negócio de não ter o papel nada a ver com que se escreve nele. O que se vê escrito pelaí é de dar vontade de espernear contra tanta falta de vergonha, mau caráter, cinismo. Uma tremenda falta total de bom senso. O que jornalistas e escritores assalariados, e até juristas de requintada postura social, frequentadores dos mais finos salões de embelezamento de onde saem bem empoados, luzidios e até depilados, se unem em uníssono na tarefa de denegrir a imagem irretocável do ex-ministro e hoje advogado doutor Joaquim Barbosa a quem a corja de aproveitadores queria até negar inscrição na Ordem dos Advogados sob alegação de se tratar de um grosseirão indigno do mundo de sofisticações e participação em falcatruas, razão pela qual alegam não ter o doutor Barbosa compostura bastante para ser advogado ante sua obstinação pelo cumprimento rigoroso das leis. Isto é de entristecer quem superou a fase de manada. È tudo às avessas. Aqueles advogados que se esmeravam no discurso em defesa dos bandidos do Mensalão, inclusive com cochichos ridículos ao pé do ouvido dos marginais do tipo mais perigoso porque seu crime de lesa pátria causa a pobreza que infelicita milhões. São criminosos covardes que não precisam se arriscar. Estando de posse da chave do cofre, ou sendo parceiro de quem a tem, é moleza encher as pastas 007, e com o produto do roubo recompensar advogados grã-finos, portadores da compostura que falta do doutor Joaquim Barbosa por não aceitar participar da divisão com os bandidos o produto do seu roubo como demonstrou ao batalhar contra tudo e contra todos para punir os ladrões do dinheiro público, acirrando, com sua postura digna, a ira dos que não querem perder as “facilidades” resultantes do conluio com os palácios e a bandidagem. A presença do doutor Barbosa representa para os ladrões da politicagem o mesmo desconforto que representa para uma ratazana a presença de um baita gatão bom caçador de ratos.

Esta é a razão pela qual de todos os lados se lançam impropérios contra o único homem que não deixa dúvidas quanto à sua disposição de exercer com dignidade um cargo público de maneira completamente diferente do jeito com que sempre foram exercidos os cargos públicos. E de que modo sempre foram exercidos os cargos públicos? Do mesmo modo como são hoje. Isto é, em benefício da família e apaniguados de quem o exerce, resultando tal procedimento nisso que aí está. Entretanto, se perguntado à juventude de que modo é administrada sua sociedade, a resposta exigiria antes o esclarecimento sobre o time chamado sociedade e o nome dos seus jogadores, ou sobre os músicos da banda chamada sociedade. Ignoram os jovens em sua santa burrice serem eles mesmos os responsáveis diretos pela vitória do mal no jogo social entre a equipe de fazer o bem e a equipe de fazer o mal. Sendo os jogadores escolhidos nas urnas pelos jovens, é deles a culpa de escolher só jogadores da equipe de fazer o mal, resultando daí uma sociedade de bichos em decorrência de serem vitoriosos os jovens que escolhem palhaço, boxeador, pastor e jogador de futebola para legisladores.

Caso o comando do país tivesse a seu lado o martelão de Joaquim Barbosa, com a mais absoluta certeza acabaria de vez a tranquilidade dos folgados que estraçalham a riqueza produzida por esse povo infeliz, sempre espoliado por falsas lideranças, mas que apesar de tanto sofrimento e choro dá a impressão de ser o povo mais feliz do mundo, como se vê nos festejos e nas folias que incluem velhos de barba branca. Certamente velhos que passaram pela vida sem nada aprender, e que por isso mesmo se enquadram perfeitamente na qualificação de enchedores de latrinas feita pelo mestre Da Vince, lembrada pelo jornalista bisbilhotador do jornal Tribuna da Bahia, Alex Ferraz. Não fosse pela atuação implacável do doutor Barbosa, nenhum dos bandidos Mensaleiros teria experimentado o lado de dentro do presídio. Tanto assim é que depois da saída de Joaquim Barbosa a bandidagem está voltando às ruas para aprontar novas sacanagens contra esse povo do qual é muito ruim fazer parte. O pavor dos ocupantes do poder ante a possibilidade de vir o ex-ministro Joaquim Barbosa a exercer algum cargo de relevância na administração do erário, leva a corja a contratar quem se disponha a mentir em troca de dinheiro para espinafrar o doutor Barbosa perante a massa ignorante, mas responsável pela vitória ou derrota nas eleições. Acostumados a exercer o poder em seu próprio benefício, se borram ante a figura moralmente gigantesca do doutor Joaquim Barbosa e seu martelão de metro na mão implacável contra bandidão. Promotores de falcatruas que são, os administradores públicos passam para a massa ignara a mentira de ser o doutor Barbosa o indigno a ser rejeitado. Como prova, apontam a compra de um apartamento descrito como modesto pela imprensa, e depois de muitos anos de trabalhos em postos relevantes, enquanto um funcionário simples da prefeitura de São Paulo comprou 106 imóveis em pouco tempo.

