Certíssimo esse
negócio de não ter o papel nada a ver com que se escreve nele. O que se vê
escrito pelaí é de dar vontade de espernear contra tanta falta de vergonha, mau
caráter, cinismo. Uma tremenda falta total de bom senso. O que jornalistas e escritores
assalariados, e até juristas de requintada postura social, frequentadores dos
mais finos salões de embelezamento de onde saem bem empoados, luzidios e até
depilados, se unem em uníssono na tarefa de denegrir a imagem irretocável do
ex-ministro e hoje advogado doutor Joaquim Barbosa a quem a corja de
aproveitadores queria até negar inscrição na Ordem dos Advogados sob alegação
de se tratar de um grosseirão indigno do mundo de sofisticações e participação
em falcatruas, razão pela qual alegam não ter o doutor Barbosa compostura
bastante para ser advogado ante sua obstinação pelo cumprimento rigoroso das
leis. Isto é de entristecer quem superou a fase de manada. È tudo às avessas.
Aqueles advogados que se esmeravam no discurso em defesa dos bandidos do
Mensalão, inclusive com cochichos ridículos ao pé do ouvido dos marginais do
tipo mais perigoso porque seu crime de lesa pátria causa a pobreza que infelicita
milhões. São criminosos covardes que não precisam se arriscar. Estando de posse
da chave do cofre, ou sendo parceiro de quem a tem, é moleza encher as pastas
007, e com o produto do roubo recompensar advogados grã-finos, portadores da
compostura que falta do doutor Joaquim Barbosa por não aceitar participar da
divisão com os bandidos o produto do seu roubo como demonstrou ao batalhar
contra tudo e contra todos para punir os ladrões do dinheiro público,
acirrando, com sua postura digna, a ira dos que não querem perder as
“facilidades” resultantes do conluio com os palácios e a bandidagem. A presença
do doutor Barbosa representa para os ladrões da politicagem o mesmo desconforto
que representa para uma ratazana a presença de um baita gatão bom caçador de
ratos.
Esta é a
razão pela qual de todos os lados se lançam impropérios contra o único homem
que não deixa dúvidas quanto à sua disposição de exercer com dignidade um cargo
público de maneira completamente diferente do jeito com que sempre foram
exercidos os cargos públicos. E de que modo sempre foram exercidos os cargos
públicos? Do mesmo modo como são hoje. Isto é, em benefício da família e
apaniguados de quem o exerce, resultando tal procedimento nisso que aí está.
Entretanto, se perguntado à juventude de que modo é administrada sua sociedade,
a resposta exigiria antes o esclarecimento sobre o time chamado sociedade e o
nome dos seus jogadores, ou sobre os músicos da banda chamada sociedade. Ignoram
os jovens em sua santa burrice serem eles mesmos os responsáveis diretos pela
vitória do mal no jogo social entre a equipe de fazer o bem e a equipe de fazer
o mal. Sendo os jogadores escolhidos nas urnas pelos jovens, é deles a culpa de
escolher só jogadores da equipe de fazer o mal, resultando daí uma sociedade de
bichos em decorrência de serem vitoriosos os jovens que escolhem palhaço,
boxeador, pastor e jogador de futebola para legisladores.
Caso o
comando do país tivesse a seu lado o martelão de Joaquim Barbosa, com a mais
absoluta certeza acabaria de vez a tranquilidade dos folgados que estraçalham a
riqueza produzida por esse povo infeliz, sempre espoliado por falsas lideranças,
mas que apesar de tanto sofrimento e choro dá a impressão de ser o povo mais
feliz do mundo, como se vê nos festejos e nas folias que incluem velhos de
barba branca. Certamente velhos que passaram pela vida sem nada aprender, e que
por isso mesmo se enquadram perfeitamente na qualificação de enchedores de
latrinas feita pelo mestre Da Vince, lembrada pelo jornalista bisbilhotador do
jornal Tribuna da Bahia, Alex Ferraz. Não fosse pela atuação implacável do
doutor Barbosa, nenhum dos bandidos Mensaleiros teria experimentado o lado de
dentro do presídio. Tanto assim é que depois da saída de Joaquim Barbosa a
bandidagem está voltando às ruas para aprontar novas sacanagens contra esse povo
do qual é muito ruim fazer parte. O pavor dos ocupantes do poder ante a
possibilidade de vir o ex-ministro Joaquim Barbosa a exercer algum cargo de
relevância na administração do erário, leva a corja a contratar quem se
disponha a mentir em troca de dinheiro para espinafrar o doutor Barbosa perante
a massa ignorante, mas responsável pela vitória ou derrota nas eleições.
Acostumados a exercer o poder em seu próprio benefício, se borram ante a figura
moralmente gigantesca do doutor Joaquim Barbosa e seu martelão de metro na mão
implacável contra bandidão. Promotores de falcatruas que são, os
administradores públicos passam para a massa ignara a mentira de ser o doutor
Barbosa o indigno a ser rejeitado. Como prova, apontam a compra de um
apartamento descrito como modesto pela imprensa, e depois de muitos anos de
trabalhos em postos relevantes, enquanto um funcionário simples da prefeitura
de São Paulo comprou 106 imóveis em pouco tempo.
A política
nesse país de triste sorte e de povo moralmente indigno de ambiente civilizado virou
uma esculhambação sem limite. O dinheiro escoa nas pastas 007 sob as vistas
grossas dos representantes do poder em troca da participação que transforma pés
rapados em milionários sob as barbas de uma população de requebradores de
quadris e enchedores de igrejas. São pessoas como os doutores Joaquim Barbosa,
Sérgio Mouro, Heloisa Helena, Eliana Calmon e mais alguns gatos pingados como
os jovens promotores que se empenham em reunir provas em defesa da sociedade,
provas estas que o próprio ministro da justiça em reunião secreta procura
ajudar os advogados “dignos” de serem advogados a desqualificar. As poucas
pessoas desse tipo mantém viva a chama da esperança em um governo exercido com
dignidade e uma sociedade civilizada, única forma de se desfrutar de bem-estar.
Mas uma sociedade assim é o que menos querem os donos do poder, desprezíveis
roedores do erário, causadores de todo o choro no corredor do hospital e da monumental
ignorância da população, principalmente dos jovens. Os corruptos não querem nem
saber da presença de alguém honesto em seu reino encantado das malandragens. Montaram
uma teia de fuxicos destinada a amarelar a imagem de quem não tem a
personalidade deformada o bastante para participar das chicanas que canalizam o
dinheiro público para os infernos fiscais. No caso do doutor Barbosa, é mais do
que evidente não poder ele encontrar espaço entre a turma que chega pela porta
dos fundos, sempre a serviço daqueles que os colocaram em postos estratégicos
para ajudá-los a se livrar de alguma contrariedade ao serem apanhados em farras
monumentais, com lenços cobrindo a cabeça, em comemoração a mais uma remessa
para um inferno fiscal. Se chega um “desmancha prazer” que não concorda em participar
do “esquema”, deve ser espinafrado para que a imbecilidade da manada acredite
que o bandido é o honesto e que o honesto é o bandido.
Nosso
sistema de administração pública está apodrecido como as raízes das árvores de
São Paulo e cairá sobre a cabeça da massa festiva e ignorante. Com total
indiferença da população, vive-se uma situação insustentável de já termos tido
um ministro da justiça que virou advogado e receptador de parte do roubo dos
Mensaleiros, e agora temos outro ministro da justiça compactuando em reuniões
secretas com representantes dos bandidos da Lava Jato e que também atuou junto
ao governo dos Estados Unidos em proteção a Paulo Maluf, bandido para a polícia
internacional, mas figuraço da maior importância na política desse país de
trouxas e completos imbecis incapazes de perceber a situação insustentável em
que nos encontramos em consequência de estar o poder de administrar a sociedade
sendo exercido por criminosos travestidos de líderes e que jogam solto face à
indiferença de quem paga a conta. Do mesmo modo como o óleo não mistura com
água, assim também não podem conviver quem procura acumular riqueza ainda que
roubada a título de segurança individual, e quem sabe perfeitamente, como sabe
o culto doutor Barbosa não haver segurança senão coletiva e que isto só pode
acontecer através de um sistema educacional que ensine verdade e forme
cidadãos, o que demanda o dinheiro carreado nas pastas 007.
A
bandalheira lança a cada dia mais tentáculos sobre qualquer lugar onde haja
dinheiro público. Da prefeitura mais humilde ao palácio mais sofisticado. Não
há mais para onde a sociedade brasileira se rebaixar na podridão e imoralidade
de todos os tipos, para sofrimento de quem tem vergonha na cara e sentimento de
patriotismo no peito.