A política nesse país de triste sorte e de povo moralmente indigno de ambiente civilizado virou uma esculhambação sem limite. O dinheiro escoa nas pastas 007 sob as vistas grossas dos representantes do poder em troca da participação que transforma pés rapados em milionários sob as barbas de uma população de requebradores de quadris e enchedores de igrejas. São pessoas como os doutores Joaquim Barbosa, Sérgio Mouro, Heloisa Helena, Eliana Calmon e mais alguns gatos pingados como os jovens promotores que se empenham em reunir provas em defesa da sociedade, provas estas que o próprio ministro da justiça em reunião secreta procura ajudar os advogados “dignos” de serem advogados a desqualificar. As poucas pessoas desse tipo mantém viva a chama da esperança em um governo exercido com dignidade e uma sociedade civilizada, única forma de se desfrutar de bem-estar. Mas uma sociedade assim é o que menos querem os donos do poder, desprezíveis roedores do erário, causadores de todo o choro no corredor do hospital e da monumental ignorância da população, principalmente dos jovens. Os corruptos não querem nem saber da presença de alguém honesto em seu reino encantado das malandragens. Montaram uma teia de fuxicos destinada a amarelar a imagem de quem não tem a personalidade deformada o bastante para participar das chicanas que canalizam o dinheiro público para os infernos fiscais. No caso do doutor Barbosa, é mais do que evidente não poder ele encontrar espaço entre a turma que chega pela porta dos fundos, sempre a serviço daqueles que os colocaram em postos estratégicos para ajudá-los a se livrar de alguma contrariedade ao serem apanhados em farras monumentais, com lenços cobrindo a cabeça, em comemoração a mais uma remessa para um inferno fiscal. Se chega um “desmancha prazer” que não concorda em participar do “esquema”, deve ser espinafrado para que a imbecilidade da manada acredite que o bandido é o honesto e que o honesto é o bandido. 

Nosso sistema de administração pública está apodrecido como as raízes das árvores de São Paulo e cairá sobre a cabeça da massa festiva e ignorante. Com total indiferença da população, vive-se uma situação insustentável de já termos tido um ministro da justiça que virou advogado e receptador de parte do roubo dos Mensaleiros, e agora temos outro ministro da justiça compactuando em reuniões secretas com representantes dos bandidos da Lava Jato e que também atuou junto ao governo dos Estados Unidos em proteção a Paulo Maluf, bandido para a polícia internacional, mas figuraço da maior importância na política desse país de trouxas e completos imbecis incapazes de perceber a situação insustentável em que nos encontramos em consequência de estar o poder de administrar a sociedade sendo exercido por criminosos travestidos de líderes e que jogam solto face à indiferença de quem paga a conta. Do mesmo modo como o óleo não mistura com água, assim também não podem conviver quem procura acumular riqueza ainda que roubada a título de segurança individual, e quem sabe perfeitamente, como sabe o culto doutor Barbosa não haver segurança senão coletiva e que isto só pode acontecer através de um sistema educacional que ensine verdade e forme cidadãos, o que demanda o dinheiro carreado nas pastas 007.

A bandalheira lança a cada dia mais tentáculos sobre qualquer lugar onde haja dinheiro público. Da prefeitura mais humilde ao palácio mais sofisticado. Não há mais para onde a sociedade brasileira se rebaixar na podridão e imoralidade de todos os tipos, para sofrimento de quem tem vergonha na cara e sentimento de patriotismo no peito.