É o medo de
quem se acostumou a viver das vantagens obtidas debaixo do pano que leva quem
assim procede a aproveitar da facilidade com que se engana o povo e montar uma
rede de intrigas para denegrir a figura impoluta de Joaquim Barbosa. Entre tais
canalhices encontra-se uma reportagem da revista Caros Amigos, que chega a
sugerir que Joaquim Barbosa deveria responder perante a justiça, o que mostra o
tamanho da degradação a que chegou nossa sociedade ao ter uma justiça para
punir pelo fato de ser íntegro. Era só o que faltava! A cadeia ser destinada
aos honestos. Mas como não se pode enganar sempre, no meio de tanta gente
enganada há quem distinga o verdadeiro intuito dos detratores das pessoas
honestas e com possibilidade de ocupar cargos relevantes na administração pública,
o que poria fim à desordem. A cambada da boca entortada pelo cachimbo da
safadeza sabe que ensopará fraldas e mais fraldas caso haja moralização na
administração pública. E como ficaremos se Joaquim Barbosa vier a ser
presidente da república? – Pergunta um dos que temem o doutor Barbosa –. Vira
essa boca prá lá –. Responde o resto da turma.
Os juristas
engomados, todos a fina-flor do refinamento, acastelados na sombra dos palácios,
e que afirmaram ter o doutor Barbosa condenado injustamente o Zé Dirceu, devem
estar procurando como justificar esta falsa afirmação ante a recente
confirmação do bandido delator em troca de benefício que disse ser o “inocente”
Zé Dirceu tão bandido quanto os demais na roubalheira da Petrobrás. Se ele está
no poder há tanto tempo, será que apenas agorinha se tornou bandidão? Ou será
que o bandido da delação premiada acusaria o Zé Dirceu apenas por brincadeira? A
corja caluniadora está em polvorosa ante mais uma atitude do doutor Barbosa em
defesa dos que choram no corredor do hospital ao sugerir o afastamento do
ministro mambembe da justiça pela improbidade de se reunir com os advogados dos
ladrões do erário, o que é um absurdo só possível nessa terra de canalhas
travestidos de autoridades e de povo em vez de gente. Como não se tem dúvida de
que com o doutor Barbosa as mazelas haverão de acabar, é daí que vem sua
excomunhão pelos verdadeiros demônios que infernizam a vida desta malta
ignorante e festiva.
Sabendo-se
que a natureza tanto nos abastece de coisas boas quanto de coisas ruins, nosso procedimento
deveria ser de procurar evitar ao máximo as coisas ruins e incentivar ao máximo
as coisas boas, mas ocorre justamente o contrário. A noção de bem (coisas boas)
e mal (coisas ruins), segundo o livro O Mundo de Sofia, era vista pelos
sofistas como dependente da sociedade e da natureza humana de cada lugar, no
que estavam muito certos porque as coisas boas ou ruins decorrem unicamente do
comportamento humano. Sócrates pensava de outra forma, mas ele estava errado.
No momento, em nossa sociedade prevalece o reino do mal de forma tão acentuada
que se encontram pedaços de cadáver pelas ruas, e criancinhas de colo são alvo
de tiro de revólver e fuzil, o que ocorre não por nenhuma predestinação como
afirmava Sócrates, segundo o livro citado. As coisas ruins decorrem da ainda existente
brutalidade humana. A maldade está em cada ser humano desde sua formação mais
remota. Lá no começo de tudo só havia sinais de amistosidade entre macho e
fêmea em função do instinto sexual. Os demais semelhantes, entretanto, eram
inimigos entre si, caçados e mortos. Com o passar do tempo, ante a constatação
da necessidade que um tinha da ajuda do outro, foram-se acostumando uns aos
outros e diminuindo as arestas da animosidade, mas não o bastante até agora para
dar lugar à necessária amistosidade sem a qual não se pode falar em civilização,
o que prova depender tanto o bem quanto o mal do nível de espiritualidade em
que se encontram os componentes do grupo, razão pela qual estavam certos os
sofistas quando afirmaram que tanto o bem quanto o mal depende das pessoas. À
medida que diminui a brutalidade, também diminui o campo de ação do mal. Quando
a brutalidade orienta o comportamento, o mal toma conta e o resultado são
canalhas nos postos que deveriam ser ocupados pelas pessoas que eles perseguem.
A ninguém que não seja totalmente desprovido de racionalidade é dado o direito
de se acomodar ante uma situação que promete grandes dissabores para os
descendentes. Inté.
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