É o medo de quem se acostumou a viver das vantagens obtidas debaixo do pano que leva quem assim procede a aproveitar da facilidade com que se engana o povo e montar uma rede de intrigas para denegrir a figura impoluta de Joaquim Barbosa. Entre tais canalhices encontra-se uma reportagem da revista Caros Amigos, que chega a sugerir que Joaquim Barbosa deveria responder perante a justiça, o que mostra o tamanho da degradação a que chegou nossa sociedade ao ter uma justiça para punir pelo fato de ser íntegro. Era só o que faltava! A cadeia ser destinada aos honestos. Mas como não se pode enganar sempre, no meio de tanta gente enganada há quem distinga o verdadeiro intuito dos detratores das pessoas honestas e com possibilidade de ocupar cargos relevantes na administração pública, o que poria fim à desordem. A cambada da boca entortada pelo cachimbo da safadeza sabe que ensopará fraldas e mais fraldas caso haja moralização na administração pública. E como ficaremos se Joaquim Barbosa vier a ser presidente da república? – Pergunta um dos que temem o doutor Barbosa –. Vira essa boca prá lá –. Responde o resto da turma.

Os juristas engomados, todos a fina-flor do refinamento, acastelados na sombra dos palácios, e que afirmaram ter o doutor Barbosa condenado injustamente o Zé Dirceu, devem estar procurando como justificar esta falsa afirmação ante a recente confirmação do bandido delator em troca de benefício que disse ser o “inocente” Zé Dirceu tão bandido quanto os demais na roubalheira da Petrobrás. Se ele está no poder há tanto tempo, será que apenas agorinha se tornou bandidão? Ou será que o bandido da delação premiada acusaria o Zé Dirceu apenas por brincadeira? A corja caluniadora está em polvorosa ante mais uma atitude do doutor Barbosa em defesa dos que choram no corredor do hospital ao sugerir o afastamento do ministro mambembe da justiça pela improbidade de se reunir com os advogados dos ladrões do erário, o que é um absurdo só possível nessa terra de canalhas travestidos de autoridades e de povo em vez de gente. Como não se tem dúvida de que com o doutor Barbosa as mazelas haverão de acabar, é daí que vem sua excomunhão pelos verdadeiros demônios que infernizam a vida desta malta ignorante e festiva.

Sabendo-se que a natureza tanto nos abastece de coisas boas quanto de coisas ruins, nosso procedimento deveria ser de procurar evitar ao máximo as coisas ruins e incentivar ao máximo as coisas boas, mas ocorre justamente o contrário. A noção de bem (coisas boas) e mal (coisas ruins), segundo o livro O Mundo de Sofia, era vista pelos sofistas como dependente da sociedade e da natureza humana de cada lugar, no que estavam muito certos porque as coisas boas ou ruins decorrem unicamente do comportamento humano. Sócrates pensava de outra forma, mas ele estava errado. No momento, em nossa sociedade prevalece o reino do mal de forma tão acentuada que se encontram pedaços de cadáver pelas ruas, e criancinhas de colo são alvo de tiro de revólver e fuzil, o que ocorre não por nenhuma predestinação como afirmava Sócrates, segundo o livro citado. As coisas ruins decorrem da ainda existente brutalidade humana. A maldade está em cada ser humano desde sua formação mais remota. Lá no começo de tudo só havia sinais de amistosidade entre macho e fêmea em função do instinto sexual. Os demais semelhantes, entretanto, eram inimigos entre si, caçados e mortos. Com o passar do tempo, ante a constatação da necessidade que um tinha da ajuda do outro, foram-se acostumando uns aos outros e diminuindo as arestas da animosidade, mas não o bastante até agora para dar lugar à necessária amistosidade sem a qual não se pode falar em civilização, o que prova depender tanto o bem quanto o mal do nível de espiritualidade em que se encontram os componentes do grupo, razão pela qual estavam certos os sofistas quando afirmaram que tanto o bem quanto o mal depende das pessoas. À medida que diminui a brutalidade, também diminui o campo de ação do mal. Quando a brutalidade orienta o comportamento, o mal toma conta e o resultado são canalhas nos postos que deveriam ser ocupados pelas pessoas que eles perseguem. A ninguém que não seja totalmente desprovido de racionalidade é dado o direito de se acomodar ante uma situação que promete grandes dissabores para os descendentes. Inté.  

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